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Universidade federal investiga trote violento em PE

Por MONICA BERNARDES
Atualização:

A quatro dias do início das aulas na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), localizada no município de Petrolina, no sertão de Pernambuco, o clima entre estudantes, professores e funcionários é tenso. O recente vazamento de um vídeo - publicado no Youtube - mostrando estudantes dos cursos de veterinária e zootecnia jogando baldes com fezes, sangue e urina de animais em calouros vem provocado críticas da comunidade local ao comando da instituição.Segundo representantes de entidades estudantis, os casos de trotes violentos já vinham sendo informados à reitoria da instituição há anos, "sem que medidas eficazes fossem adotadas". De acordo com o pró-reitor de ensino da Univasf, João Carlos Sedraz, as imagens seriam de um trote praticado entre os anos de 2007 e 2008 e "já estariam sendo investigados" pela procuradoria da universidade.Para o pró-reitor, a "prova" do comprometimento da instituição com o combate aos trotes violentos foi o lançamento, na última segunda-feira, de uma campanha educativa para coibir este tipo de ação. "Preparamos cartazes e panfletos alertando sobre o assunto e mostrando inclusive que quem participa de trotes violentos pode sofrer sanções que vão desde uma advertência até a expulsão", destacou.Ainda segundo Sedraz, desde 2008 - quando a Polícia Federal chegou a ser acionada em função de danos causados ao patrimônio da instituição durante um trote - a única forma permitida de recepção aos calouros dentro da Univasf é a que é organizada pela própria instituição. As atividades incluem doação de alimentos e de sangue.Nas imagens publicadas no Youtube - e que chegaram ao conhecimento da reitoria através de uma denúncia anônima - os calouros são amarrados pelos veteranos e logo depois são "banhados" com a mistura de fluidos animais. As imagens, segundo a universidade, teriam sido feitas em uma área fora do campus.A mãe de uma das supostas vítimas que aparece no vídeo, que preferiu não se identificar com receio de represálias dos agressores, confirmou que o trote aconteceu em 2008. "Ele pensou até em desistir do curso. De vez em quando ele encontra com um dos agressores nos corredores e tem muito medo, porque eles ameaçam mesmo. E agora, depois do vazamento destas imagens, ele não sabe se vai retornar, porque teme pela sua segurança", contou.

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