TVs dos EUA fazem alerta sobre vazamento de pesquisa nas mídias sociais

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Por LISA RICHWINE
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As redes de televisão dos EUA enfrentam um novo desafio na cobertura da eleição presidencial extremamente apertada este ano: evitar que os resultados das pesquisas de boca de urna bem guardados vazem para o Twitter, Facebook e outras plataformas de mídia social. As grandes redes de notícias de televisão concordaram em proteger os dados preliminares de pesquisas de boca de urna sugerindo quem está liderando em um Estado até que as urnas do Estado fechem. Isso significa nenhum tweet de pesquisas, postagens no Facebook ou retwitar dados divulgados por outros. "Nós não vamos projetar ou caracterizar uma corrida até que todas as urnas estejam programadas para ter fechado nesse Estado", disse Sheldon Gawiser, diretor de eleições para NBC News. As autoridades eleitorais temem que o vazamento possa desencorajar as pessoas de votar se acharem que a corrida em seu Estado já está decidida, diminuindo a contagem dos votos e distorcendo os resultados. A proximidade da eleição este ano entre o presidente Barack Obama e o desafiante republicano Mitt Romney concentrou a atenção em Estados-chave --como Ohio, Virgínia e Flórida-- e no que as pesquisas de boca de urna neles podem sinalizar sobre quem vai ganhar a Casa Branca. Isso ressuscitou lembranças da disputa acirrada de 2000 entre o republicano George W. Bush e o democrata Al Gore. Alguns meios de comunicação projetaram uma vitória de Gore na Flórida, enquanto as urnas na parte ocidental do Estado permaneciam abertas. As redes depois voltaram atrás, deixando dúvidas sobre quem ganhou e provocando um mês de recontagem e batalhas judiciais. Dados da pesquisa de boca de urna são coletados pela Edison Media Research, de Nova Jersey, em nome da National Election Pool, um consórcio da ABC da Walt Disney, da Fox da News Corp,, da CNN da Time Warner, da NBC da Comcast Corp, da CBS da CBS Corp e da Associated Press. As empresas de mídia usam os resultados para ajudá-los a declarar os resultados em cada Estado, e para informar a análise pós-eleitoral. A Reuters não é um membro do consórcio e coleta dados de boca de urna com a empresa de pesquisa de mercado Ipsos, mas não vai divulgar nenhum dado de boca de urna antes do encerramento da votação, informou uma porta-voz da Thomson Reuters Corp> . Pequenos veículos de notícias e blogs não estão vinculados ao compromisso assumido pelos membros da National Election Pool, e podem divulgar quaisquer dados que receberem. Em 2004, por exemplo, o The Drudge Report postou os primeiros resultados que favoreceram John Kerry. As ações norte-americanas despencaram, e Kerry acabou perdendo a disputa, destacando que os resultados preliminares e incompletos podem estar errados. Um representante do Drudge Report não pôde ser imediatamente contatado por e-mail. Depois de vazamentos em eleições passadas, as grandes redes de TV têm tomado medidas para segurar as informações. Seguindo um modelo usado nas últimas três eleições, seis analistas --um de cada organização de notícias da National Election Pool- ficarão isolados em uma "sala de quarentena" das 11h às 17h, no fuso horário do Leste dos EUA, nesta terça-feira, sem acesso a telefone ou e-mail, disse Gawiser. Eles vão fazer uma análise preliminar dos dados antes de eles serem liberados para o pessoal das agências de notícias. Este ano, a corrida apertada e a prevalência de redes sociais aumentam o risco de que os dados se espalhem rapidamente se houver vazamentos, disse Tom Rosenstiel, diretor do Projeto para a Excelência em Jornalismo do Pew Research Center. "Se isso viesse a acontecer hoje, com a penetração da Internet e a velocidade dos meios de comunicação social, (os dados) ficariam conhecidos bem amplamente", disse ele.

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