Treinamento pretende aumentar número de transplantes

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Por AE
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Cerca de 45% dos transplantes realizados no Brasil no ano passado foram feitos em São Paulo. Mais do que o bom desempenho dos paulistas, o resultado revela as desigualdades do setor. Hoje, os primeiros oito alunos de um curso que pretende começar a mudar esse desequilíbrio começam a ser formados no Hospital Sírio-Libanês. Vindos de 16 Estados (AC, AM, AL, PA, RO, MA, PI, RN, PB, SE, BA, MT, MS, GO, DF e SC) que hoje respondem por apenas 16,4% dos transplantes realizados anualmente, 40 alunos passarão pelo curso neste ano. O objetivo é formar médicos para a captação de órgãos, distribuição e cirurgias, como as de fígado, rim e pâncreas. Hoje, 35% de 1,3 mil equipes transplantadoras estão concentradas em São Paulo. O projeto é resultado de uma parceria entre o Sírio-Libanês, Ministério da Saúde e a recém-criada Fundação de Transplante de Órgãos e Tecidos de São Paulo (TransÓrgãos). O orçamento é de R$ 3,5 milhões. "O perfil do profissional selecionado é o médico formado entre cinco e oito anos e de alguma forma ligado à universidade", afirma o professor emérito da Faculdade de Medicina da USP Silvano Raia, idealizador do curso. Pioneiro do transplante de fígado no Brasil, o médico é também presidente da TransÓrgãos. Raia explica que a formação dos profissionais será de responsabilidade não apenas do Sírio-Libanês, mas também de instituições como o Hospital do Rim, Hospital das Clínicas (HC) e Santa Casa. "Muitos desses Estados fazem apenas transplantes intervivos, por isso a necessidade de treiná-los para os transplantes de doadores cadáveres", afirma o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Alberto Beltrame. A implantação da formação no Sírio-Libanês foi propiciada pela mudança nos critérios de distribuição dos certificados de filantropia no fim de 2008. Em troca da isenção de impostos, como PIS e Cofins, as unidades devem formular projetos maiores de assistência para a rede pública. Apesar dos benefícios, as alterações geraram polêmica quando ocorreram porque parte das filantrópicas beneficiadas tinha, naquele momento, os certificados de filantropia questionados por supostas irregularidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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