Tarso nega intimidação com possível indiciamento de Protógenes

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Por Redação
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Em meio à possibilidade de o delegado responsável pela Operação Satiagraha, Protógenes Queiroz, ser indiciado em inquérito da Polícia Federal, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que a medida não vai atrapalhar as investigações e descartou intimidação. A Operação Satiagraha, realizada pela PF em julho, para combater crimes financeiros, levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, todos já liberados por determinação da Justiça. A Corregedoria da PF pretende indiciar Protógenes pelos crimes de quebra de sigilo funcional, desobediência, usurpação de função pública, prevaricação e violação telefônica. A pena prevista é de ao menos 3 anos e meio. Segundo o ministro, se Protógenes "não cometeu nenhum erro, sairá fortalecido. Se cometeu, vai ser julgado pela Justiça". Para Tarso, a investigação interna da PF não representa intimidação contra os agentes em futuras investigações. "Não há nenhuma intimidação. Ao contrário, isso dá tranquilidade para os policiais e para a sociedade, porque se vê que a Polícia Federal também cuida dos seus quando cometem algum erro." No entender do ministro, o indiciamento de Protógenes não vai atrapalhar as investigações contra Daniel Dantas. "As investigações continuam em andamento e em alguns dias serão apresentadas ao Poder Judiciário", garantiu. O ministro disse ainda que a operação será paradigmática porque vai punir possíveis erros cometidos na investigação e ao mesmo tempo apresentar provas contra os acusados. "A Satiagraha será exemplar na correção de erros que ocorreram e paradigmática no próprio inquérito", disse Tarso Genro a jornalistas nesta segunda-feira, após encontro com o prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. A PF está refazendo o inquérito da Satiagraha para evitar futuras contestações na Justiça. "Aquela equipe técnica que foi para São Paulo está trabalhando em silêncio, tecnicamente, com a participação do Ministério Público fazendo e refazendo todo o levantamento. Tudo o que for apresentado agora vai estar livre de qualquer nulidade ou problema ocorrido anteriormente", acrescentou. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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