Senadores querem fim de operação da PF na Amazônia

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Por Christiane Samarco
Atualização:

Um grupo de senadores da subcomissão de Meio Ambiente do Senado, presidida pelo tucano Flexa Ribeiro (PA), quer acabar com a operação Arco de Fogo da Polícia Federal (PF), deflagrada em fevereiro para combater a exploração ilegal de madeira na Amazônia. Pressionados pelo lobby dos madeireiros que movimentam a economia de várias cidades e financiam campanhas eleitorais, e por prefeitos que se queixam do "desastre econômico" causado pela operação que paralisou o setor a seis meses da eleição municipal, eles cobram a fatura dos prejuízos do governo federal. Para esses parlamentares, o "grande desmatador" não é o madeireiro que atua irregularmente na região, mas o governo federal com seus programas de assentamento. Eles contestam os números do desmatamento crescente na região, levantados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e acusam a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de divulgá-los com estardalhaço só para garantir mais verbas para seu ministério. Eles ainda acusam o governo de ignorar a questão social quando paralisa a única atividade econômica de muitos municípios, sem distinguir as madeireiras legais das ilegais. "Não precisamos da força-tarefa de centenas e centenas de agentes federais da Força Nacional. Precisamos de uma força-tarefa para buscar a regularização fundiária e fazer com que o Estado brasileiro esteja presente naquelas comunidades, buscando soluções", afirmou o senador Jayme Campos (DEM-MT). "Não é o madeireiro que destrói o meio ambiente. Madeireiro não é bandido",disse o senador Expedito Júnior (PR-RO), destacando que nunca teve recurso de madeireiro financiando sua eleição. Ele e Campos participam do grupo das inspeções locais aprovadas pela subcomissão de Meio Ambiente, para acompanhar o trabalho da PF nos quatro Estados onde a operação foi deflagrada - Amazonas, Pará, Rondônia e Mato Grosso.

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