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Simulação de guerra em Israel preocupa vizinhos

Líbano, Síria e Irã falam em 'tensão elevada' e 'provocações'; premiê libanês pede que ONU controle ações

Por Guila Flint
Atualização:

Líderes do Líbano, da Síria e do Irã manifestaram preocupação com o início, no domingo, 6, dos exercícios de simulação de guerra realizados em Israel. O treinamento, com o objetivo de preparar a população e os diversos sistemas do país para situações de emergência, é considerado o maior já realizado na história de Israel. O primeiro-ministro do Líbano, Fuad Siniora, disse que Israel pode usar o exercício para aumentar a tensão entre os dois países. Ele pediu que observadores da ONU no sul do Líbano controlem a fronteira para garantir que Israel "não realize atividades que possam elevar a tensão" no local. Siniora também instruiu o Exército libanês a "ficar em estado de alerta e tomar todas as medidas necessárias para proteger os cidadãos libaneses de qualquer violação da fronteira por Israel". O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid El Mualem, também comentou o treinamento israelense e afirmou que "a Síria escolheu a paz como opção estratégica, mas está pronta para se defender de qualquer agressão". O porta-voz do ministério das Relações Exteriores do Irã, Mohamed Ali Husseini, também demonstrou preocupação. "Os países da região devem acompanhar de perto o treinamento israelense e alertar os líderes da comunidade internacional para as ações de provocação por parte do regime sionista", disse Husseini. O governo israelense afirmou que o treinamento "faz parte das conclusões tiradas da segunda guerra do Líbano (em 2006, quando Israel combateu forças do grupo militante islâmico Hezbollah no sul do país) e tem apenas o objetivo de preparar o país para situações de emergência". O exercício de simulação é considerado o maior já realizado na história de Israel e deverá incluir o treinamento da população e de todas as instituições governamentais para ataques de mísseis, inclusive não convencionais, contra as cidades israelenses. O vice-ministro da Defesa, Matan Vilnai, deverá apresentar ao gabinete diversos cenários de ataque contra o território israelense, inclusive com armas químicas e biológicas, e os ministros deverão treinar o processo de tomada de decisões em situações extremas. Mais de 250 prefeituras também deverão participar da simulação, que incluirá os sistemas de educação e de saúde. O auge do exercício deverá ocorrer nesta terça feira, quando o sistema de alarmes em todo o país será acionado. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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