30 de julho de 2012 | 20h02
"Em dois dias, fizemos o que a UFRJ não fez em dois anos", diz a estudante de comunicação Carolina Barreto, de 26 anos, integrante do comando de greve. Além da ocupação cultural, os alunos se reuniram num mutirão de limpeza. "Gastamos R$ 600 em produtos, como detergente, desinfetante", afirma. Até o fim da semana, estão previstos maratona de cinema e oficinas de teatro.
A ocupação faz parte do movimento grevista de alunos, professores e técnicos administrativos da universidade federal, que paralisaram as atividades em 17 de maio. Entre as reivindicações, está a garantia de que a casa de shows se torne um espaço totalmente público, sem gestão compartilhada com a iniciativa privada.
Entre 30 e 40 alunos estão dormindo na antiga casa de shows. Eles armaram barracas de camping e instalaram colchões junto à antiga bilheteria. Professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo fizeram uma vistoria no local e recomendaram que os estudantes evitassem circular no que já foi a plateia do Canecão - parte do teto está cedendo. Os estudantes marcaram para quinta-feira uma reunião com associação de moradores e lojistas do bairro de Botafogo, para discutir o futuro do Canecão.
Em nota, a UFRJ explica que "o imóvel foi reintegrado à UFRJ em precaríssimas condições estruturais e infraestruturais, decorrentes da prolongada falta de manutenção e investimentos por parte do antigo ocupante". E que já há um processo de licitação para obras emergenciais. A nota não esclarece o uso que a universidade pretende dar ao espaço.
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