Sistema elétrico pode contar com eólicas paradas a partir do 1o tri

PUBLICIDADE

Por ANNA FLÁVIA ROCHAS
Atualização:

Usinas eólicas no Nordeste prontas desde julho de 2012 e que estão paradas à espera de sistemas de transmissão da Chesf, podem começar a gerar ainda neste trimestre, já que algumas instalações devem iniciar operação em fevereiro. Na semana passada, a equipe técnica da geradora Desa Dobrevê Energia se reuniu com representantes da Chesf, que disseram que a entrada em operação da ICG (Instalação de Transmissão de Interesse Exclusivo de Centrais de Geração para Conexão Compartilhada) João Câmara II (RN) deve ocorrer na primeira metade de fevereiro, segundo o presidente da Desa, William Schmidt. A data coincide com relatório de fiscalização das obras de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) emitido em 16 de janeiro. Com a entrada em operação da subestação, cerca de 145,2 megawatts de usinas eólicas da Desa, além de usinas da CPFL Renováveis no total de 188 MW, todos prontos desde julho de 2012, poderão começar a gerar energia para o sistema brasileiro. Já a ICG João Câmara III tem início de operação prevista para janeiro de 2015, segundo relatório da Aneel. Essa subestação vai conectar cerca de 60 MW de eólicas da Desa. O diretor de Regulação e Comercialização da CPFL Renováveis, Marcio Severi, também informou que em breve a empresa concluirá as obras do Complexo Eólico dos Macacos, com 78,2 MW, que dependem da João Câmara III para gerar energia para o sistema elétrico. A Chesf não respondeu até o fechamento dessa reportagem a pedidos de confirmação e comentários sobre datas de entrada em operações dos empreendimentos. A empresa do grupo Eletrobras também é responsável pela ICG Igaporã 2, na Bahia, instalação que está atrasada e possibilitará que a Renova Energia coloque em operação cerca de 400 MW de parques eólicos. A expectativa é que a ICG entre em operação até o fim de fevereiro, segundo relatório da Aneel. Quando os sistemas de transmissão entrarem em operação, o comissionamento e entrada em operação das eólicas ocorre aos poucos, seguindo a coordenação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A entrada completa de grandes parques, como o da Renova, por exemplo pode demorar de 30 a 60 dias, segundo afirmou uma fonte com conhecimento técnico do assunto. Empresas com parques eólicos prontos e que não puderam começar a operar pelo atraso da Chesf já recebem receita pela operação das usinas, por terem disponibilizado os empreendimentos dentro do prazo estipulado. Mas uma preocupação no setor é que muitas máquinas prontas e paradas desde 2012 acabem entrando em operação quando o prazo de garantia estiver perto do vencimento. O presidente da Desa acrescentou que há gastos adicionais das empresas com manutenção de equipamentos mesmo mantendo os parques parados. "O atraso de qualquer parque é coisa que não estava prevista no momento em que a empresa resolveu fazer a construção. Estamos com máquinas paradas, o que acaba gerando um custo pra nós", disse ele.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.