A corrida pelos 46 mil ingressos quase já esgotados para ver a seleção brasileira na terça-feira, contra o Paraguai, na Arena Corinthians, mostra o quanto a boa fase da seleção brasileira parece ter vencido a resistência do público paulistano. A cidade tem um histórico de críticas à seleção brasileira, aspecto que parece começar a evoluir.
São Paulo era, pelo menos no começo das Eliminatórias, um destino a ser evitado. Na época, o técnico Dunga chegou a falar que a seleção iria para onde teria carinho do público. Os cinco primeiros jogos da seleção foram em cidades do Nordeste e do Norte. Como os bons resultados apareceram, o Sudeste entrou no calendário com Belo Horizonte, em novembro, e São Paulo, na terça-feira.
O jogo marca o reencontro do técnico Tite com o estádio do Corinthians, clube onde conquistou seis títulos e é ídolo da torcida. O treinador sabe que esse retorno à arena ajudou a cativar a procura da torcida, mesmo com o ingresso mais barato a R$ 200.
“Quem for ao jogo precisa ter paciência para apoiar o time. Às vezes vamos ter que rodar a bola, tocar para trás, recuar para o goleiro e buscar espaços. Por isso, peço a compreensão do torcedor”, disse.
O apelo dele é para o público não se sentir ansioso e voltar a propiciar cenas de críticas à seleção, como houve no passado. Em 2001, contra o Colômbia, no Morumbi, a torcida brasileira chegou a arremessar em direção ao campo as bandeiras recebidas na porta do estádio.
Anos antes, em 1993, o Brasil bateu o Equador sob vaias, no mesmo estádio. “Jogar em São Paulo sempre foi mais difícil. A torcida é bem impaciente e não é tão calorosa como é nas cidades do Nordeste”, disse o ex-meia Paulo Isidoro, que disputou a Copa de 1982.
A equipe atual, apesar da boa fase e de vir de golear o Uruguai, já se preocupa com a receita para não decepcionar o público paulistano. “Devemos jogar com personalidade, com a bola no chão e paciência. Com certeza assim o resultado virá”, disse o zagueiro Miranda.