Suspeitos de fraude na UniRio não depõem

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Por Alfredo Junqueira
Atualização:

RIO - Os cinco suspeitos de fraudar o sistema de matrículas para entrar na Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) não atenderam à convocação para prestar depoimento ontem na comissão de sindicância que investiga o caso. Segundo o diretor do Instituto Biomédico da UniRio, Antonio Brisolla, responsável pela investigação interna, não há dúvida de que os acusados estavam frequentando as salas de aula de forma irregular. A sindicância deve julgar à revelia a conduta dos suspeitos - quatro mulheres e um homem. Também ontem, o Ministério Público Federal no Rio instaurou inquérito civil para apurar as responsabilidades e avaliar se houve ato de improbidade administrativa por parte de servidores públicos. A investigação criminal está sendo realizada pela Polícia Federal. A principal suspeita é a de que exista um esquema de venda de vagas ociosas. Apesar de o Ministério da Educação e o reitor da UniRio, Luiz Pedro San Gil Jutuca, esperarem para hoje um relatório preliminar sobre a investigação interna, Brisolla afirmou que vai precisar de mais tempo para concluir o processo. O Conselho Federal de Medicina (CFM) repudiou o caso. "Nossa preocupação é que fraudes como esta estejam ocorrendo em outras das 185 escolas de Medicina do País", afirmou o presidente da entidade, Roberto Luiz d'Ávila. Indignação. A suspeita de fraude provocou alvoroço e revolta na universidade. "Levei quatro anos para conseguir entrar na UniRio", disse Diego Drummond Hubner, de 27 anos. "Se eles tinham dinheiro para comprar uma vaga, poderiam ter usado esses recursos para estudar numa faculdade privada ou para frequentar cursinhos", reclamou.

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