STF autoriza Battisti a viajar para depor no Rio

Ex-ativista italiano é investigado no País por uso de documentos falsos

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Por Mariângela Gallucci e BRASÍLIA
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Preso no Brasil desde março de 2007, por falsificação de documento e uso de passaporte falso, o ex-ativista italiano Cesare Battisti deve viajar neste mês para o Rio, para prestar depoimento ao juiz da 2ª Vara Federal Criminal. O ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a viagem.Após muita polêmica e três sessões - em 9 de setembro, 12 e 18 de novembro -, o Supremo concluiu que Battisti pode ser extraditado para a Itália. No entanto, a corte deixou a prerrogativa de entregá-lo ou não ao seu país de origem sob decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo já indicou que não tem pressa.O processo penal por falsificação e uso de documento falso é um dos principais entraves para a devolução de Battisti às autoridades italianas, que o condenaram à prisão perpétua por acusação de envolvimento em quatro homicídios nos anos 70.Resta esclarecer agora se Battisti deve ficar no País até que seja julgado e, no caso de condenação, se a pena precisa ser cumprida antes de uma eventual extradição. Por fim, resta ainda o Supremo publicar o acórdão do caso para que a decisão produza efeito - o que pode demorar alguns meses.MILITÂNCIA E FUGAEx-integrante do movimento Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), Battisti começou a participar de movimentos estudantis em 1968 e se engajou na extrema esquerda. Em 1983, foi condenado à prisão.O militante foi preso em 1979, acusado do assassinato de Antonio Santoro, agente de custódia morto em junho de 1978, dos comerciantes Pierluigi Torregiani e Lino Sabbadin, ambos mortos em fevereiro de 1979, e do policial Andrea Campagna, morto em abril de 1979. Em 1981, Battisti fugiu da Itália, passou pela França e pelo México. Em 2004, ele chegou ao Brasil. Foi preso pela Polícia Federal três anos depois, no Rio.

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