Suprema Corte dos EUA adia execução por injeção letal

Justiça deve decidir se método de aplicação da pena de morte é inconstitucional.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Quinze minutos antes de receber uma injeção letal em uma prisão no Estado americano do Mississippi, nesta terça-feira, o prisioneiro Earl Wesley Berry teve sua execução adiada por uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos. Os advogados de Berry, condenado à morte em 1988 pelo assassinato de uma mulher no ano anterior, entraram com o pedido de adiamento da execução do prisioneiro até que a Justiça decida se o uso da injeção letal é ou não inconstitucional. Berry já havia comido o que seria sua última refeição e se despedido da família, mas ainda não havia sido levado para a câmara de execução quando a decisão da Suprema Corte foi anunciada. Este foi o último de uma série de adiamentos de execuções por injeção letal em vários Estados americanos desde 25 de setembro, quando a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu analisar o caso "Baze versus Reese". Nesse caso, dois réus de Kentucky, Ralph Baze e Thomas Clyde Bowling Jr, alegam que a injeção letal é cruel e viola a oitava emenda da Constituição americana (que proíbe punições cruéis). Diversos tribunais americanos estão recebendo pedidos de adiamento de execuções até que o caso de Kentucky seja decidido, o que está previsto para o início de 2008. Segundo analistas, esses tribunais irão provavelmente interpretar a decisão da Suprema Corte como um sinal de que devem impor uma moratória extra-oficial às execuções até que o caso "Baze versus Reese" tenha uma decisão. Segundo Rajesh Mirchandani, correspondente da BBC em Washington, a decisão sobre o caso "Baze versus Reese" não vai acabar com a pena de morte, mas poderá mudar a maneira como os Estados Unidos aplicam a pena. Dos 38 Estados americanos que aplicam a pena capital, 37 utilizam o método de injeção letal. Nesse tipo de execução os prisioneiros recebem uma combinação de três drogas: primeiro, um sedativo; depois, uma substância que paralisa todos os músculos, menos o coração; por fim, é aplicada uma droga que provoca uma parada cardíaca e mata o prisioneiro. Ativistas de direitos humanos argumentam que o uso de sedativos faz com que seja impossível determinar se o prisioneiro está sofrendo ou não. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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