Urna com restos do papa é exposta no Vaticano

Restos de João Paulo II são tirados de sepultura; cerimônias oficiais que marcam beatificação[br]têm início hoje

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Por José Maria Mayrink
Atualização:

A urna com os restos mortais do papa João Paulo II foi retirada ontem da sepultura, na cripta da Basílica de São Pedro, numa cerimônia fechada, da qual participaram o secretário de Estado, cardeal Tarcísio Bertoni, outros cardeais, funcionários do Vaticano e médicos. O evento marcou a véspera da beatificação do polonês Karol Wojtyla - um tríduo de celebrações religiosas e atos culturais que começa hoje à noite com uma vigília de oração e se encerra na segunda-feira com uma missa de ação de graças. O corpo de João Paulo II estava guardado em três urnas: uma de madeira, aquela usada nos funerais, em abril de 2005, que foi guardada em outra urna, de metal, por sua vez depositada numa terceira urna de madeira. Os restos morais ficarão expostos para veneração até a madrugada de segunda-feira, "se ainda houver fluxo de devotos", segundo o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi. Às 5 horas, a Basílica de São Pedro será fechada, para preparação da missa de agradecimento, às 10h30. Será a primeira missa dedicada ao Beato João Paulo II. Depois da missa, o novo beato será sepultado sob o altar de São Sebastião, dentro da basílica. O ponto alto desses três dias de celebrações será a proclamação do novo beato por Bento XVI, amanhã, na Praça de São Pedro, cerimônia que atrairá pelo menos 300 mil fiéis. Pela previsão dos organizadores do evento, cerca de 1 milhão de pessoas deverão acompanhar as cerimônias durante os próximos três dias. O clima é de entusiasmo e fé. Milhares de peregrinos vindos do exterior e de todas as regiões da Itália invadiram a Cidade do Vaticano. Cartazes com o rosto e frases de João Paulo II se espalham por todos os cantos, da sala de desembarque do aeroporto às avenidas, ruas e praças de Roma. Na Praça de São Pedro, uma tela exibe, de manhã à noite, cenas das atividades de João Paulo II. Na colunata da ala esquerda da Praça de São Pedro, 26 painéis reproduzem, ano a ano, numa espécie de linha de tempo, os principais fatos de seu pontificado. A Santa Sé informou que 2.300 jornalistas de 101 países foram credenciados para a cobertura da beatificação. A Praça de São Pedro será aberta para o público às 6 horas. Até ontem, estava confirmada a vinda de 16 chefes de Estado, 4 chefes de governo e representantes de quatro casas reais ou monarquias, entre elas a da Grã-Bretanha, cuja rainha, Elizabeth II, não é católica, mas chefe da Igreja da Inglaterra, criada pelo rei Henrique VIII, após seu rompimento com Roma, no século 16. A missa de Bento XVI está marcada para as 10 horas, após uma hora de preparação, com orações e cânticos. Após a celebração, o papa se dirigirá com os cardeais ao interior da Basílica de São Pedro para prestar homenagem a ao novo beato. A relíquia a ser exposta ao culto será uma ampola de vidro com uma porção de sangue extraído do corpo de João Paulo II, no hospital, nos seus últimos dias de vida.

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