31 de maio de 2012 | 17h59
O aumento virá - além dos projetos já previstos Serra Azul e Pau Vinho, em Minas Gerais - de recursos em avaliação no Chile e em outra reserva em Minas, afirmou o presidente da MMX, Guilherme Escalhão, durante o Reuters Latin American Investiment Summit.
A capacidade de produção da empresa é de cerca 10,8 milhões de toneladas no momento.
A exploração das novas jazidas de Copiapó, no Chile, e Bom Sucesso, até 2020, deverá se somar aos 29 milhões de toneladas anuais de extração projetada para Serra Azul, a partir de 2014, e aos 7 milhões de Pau de Vinho em 2016.
"Para crescimento orgânico, temos Bom Sucesso e direitos minerários no Chile, este último a apenas 80 quilômetros da costa", afirmou o executivo.
Considerando ainda que a produção de Corumbá, em pleno pantanal, de 2 milhões de toneladas/ano, será mantida, a companhia terá capacidade de produzir 58 milhões de toneladas até o final da década, devendo se tornar o terceiro maior exportador de minério de ferro do Brasil, atrás da gigante Vale e da siderúrgica CSN.
As reservas de Bom Sucesso, com recursos certificados de 360 milhões de toneladas, levam o nome do município, localizado perto da fronteira entre Rio e Minas Gerais, "mais perto do mar em relação a Serra Azul e que não está tão longe da ferrovia".
As jazidas em Bom Sucesso e Chile ainda estão sendo estudadas, com campanha geológica em andamento para posteriormente processo de licenciamento, se os trabalhos confirmarem as estimativas iniciais da MMX.
DUPLICAÇÃO DO PORTO
"Bom Sucesso é um recurso mineral que pode se tornar um projeto, não tão grande como Serra azul, mas pode ser um projeto que pode nos levar para esse caminho de aumentar o porto", acrescentou.
O Porto do Sudeste, por onde será escoada a produção, já está adaptado para ser ampliado no futuro, dos atuais 50 milhões de toneladas de capacidade instalada para 100 milhões de toneladas, disse o executivo nesta quinta-feira.
"Quando fizemos o projeto, tomamos o cuidado de furar um túnel muito mais largo do que o necessário para os 50 milhões de toneladas, porque pensamos na possibilidade de expansão... o porto tem a opção de ser expandido até um limite de 100 milhões de toneladas", afirmou.
FINANCIAMENTO
Para fazer frente ao seu principal projeto de expansão (Serra Azul), a MMX formalizará pedido de financiamento ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nas próximas semanas, com a apresentação de uma carta-consulta, afirmou Escalhão.
O objetivo é finalizar todo o "project finance" necessário aos investimentos de 4,8 bilhões de reais até o final do ano, com a possibilidade de reunir recursos também de bancos de fomento da China e da Coreia do Sul, que já se acenaram com disponibilidade de 1 bilhão de dólares.
O executivo afirmou que negociará com os asiáticos somente após uma resposta do BNDES sobre o volume de recursos que poderão ser levantados a partir da instituição.
A possibilidade de angariar recursos na China e da Coreia ocorre porque a chinesa Wuhan Iron & Steel (Wisco) possui participação de 16 por cento na MMX, enquanto a coreana SK Networks detém 14 por cento da mineradora brasileira.
As duas fecharam contratos de 20 anos de fornecimento de minério de ferro com a empresa de Eike Batista.
Itaú BBA e WeltLB foram contratados para auxiliar nas negociações do "project finance" e disponibilizaram para a MMX empréstimos-ponte que sustentam as obras por um ano, segundo Escalhão. "Temos recursos para um ano de obras", disse.
MARCO DA MINERAÇÃO
O presidente da MMX avalia que é positiva a elaboração de um novo marco da mineração pelo governo.
"É bom ver um esforço de modernização da lei, é um código que vem da década de 60... acho que vai se caminhar para frente em alguns aspectos, como a questão dos direitos minerários, se deve ser com prazo exploratório... mas só teremos um posicionamento total depois que sair", avaliou.
Sobre o aumento das alíquotas de royalties e a mudança na base de cobrança, ele lembrou que a carga tributária no Brasil já é elevada. "Como se preparar para um aumento de royalties?", indagou.
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