A Síria apoia o esforço mundial para combater o Estado Islâmico, disse o ministro das Relações Exteriores, Walid al-Moualem, nesta segunda-feira, em pronunciamento feito na ONU que parece dar apoio tácito aos ataques aéreos dos Estados Unidos e de países árabes na Síria contra posições dos militantes. "A República Árabe Síria reitera que apoia qualquer esforço internacional com o objetivo de enfrentar e combater o terrorismo, e reforça que isso deve ser feito em respeito total às vidas de civis inocentes e dentro de um quadro de respeito total da soberania nacional, e em conformidade com as convenções internacionais", disse Moualem à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Moualem não condenou especificamente os ataques aéreos, mas alertou que tomar ações militares enquanto alguns países continuam a apoiar os militantes poderia criar uma situação da qual "a comunidade internacional não vai sair em décadas". "Vamos juntos parar essa ideologia e suas exportações, vamos simultaneamente colocar pressão sobre os países que se uniram à coalizão liderada pelos EUA para acabar com o apoio aos grupos terroristas armados", disse Moualem. A Síria acusa Catar, Arábia Saudita e Turquia de apoiar grupos militantes islâmicos durante a guerra civil de três anos no país. Esses países negam as acusações, mas autoridades ocidentais dizem que os três países ajudaram no passado esses grupos na Síria. O Estado Islâmico tomou grandes partes de território da Síria e do Iraque, e é acusado de realizar massacres e decapitações de civis e soldados. Até o momento, os ataques aéreos dos Estados Unidos e de aliados não conseguiram parar os avanços dos militantes sobre novos territórios. Moualem disse que o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, está "esforçando-se por uma solução política na Síria e em diálogo com todos os membros honrados da oposição nacional que se opõem ao terrorismo na Síria". Muitos ativistas sírios e rebeldes têm criticado os Estados Unidos por se concentrarem nos ataques ao Estado Islâmico e a outros grupos militantes, enquanto fazem pouco para tirar Assad do poder. O conflito na Síria começou como um movimento pacífico de protesto, mas, após a repressão do governo, tornou-se uma guerra na qual mais de 190.000 pessoas morreram ao longo de mais de três anos. Os conflitos ainda matam cerca de 200 pessoas por dia.