Trabalhadores vivem em banheiro público na China

Grupo de dez migrantes vivia faz meses colocou cama, fogareiro e até televisão no banheiro, onde .

PUBLICIDADE

Por BBC Brasil
Atualização:

As autoridades de Hangzhou, no sudeste da China, descobriram dez trabalhadores migrantes morando em um banheiro público da cidade, informou a mídia local. Acredita-se que o grupo estava vivendo no banheiro havia vários meses. No local há uma cama, panelas e um fogareiro e uma televisão. Uma das mulheres disse que não tem como pagar o aluguel de um quarto e suas despesas, e ainda enviar dinheiro para a família. A China tem cerca de 20 milhões de trabalhadores migrantes, que saem de regiões pobres rurais para trabalhar nas cidades que crescem rapidamente, ou nos polos industriais. O caso, que foi amplamente noticiado pela mídia chinesa, destaca as condições de pobreza e os baixos salários de muitos desses migrantes. Cheiro de urina Uma mulher chamada Ai, que mora no banheiro feminino, disse ao jornal Zhejiang Morning Express: "Nos acostumamos com o forte cheiro de urina. A pior coisa é que as pessoas estão sempre roubando minhas panelas e fogareiros". A amiga de Ai, Wang Yuhua, mora no banheiro masculino. "O ruim é que aqui há ratos por todos os lados", diz ela. Os moradores da área já sabem da presença dos trabalhadores e evitam usar o banheiro. Alguns, no entanto, ainda se surpreendem com a cena. "Quando corri para dentro para usar o banheiro, fiquei chocado ao ver tantas pessoas sentadas ali, conversando ou fazendo coisas", disse um morador ao jornal. Uma das moradoras disse que uma amiga estava com inveja, já que ela não paga aluguel pelo uso do banheiro. As autoridades locais disseram que como as instalações - cuja construção foi completada em meados do ano passado - ainda não foram entregues oficialmente, elas estão fazendo vista grossa. Mas um porta-voz da assembleia local avisou: "É proibido viver dentro dos banheiros, já que eles são para uso público". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.