Universitário é morto a facadas em bar no centro do Rio

Jovem de 26 anos estava na Lapa quando foi atingido por biólogo que tentou fugir, mas está preso

PUBLICIDADE

Por Roberta Pennafort
Atualização:

O universitário João Paulo Gomes Pereira, de 26 anos, foi morto a facadas na madrugada deste sábado, 6, na Lapa, região boêmia da moda, no centro do Rio de Janeiro. Ele bebia com amigos em um bar e foi atacado pelo biólogo Carlos Humberto Castello Branco Gonçalves Filho, de 44 anos, que reagiu violentamente ao ser abordado por um grupo que suspeitava que ele furtara uma máquina fotográfica da mesa em que a vítima estava com amigos. Pereira era assessor do deputado estadual Chiquinho da Mangueira (PMDB). O biólogo tentou fugir correndo, mas acabou preso. Testemunhas contaram que o grupo, que saíra da zona norte da cidade para se divertir, estava numa mesa na parte externa de um bar na Travessa do Mosqueira, conversando, quando Gonçalves Filho se aproximou. Pouco depois, uma moça do grupo notou que sua máquina fotográfica desaparecera. Como o biólogo rondara a mesa, foi abordado e interrogado sobre a câmera. Segundo as testemunhas, ele tentou ir embora, mas Pereira lhe disse que esperasse a chegada da polícia. Foi quando Gonçalves Filho sacou um canivete e feriu o universitário no peito. O rapaz morreu a caminho do Hospital Souza Aguiar. Antes de correr, o agressor golpeou dois outros integrantes do grupo: Alexandre Silva de Moraes (que sofreu um corte superficial e foi liberado) e Fabiano Farias de Souza (que foi internado), ambos de 26 anos.   Facas e cassetete Gonçalves Filho só foi alcançado longe dali, por um policial. Ele estava com um canivete, duas facas e um cassetete. Foi autuado em flagrante e indiciado por homicídio, tentativa de homicídio e lesão corporal. Ele continuava preso na manhã deste sábado. Seu pai comentou o caso por telefone, atônito. "Não tenho a menor idéia do que aconteceu. Não sei se foi legítima defesa. Estou completamente por fora. Meu filho nunca participou de briga. Estou indo à delegacia com um advogado criminalista", disse. A família é de classe média alta: o pai mora na Gávea; o filho, no Leblon. Ambos são bairros nobres da zona sul da capital fluminense. O enterro de Pereira foi marcado para a tarde deste sábado, no cemitério do Catumbi. Ele estudava e trabalhava como auxiliar administrativo no gabinete do deputado estadual Chiquinho da Mangueira. Cesar Romero, assessor de Chiquinho, disse que ele era "um menino de ouro". "Chiquinho está chocado e irá dar apoio à família. Era um rapaz tranqüilo, maravilhoso, que só estava se divertindo com os amigos. Não dá para acreditar como uma pessoa perde a vida assim, de forma tão banal", lamentou um amigo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.