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SUMMIT-Itaú: Brasil entra em fase de crescimento menor do crédito

Por ALUÍSIO ALVES E GUILLERMO PARRA-BERNAL
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O mercado de crédito no Brasil entrou numa fase de crescimento mais moderado, que nos próximos anos deve ficar na faixa de 15 a 20 por cento, segundo o presidente-executivo do Itaú Unibanco. Com o ciclo de expansão acelerada de concessão de financiamento ao consumo dando sinais de fadiga, o crescimento agora deve ser liderado por empréstimos para empresas e para o setor imobiliário, que deve ser a próxima onda no setor. "A expansão daqui pra frente deve se dar de forma mais lenta", disse nesta segunda-feira Roberto Setubal, em entrevista durante o Reuters Latin American Investment Summit. "Árvores não crescem até o céu." Ao mesmo tempo, os níveis de inadimplência devem cair em relação aos atuais, uma vez que os bancos no país passam a se concentrar em linhas mais seguras, com colaterais, como para compra de imóveis. Além disso, mesmo que a taxa básica de juro Selic volte a subir mais adiante, não deve mais retomar o patamar de dois dígitos. Para Setubal, o aumento recente dos calotes reflete a "empolgação" dos bancos no final de 2010 -ano em que a economia doméstica cresceu 7,5 por cento-, especialmente nos empréstimos para a compra de atutomóveis. Para o executivo, a tendência de juros menores por um lado reduzirá os custos de capital do banco, mas também provocará uma queda da rentabilidade da instituição. EXPANSÃO INTERNACIONAL O executivo disse também que o Itaú Unibanco segue perseguindo sua estratégia de crescer internacionalmente, mas que os alvos potenciais na América Latina estão muito caros. "Vejo dificuldade de entrar nesses mercados agora, porque estão com preços muito altos", afirmou, referindo-se a países como Colômbia, Peru e Chile. O banco também tem pretensões de entrar no varejo bancário no México e nos Estados Unidos. REDECARD Setubal disse ainda esperar que o segundo laudo de avaliação da Redecard aprovado por minoritários há cerca de 10 dias, no âmbito da Oferta Pública de Aquisição (OPA) feita pelo banco para fechar o capital da companhia, confirme os valores do primeiro, que lastreou a oferta de 35 reais por ação. Ele reafirmou a intenção de renegociar contratos com a Redecard, caso a OPA fracasse, mas admitiu não enxergar compradores potenciais para o controle da companhia, pelo menos nos níveis de preços oferecidos pelo Itaú na operação. (Reportagem adicional de Esteban Israel)

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