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Tumulto e agressões marcam desocupação na USP

Estudantes jogaram água em jornalistas e brigaram entre si ao final da invasão

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Por Redação
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A ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo (SP), que durou 50 dias, acabou no início da noite desta sexta-feira, 21, com agressões e tumultos. Depois de negociações entre estudantes, funcionários e reitoria, um documento foi assinado pelas três partes, garantindo reivindicações condicionadas ao fim da greve e à desocupação do prédio da reitoria. Com a desculpa de limpar a entrada da reitoria, os estudantes usaram uma mangueira de bombeiro e jogaram baldes de água e sabão nos cerca de 50 jornalistas e observadores que aguardavam a saída. No tumulto, alguns jornalistas foram agredidos por estudantes com os rostos cobertos. Houve brigas entre estudantes de partidos opostos. Naquele momento, um carro de som dos funcionários tocava Para Não Dizer que Não Falei das Flores. Até as 20 horas, a polícia não havia aparecido. A desocupação começou na quinta-feira, 21, quando os estudantes votaram o fim da invasão, condicionado à decisão dos funcionários, que haviam apoiado o movimento desde o começo e também estavam em greve. Por volta das 13 horas desta sexta, o grupo de cinco professores que intermediou as negociações leu, na assembléia dos funcionários, um documento escrito pela reitora Suely Vilela pedindo a desocupação do prédio, o fim da greve e oferecendo apenas a disponibilidade para negociar com uma comissão as reivindicações da categoria. Os funcionários não ficaram satisfeitos, e as negociações tiveram de recomeçar. O documento foi refeito por voltas 15h30 e Suely então garantiu que não descontaria do salário dos funcionários os dias parados, e a assembléia acabou aprovando o fim da ocupação. Só mais de três horas - e muita música de Raul Seixas, Elis Regina e Geraldo Vandré - depois, os estudantes resolveram de fato sair da reitoria. O chefe-de-gabinete da reitora, Alberto Carlos Amadio, já havia entrado no local, verificado o prédio e dado o aval a Suely para assinar o documento com estudantes e funcionários. A reitora acabou atendendo muitas das reivindicações dos estudantes, como a não punição dos invasores, o aumento da moradia estudantil, a discussão do estatuto da universidade e o debate sobre um projeto de inclusão de alunos carentes. Leia reportagem completa na edição deste sábado de O Estado de S. Paulo

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