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Ucrânia e rebeldes prometem cessar-fogo na sexta-feira se houver plano de paz

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e o principal líder rebelde pró-Rússia disseram que irão ordenar um cessar-fogo na sexta-feira, contanto que se firme um acordo a respeito de um novo plano de paz para encerrar a guerra de cinco meses no leste ucraniano. O primeiro aparente progresso desse tipo no conflito acontece depois de uma semana na qual os separatistas obtiveram grandes vitórias com o que a Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirma ser o apoio explícito de soldados russos. Falando nos bastidores de uma cúpula da Otan no País de Gales, Poroshenko declarou que o cessar-fogo está condicionado a uma reunião já agendada em Minsk, na Bielorrússia, na sexta-feira com enviados de Ucrânia, Rússia e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). “Às 8h de sexta-feira (horário de Brasília), contanto que o encontro (em Minsk) aconteça, pedirei ao gabinete que ponha em vigor um cessar-fogo bilateral, e esperamos que a implementação do plano de paz comece amanhã”, afirmou Poroshenko. O líder rebelde Alexander Zakharchenko disse em um comunicado que os separatistas também ordenarão um cessar-fogo uma hora mais tarde, contanto que os representantes de Kiev concordem com um plano de paz no encontro de Minsk. Os anúncios vieram um dia depois de o presidente russo, Vladimir Putin, propor um plano de paz de sete pontos que poria fim aos combates no leste da Ucrânia, mas mantendo o controle dos rebeldes sobre os territórios. Até agora não houve sinal de uma trégua no conflito no leste, onde os rebeldes avançaram rapidamente na semana passada com o apoio de milhares de militares, artilharia e tanques russos, segudo a Otan e Kiev. Moscou nega a presença de seus soldados, mesmo diante do que o Ocidente afirmam serem provas irrefutáveis.

Por ADRIAN CROFT E ALEKSANDAR VASOVIC
Atualização:

APOIO OCIDENTAL

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Poroshenko foi convidado a se encontrar com os presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e da França, François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, e outros líderes ocidentais no País de Gales, onde o primeiro-ministro britânico, David Cameron, é o anfitrião.

“Ao leste, a Rússia rasgou o manual com sua anexação ilegal e unilateral da Crimeia e suas tropas em solo ucraniano, ameaçando e minando um Estado soberano”, escreveram Obama e Cameron em um editorial conjunto em um jornal.

Hollande causou a maior surpresa na véspera da cúpula, adiando a entrega de um porta-helicópteros à Rússia, medida à qual resistiu durante longo tempo. Moscou o acusou de ceder à pressão política dos norte-americanos.

(Reportagem adicional de Gabriela Baczynska, em Donetsk, Pavel Polityuk e Gareth Jones, em Kiev, Katya Golubkova e Timothy Heritage, em Moscou, e Kylie MacLellan, em Newport)

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