24 de maio de 2012 | 21h32
Ao atender pedido da comissão para retirar o sigilo das informações, o ministro Ricardo Lewandowski autorizou a CPI a divulgá-las "a seu exclusivo critério". Só não poderão ser liberadas as interceptações telefônicas realizadas pela PF, porque esse tipo de prova é protegido por lei.
Lewandowski também determinou que sejam encaminhadas à CPI as cerca de mil horas de conversas telefônicas interceptadas pela PF durante a Operação Monte Carlo e que estavam na 11a Vara Federal de Goiânia.
Cachoeira está preso desde fevereiro, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais. A CPI também investiga a construtora Delta, suspeita de ter Cachoeira como sócio oculto e de ser usada para lavar dinheiro obtido com jogos ilegais.
A comissão também se propõe a investigar os laços de Cachoeira com parlamentares, como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que segundo reportagens publicadas na imprensa teria sido flagrado em conversas telefônicas em que relata a Cachoeira reuniões reservadas que manteve com autoridades.
SILÊNCIO
Em outra decisão do Supremo nesta quinta-feira, a ministra Carmen Lúcia garantiu a Cláudio Abreu, chefe da Delta na região Centro-Oeste, o direito de permanecer calado e de consultar seus advogados quando for à CPI, o que está previsto para acontecer na quarta-feira.
Outros três depoentes foram nesta quinta-feira à CPI e se recusaram a responder perguntas do relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), como fez Cachoeira na terça-feira.
O ex-vereador Wladimir Garcez, acusado de atuar no braço político da organização que seria comandada por Cachoeira, apenas falou por cerca de 15 minutos e negou as acusações. No entanto, se recusou a responder as perguntas de Cunha.
Jairo Martins de Souza e Idalberto Matias de Araújo, acusados pela Polícia Federal de serem arapongas a serviço de Cachoeira, se mantiveram calados e foram dispensados na comissão.
(Reportagem de Eduardo Simões)
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.