Sofia já aguarda cirurgia em hospital dos EUA

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Por José Maria Tomazela
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A pequena Sofia Gonçalves de Lacerda, de seis meses, portadora de uma doença rara que impede o funcionamento do aparelho digestivo, está desde a tarde desta quarta-feira, 2, em um hospital de Miami, nos Estados Unidos, onde vai aguardar um transplante multivisceral. Acompanhada pela mãe, Patrícia de Lacerda, a criança deixou o hospital Samaritano, de Sorocaba (SP), onde estava internada, de madrugada e embarcou no aeroporto da cidade, em um avião equipado com Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Uma equipe médica acompanhou a criança durante a viagem, que teve escalas em Goiânia, para abastecimento, e Boa Vista (Roraima) para o trâmite aduaneiro.Após o desembarque na cidade da Flórida, o bebê foi levado para o Hospital Memorial Jackson, onde deve ser operado pelo médico brasileiro Rodrigo Viana. O pai de Sofia, Gilson Gonçalves, viaja na quinta-feira, 3, aos Estados Unidos, em voo comercial, para se juntar à família. Depois de passar por exames, Sofia terá de esperar um doador. Ela já foi incluída no cadastro americano de captação de órgãos.A menina nasceu com uma doença conhecida como Síndrome de Berdon, e nunca se alimentou por via oral. O aparelho digestivo não funciona e houve acúmulo de líquidos e outras substâncias no organismo. São raríssimos os casos de sobrevivência. A doença foi detectada durante a gestação, mas a mãe, que já havia perdido um bebê, optou por seguir com a gravidez de alto risco. Depois que a menina nasceu, a mãe passou a viver com ela no hospital. Sofia passou por três cirurgias paliativas, mas os hospitais brasileiros não tinham condições para realizar o transplante. A família pesquisou e descobriu que a cirurgia era feita com sucesso nos Estados Unidos.O drama da menina comoveu o País e mobilizou mais de meio milhão de pessoas pelas redes sociais. A família foi à Justiça em busca de tratamento. Numa decisão incomum, o Tribunal Regional Federal de São Paulo determinou ao governo brasileiro que depositasse numa conta especial cerca de R$ 2,4 milhões para custear o transporte e a cirurgia no exterior. Campanhas pela internet arrecadaram outros R$ 2 milhões para manter a menina no período pós-operatório, que pode durar até dois anos. Durante a viagem a Miami, a mãe postou na página de Sofia no Facebook: "É mais uma batalha vencida, uma emoção sem fim. Vamos continuar até a vitória", escreveu.

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