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Sem-terra ocupam fazenda no Paraná

Por Evandro Fadel
Atualização:

Aproximadamente 2 mil sem-terra ocupam, desde a madrugada de sábado, a Fazenda Variante, em Porecatu, a cerca de 460 quilômetros de Curitiba, no norte do Paraná. Eles alegam que um grupo de fiscalização móvel do Ministério do Trabalho e Ministério Público encontrou, em vistoria realizada em agosto, 17 trabalhadores em "situação degradante, análoga ao trabalho escravo". A empresa informou ter conseguido, na manhã de hoje, uma liminar na Justiça determinando a reintegração de posse. "Entendemos que a fazenda deve ser expropriada pelo governo federal porque não se admite, em pleno século 21, que haja trabalho escravo", disse o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na região norte do Paraná, José Damasceno. O advogado da Usina Central do Paraná, que produz açúcar e álcool, dona da fazenda, Fábio Antônio Garcia Fabiani, contestou que haja trabalho análogo ao de escravo. "Temos uma decisão da Vara do Trabalho de Porecatu dizendo que isso não existe", afirmou. A propriedade possui 1.362 hectares e, de acordo com o advogado, é utilizada para a plantação de cana e criação de gado. "Nós fizemos a nossa parte e a Justiça fez a dela, agora o cumprimento da liminar é uma decisão política", destacou. O líder dos sem-terra disse que já esperava essa decisão. "É um comportamento natural da Justiça", afirmou. O MST disse que a intenção é permanecer na área como uma forma de pressão para a aprovação imediata da Proposta de Emenda à Constituição 438/2001, que prevê a expropriação para fins de reforma agrária das fazendas flagradas em exploração de trabalhadores em condições semelhantes à de escravidão.

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