
21 de fevereiro de 2012 | 03h02
A equipe de Valentina Andreeva concluiu também que as mulheres apresentaram probabilidade cinco vezes maior de morrer de câncer se tivessem tomado as pílulas de ômega-3 do que se tivessem tomado o placebo. "Os suplementos que estudamos são na realidade substâncias ativas que, quando tomadas por um longo período de tempo e sem prescrição médica, podem ter efeitos prejudiciais em algumas populações", disse Valentina.
Mas ela alertou que sua afirmação ou as conclusões do seu grupo não devem ser interpretadas no sentido de que as pílulas de óleo de peixe seriam a causa do aumento do risco de câncer. Os números do estudo são reduzidos e seu objetivo, monitorar doenças cardíacas, não pode mostrar uma relação direta de causa e efeito quanto ao câncer.
Quando muito, é possível que um câncer em estágio inicial ou manifestações pré-cancerígenas em alguns sujeitos tenham passado despercebidas quando estes foram convidados a participar do experimento e podem ter sido alimentados de algum modo pelos suplementos.
Um estudo de observação mais recente e de âmbito muito maior - que também não pôde provar uma relação de causa e efeito - concluiu que as mulheres que tomaram óleo de peixe foram 33% menos suscetíveis a desenvolver câncer de mama que as mulheres que não tomaram os suplementos.
"Nossas conclusões devem ser confirmadas por outros estudos, antes que possamos formular ou aperfeiçoar as recomendações do ponto de vista da saúde pública a respeito desse tópico", disse Valentina. / REUTERS
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