15 de julho de 2012 | 10h09
Jihad Makdissi, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Síria, disse que as forças de segurança mataram 37 combatentes e dois civis em uma campanha contra a cidade perto de Hama, de onde o governo disse que rebeldes lançavam ataques contra outras regiões.
Ativistas estimam que o total de mortos fique entre 100 e 220, muitos deles famílias inteiras no vilarejo de Tremseh, onde monitores das Nações Unidas dizem que houve forte combate na quinta-feira.
"As forças do governo não usaram aviões, nem helicópteros, nem tanques ou artilharia. A arma mais pesada usada foi um RPG (sigla em inglês para granada lançada por foguete)", disse Makdissi a jornalistas em uma entrevista à imprensa em Damasco.
"O que aconteceu não foi um massacre... o que aconteceu foi uma operação militar. Foram confrontos entre forças de segurança, cujo dever é proteger civis, e forças fortemente armadas que não acreditam em uma solução política".
A Síria mergulhou em uma sangrenta revolta contra o presidente Bashar al-Assad, que agora entrou em seu 17o mês. Algumas autoridades estrangeiras dizem que o levante que começou como protestos de rua se transformou em guerra civil.
Um vídeo publicado por ativistas e que seria do vilarejo mostra corpos de jovens queimados e ensopados de sangue, que poderiam ser de combatentes rebeldes.
O enviado especial Annan, que está liderando os esforços para implementar uma iniciativa de paz na Síria, disse na sexta-feira que a Síria tinha violado seu compromisso com os esforços de paz apoiados pela ONU.
"Estou chocado e horrorizado com as notícias que chegam do vilarejo de Tremseh, perto de Hama, de intenso combate, muitas vítimas e o uso confirmado de armas pesadas como artilharia, tanques e helicópteros", disse ele em um comunicado.
"Isso está em violação ao entendimento do governo de cessar o uso de armas pesadas contra centros populacionais e seu compromisso a um plano de seis pontos".
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