27 de julho de 2011 | 12h06
Pyongyang lançou seu pedido mais recente por um tratado em meio a um abrandamento das tensões com sua rival Coreia do Sul e durante uma visita aos EUA de um diplomata norte-coreano de alto escalão para discutir a retomada das negociações paralisadas sobre o desarmamento nuclear.
"Concluir um acordo de paz pode representar o primeiro passo para a solução da questão coreana, incluindo a desnuclearização", disse a agência estatal de notícias KCNA em comentário sobre o aniversário do cessar-fogo na guerra de 1950-53.
As duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra, porque os combates terminaram apenas com uma trégua, não com um tratado.
A Coreia do Norte vem tentando há anos persuadir os EUA a firmar um tratado de paz, esperando com isso forçar a retirada de cerca de 30 mil soldados americanos da Coreia do Sul.
Pyongyang se retirou das negociações sobre ajuda em troca de desnuclearização, em 2009, depois de a ONU ter lhe imposto uma nova rodada de sanções em função de seus testes nucleares e de mísseis. No ano passado, disse que queria voltar às negociações.
Washington e Seul apontam para as revelações feitas pela Coreia do Norte no ano passado sobre um programa de enriquecimento de urânio como sinal de que o país não fala a sério sobre abrir mão de seus planos de desenvolver armas atômicas. A Coreia do Norte já realizou dois testes de artefatos nucleares à base de plutônio.
O vice-ministro do Exterior norte-coreano, Kim Kye-gwan, chegou a Nova York na quarta-feira, onde deve ter um encontro com o enviado de Washington para assuntos relativos à península coreana, Stephen Bosworth.
Crescem as esperanças de que as negociações entre seis países, que também envolvem a China, a Rússia e o Japão, sejam retomadas pouco após o encontro que enviados nucleares e chanceleres das duas Coreias tiveram na semana passada.
No ano passado, depois de ataques terem matado 50 sul-coreanos, as relações entre as duas Coreias chegaram ao nível mais baixo em quase duas décadas.
(Reportagem de Jeremy Laurence)
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