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Soldados ucranianos entram na Rússia; Moscou diz que eles buscam asilo

Segundo governo ucraniano, soldados foram forçados a entrar em país

Por NATALIA ZINETS E RICHARD BALMFORTH
Atualização:

A Ucrânia declarou nesta segunda-feira que está conversando com a Rússia sobre a volta de 311 soldados e seguranças de fronteira ucranianos que foram forçados pelos combates com os separatistas a entrar na Rússia, mas as autoridades de fronteira russas disseram que eles buscavam asilo. Os dois lados parecem determinados a usar o destino das tropas para fazer propaganda. As forças do governo ucraniano ampliaram as vitórias obtidas sobre os rebeldes pró-Rússia desde a derrubada de um avião de passageiros malaio em uma área controlada pelos rebeldes em 17 de julho. O porta-voz de defesa da Ucrânia Andriy Lysenko disse que um grupo de soldados e seguranças de fronteira, que haviam sido capturados entre a divisa russa no leste e posições rebeldes no oeste, cruzaram para a Rússia nas primeiras horas desta segunda-feira. Ele os estimou em 311, afirmando em um boletim que as tropas entraram na Rússia por motivos de segurança depois de ajudarem seus colegas a irromper nas linhas rebeldes.

Porta-voz de defesa da Ucrânia disse que número de soldados a entrar na Rússia chega a 311 Foto: AP Photo/Alexander Zemlianichenko

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Segundo ele, Kiev está negociando com autoridades russas para obter seu retorno.

Em Moscou, autoridades admitiram que tropas da Ucrânia adentraram o território russo – embora tenham estimado seu número em 438 – e que seguranças de fronteira russos disseram que eles cruzaram a divisa de noite buscando asilo.

“Estavam cansados da guerra e não queriam mais participar”, declarou Vasily Malayev, porta-voz dos seguranças de fronteira na região russa de Rostov, à Reuters por telefone, acrescentando que 180 serão devolvidos à Ucrânia ainda na segunda-feira.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, falando à agência de notícias Itar-Tass e à TV Rossiya24, afirmou que a Rússia irá facilitar o retorno dos soldados ucranianos, mas sugeriu que eles estarão sujeitos a ser processados por deserção assim que voltarem para casa.

“Espero que as autoridades ucranianas entendam ser absolutamente inaceitável quando seus cidadãos… são forçados a lutar com seu próprio povo, a tratar aqueles que se recuam a fazê-lo como traidores da pátria mãe”, disse Lavrov.

No domingo, forças do governo ucraniano recapturaram Yasynuvata, importante convergência ferroviária ao norte do bastião rebelde de Donetsk, segundo o porta-voz de defesa, mas os separatistas negaram o fato.

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(Reportagem adicional de Alexei Anischuk em Moscou e Anthony Deutsch em Amsterdã)

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