Segurança mata empresário dentro de banco em Cuiabá

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Por FÁTIMA LESSA
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O segurança da empresa Brinks de Segurança de Transporte de Valores Ltda., Alexandre Abílio de Farias, matou com três tiros o empresário Adriano Henrique Maricel de Campos, dentro de uma agência do Banco Itaú, na Avenida Carmindo de Campos, região do Coxipó, em Cuiabá. Tudo teria começado após a porta giratória da agência ter travado quando o empresário tentava entrar na agência. Testemunhas ouvidas pela reportagem contaram que a porta giratória travou, por três vezes. Ao conseguir entrar, o empresário e o segurança começaram discutir. Bastante irritado, disseram as testemunhas, o empresário teria dado uma "cusparada" no rosto do vigilante. Farias teria então disparado um tiro no rosto e dois na região lombar do empresário. E deu um quarto tiro numa vidraça da agência por onde teria fugido. Ele fugiu numa moto, que teria roubado. Por telefone, o dono da moto, que trabalha numa empresa de material de construção, Fabrício Fernandes, contou que o segurança lhe abordou e pegou a moto. Segundo ele, Farias estava nervoso e teria lhe dito: "acabei de matar um cara. Só vou usar sua moto para fugir. Eu vou deixá-la em qualquer lugar". No momento do crime, clientes ficaram apavorados. Foi um corre-corre. Muitos pensavam que se tratava de um assalto. Guardadores de carro fora da agência também saíram correndo temendo que fosse assalto. Funcionários do restaurante da vítima contaram que essa ida do empresário ao banco já fazia parte de sua rotina. Diariamente ele ia ao banco por volta das 11h30 e retornava para o almoço. Imagens do circuito interno obtidas pela Polícia Civil desmentem que tenha havido discussão. O titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Antonio Garcia, confirmou que não houve discussão. As imagens, segundo ele, mostram que depois de ter ficado preso na porta giratória, o empresário conseguiu entrar no banco e na ocasião teria levantado o dedo para alguém como se estivesse xingando ou dando bronca. A polícia informou ainda que as imagens mostram que o empresário se dirigiu a um caixa eletrônico, realizou operações e, ao sair, foi alvejado pelos três tiros. "Na saída ele foi alvejado pelo segurança", disse o delegado.A empresa Brinks de Segurança de Transporte de Valores Ltda. não se manifestou até o início da noite de hoje. Colegas do vigilante informaram que ele trabalha há cinco meses na empresa e desde então atuava na agência bancária. Segundo a polícia, ele possuía autorização e carteira de segurança.

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