Sueco ganha direito de ser usar nome de mulher

Jan-Olov Ågren conquistou na Justiça o direito de ser chamado de Madeleine.

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Por Claudia Varejão Wallin
Atualização:

Um homem sueco que gosta de se vestir de mulher ganhou na Justiça o direito de ser chamado oficialmente de Madeleine. O sueco Jan-Olov Ågren, que vive na cidade de Luleå, havia solicitado ao fisco sueco que trocasse seu nome para Jan-Olov Madeleine Ågren. No entanto, a instituição negou o pedido, argumentando que não seria apropriado para um homem ter um nome de mulher. Em uma decisão inédita, o tribunal da região de Norrbotten, no norte da Suécia, determinou a anulação da decisão do fisco sueco. "Eu realmente não esperava que isso pudesse acontecer", confessou Ågren em entrevista ao jornal sueco Norrbottens-Kuriren. "Já recebi até uma carta do Vägverket (Departamento Nacional de Trânsito sueco) dizendo que preciso fazer uma nova carteira de motorista, uma vez que ganhei um novo nome", comemorou ele. Jan-Olov Ågren gosta de se vestir de mulher ocasionalmente, e quando se veste assim, prefere ser chamado com o nome que escolheu - Madeleine. Seu novo nome, portanto, é Jan-Olov Madeleine Ågren: Jan-Olov para os dias em que estiver vestido de homem, e Madeleine para quando quiser usar roupas de mulher. Em seu veredicto, o tribunal de Norrbotten determinou que a decisão do fisco sueco baseou-se em uma lei anacrônica de 45 anos de idade. "O tribunal constatou que muitas coisas mudaram na sociedade nos últimos 45 anos", destacou Jan-Olov Madeleine. Ele disse-se extremamente surpreso com a decisão, uma vez que estava certo de que a Justiça iria ignorar seu apelo contra a decisão do Skatteverket. A decisão do tribunal significa que todos os documentos oficiais de Jan-Olov, incluindo identidade e passaporte, poderão a partir de agora incorporar o nome Madeleine. "O importante é a sensação de ter o direito a um nome que sempre considerei como meu", observou Jan-Olov. Antes de providenciar os novos documentos, no entanto, ele quer ter a certeza de que o fisco sueco não vai tentar apelar da decisão do tribunal de Norrbotten. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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