Seguro-desemprego terá reajuste

Após aumento do mínimo, benefício também vai subir quase 10%; impacto aos cofres públicos será de R$ 1,5 bi

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Por Adriana Fernandes e BRASÍLIA
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Na esteira do aumento do salário mínimo de R$ 465,00 para R$ 510,00 a partir de 1º de janeiro, o governo reajustou também em 9,67% o valor do seguro-desemprego, benefício pago temporariamente aos trabalhadores que são demitidos sem justa causa. O impacto do reajuste do benefício vai custar aos cofres do governo mais R$ 1,58 bilhão em 2010. O governo também terá um custo adicional de R$ 727,6 milhões com o pagamento do abono salarial devido ao reajuste do salário mínimo. Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, não há motivos, no entanto, para preocupação com as contas do governo porque a arrecadação também vai crescer. Segundo ele, o aumento do seguro-desemprego e do abono salarial vai proporcionar mais R$ 2, 31 bilhões de "dinheiro circulando" na economia. Lupi ressaltou em entrevista ao Estado que, proporcionalmente, o número de beneficiários do seguro-desemprego diminuirá no ano que vem com a retomada mais acelerada do crescimento. A expectativa é de que 6,2 milhões de brasileiros usem o benefício, ante 7 milhões em 2009, quando o governo aumentou as parcelas do benefício para alguns setores afetados pela crise financeira e que mais promoveram demissões. As despesas com o pagamento do seguro-desemprego subirão de R$ 15,82 bilhões para R$ 17,95 bilhões em 2010. O valor do reajuste do seguro-desemprego foi publicado ontem no Diário Oficial da União. O seguro-desemprego é calculado com base nos três últimos salários de cada trabalhador. Com o reajuste, para quem ganha até R$ R$ 841,88, multiplica-se salário médio por 0,8. De R$ 841,89 até R$ 1.403,28 multiplica-se por 0,5 e soma-se a R$ 673,50. O salário do trabalhador que exceder R$ 1.403,28, o valor da parcela será invariavelmente de R$ 954,21. O ministro do Trabalho previu um ganho real (acima da inflação) de 6% no salário dos brasileiros em 2010. Em 2009, a estimativa é de um aumento de 4%, apesar da crise. Lupi destacou que o crescimento do salário, que garantiu poder de compra, foi decisivo para o País sair mais rápido da crise. Lupi projetou um crescimento de mais de dois milhões de empregos em 2010. Para 2009, a estimativa é de que o ano termine com 1,2 milhão de novos empregos, mesmo com a perspectiva de perda de 250 mil vagas temporárias em dezembro. Segundo Lupi, 2010 será o melhor ano para a geração de emprego do governo Lula. Na sua avaliação, o presidente Lula terminará o seu segundo mandato com 12,5 milhões de empregos com carteira assinada (CLT) criados. Mais otimista do que a equipe econômica, o ministro previu um crescimento mais próximo de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. A estimativa do Banco Central é de 5,8% . "As minhas previsões têm sido quentes", brincou.

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