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Senado prevê agilidade com Lei da Copa; Estados discutem bebida

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Por Redação
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A tramitação da Lei Geral da Copa no Senado deve ser tranquila e rápida, e a polêmica questão da liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios está encaminhada para ser resolvida pelos Estados, de acordo com expectativa do Planalto, aliados e de governos estaduais. A legislação ficou por vários meses parada na Câmara e sofreu seguidos adiamentos de sua votação, causando constrangimento ao governo frente à Fifa. Só foi aprovada, na noite de quarta-feira, após um acordo do governo com a bancada ruralista para marcar a votação do Código Florestal. O texto aprovado, que agora segue para o Senado, não é claro sobre o comércio de bebibas e abre interpretação de que a Fifa teria que negociar com alguns Estados essa liberação. Segundo o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), não há dificuldade na Casa em relação ao tema da venda de bebidas alcoólicas -ponto mais polêmico na Câmara- porque a maioria dos governadores já se comprometeu a permitir a comercialização. Alguns senadores, inclusive, eram governadores de seus Estados quando a Fifa os escolheu para receber jogos do Mundial, incluindo Aécio Neves (PSDB-MG), Eduardo Braga (PMDB-AM) e Blairo Maggi (PR-MT). Dos 12 Estados que receberão jogos do Mundial, quatro têm legislações que vetam a venda de bebida: Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, enquanto Minas Gerais tem um acordo com o Ministério Público estadual para proibir a venda, segundo levantamento da Agência Senado. Mas, uma vez que os governos estaduais já firmaram acordos prévios com a Fifa acatando a necessidade de se vender cerveja nas arenas para serem escolhidas como sedes, a federação internacional não deve encontrar problema em conseguir essa liberação. "Se para a realização da Copa em Porto Alegre depender a revogação temporária da lei, o governador encaminha um projeto de lei para a Assembleia liberando a venda de bebidas durante a Copa", disse por telefone à Reuters um assessor do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT). O mesmo será feito no Rio de Janeiro, onde o texto de um projeto de lei está sendo preparado pelo governo e será enviado à Assembleia Legislativa dentro de 15 dias, de acordo com a assessoria do governador Sérgio Cabral (PMDB). São Paulo e Minas Gerais, que têm governadores da oposição, disseram que vão aguardar a aprovação do projeto no Senado antes de anunciar uma posição, mas também indicaram que vão buscar uma solução para o tema. "Depois da votação final, a minha posição é de conversar com os governadores, porque somos 12 Estados onde teremos Copa do Mundo... para termos uma posição comum", disse a jornalistas o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), segundo transcrição da entrevista divulgada pelo governo nesta quinta. Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que na semana passada criticou o fato de a Lei Geral deixar para os Estados a discussão sobre a venda de bebidas alcoólicas, disse apenas que vai aguardar a aprovação da matéria no Senado. POLÊMICA O relator do projeto no Senado deve ser o senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), que pretende trabalhar na legislação a partir da próxima semana e dar início à tramitação depois da Páscoa. A polêmica sobre a venda de bebidas alcoólicas nos estádios gera interpretações divergentes. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, repete que as legislações estaduais teriam que obrigatoriamente se alinhar à nova determinação, que suspendeu o artigo do Estatuto do Torcedor que impedia a venda de álcool nos estádios. Dessa forma, a Fifa não seria obrigada a abrir uma nova negociação com os Estados. Em outra área do governo, no entanto, o entendimento é diferente. Uma fonte do Executivo disse à Reuters que o texto aprovado pela Câmara se trata de legislação concorrente às normas estaduais. Portanto, os Estados terão que adequar suas leis locais. Segundo essa fonte, que falou sob condição de anonimato, a legislação local não pode extrapolar uma norma nacional, mas pode ser mais restritiva. E esse é o caso. (Por Ana Flor e Pedro Fonseca; com reportagem adicional de Maria Carolina Marcello e Jeferson Ribeiro em Brasília; e Tatiana Ramil em São Paulo)

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