Três PMs são indiciados no Rio por morte de mototaxistas

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Por Fabio Grellet
Atualização:

Três policiais militares do 9.º Batalhão suspeitos de terem assassinado a tiros dois mototaxistas em Rocha Miranda, na zona norte do Rio, serão indiciados pela Polícia Civil sob acusação de homicídio doloso e fraude processual.No último dia 10, o mototaxista Gleberson Nascimento Alves, de 28 anos, foi com três colegas a um depósito de ferro-velho em Colégio, na zona norte, para comprar uma peça usada para sua moto. Ao sair do ferro-velho, o grupo se deparou com policiais, que confundiram a peça que Gleberson carregava com um fuzil. Os PMs iniciaram uma perseguição e começaram a atirar, segundo a investigação.Gleberson morreu, assim como Alan de Souza Pereira, de 20 anos. Layon Duarte, de 25 anos, ficou ferido. Os PMs registraram então um boletim de ocorrência na 29ª DP segundo o qual o grupo havia roubado um cordão de um homem e, ao ser perseguido, atirou contra os policiais. Os PMs também apresentaram uma pistola que, segundo eles, era usada pelo grupo. Mas depoimentos de dois sobreviventes e testemunhas, além de filmagens de moradores e de uma câmera de segurança, comprovaram que o grupo não estava armado. Uma foto levada por parentes também confirmou que o cordão já pertencia a Gleberson. Por isso os policiais também vão responder por fraude processual."A versão dos sobreviventes e das testemunhas é igual: não houve tiroteio. Só os PMs atiraram. Após o crime, os policiais tentaram encobrir o que fizeram e colocaram uma pistola na mão direita do Gleberson, que é canhoto", disse ao jornal Extra o delegado Marcus Neves, da 40ª DP (Honório Gurgel). Os mototaxistas são da favela Bateau Mouche, na Praça Seca, zona oeste do Rio. A PM instaurou um Inquérito Policial Militar, mas até ontem os policiais acusados continuavam trabalhando.

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