
26 de abril de 2011 | 00h00
Prestar um dos vestibulares mais concorridos do País, ser aprovado e não poder cursar. Mesmo sabendo disso, alunos que ainda não concluíram o ensino médio têm se inscrito na Fuvest como vestibulandos "reais", não treineiros. Ficam sem a vaga, mas obrigam a fundação a divulgar listas de chamada cada vez maiores.
No último exame, 479 candidatos com esse perfil foram listados na primeira chamada. Segundo a Fuvest, o prejuízo a quem pode se matricular é "temporário", já que são feitas cinco chamadas. Mas um candidato pode ter sido prejudicado se não chegou à 2.ª fase por causa de um concorrente "virtual".
Mesmo querendo fazer Engenharia de Produção, Rafael Costela, de 16 anos, aluno do Colégio Sion, prestou para Matemática. "Não fiz treineiro para ver como é o vestibular pra valer. Se o cara não passou para a 2.ª fase, não foi culpa minha. Saí em desvantagem por estar no 2.º ano."
Mesmo virtual, a aprovação emociona pais. Mariana Guarda, de 17, aluna do Colégio Bandeirantes, sonha com uma vaga na disputada Medicina, mas prestou para Zootecnia em Pirassununga. Quando soube que ela tinha "passado", a mãe, Renata Guarda, bateu no carro da frente. "Costumo aplaudir as atitudes dela. Quando você faz as coisas na base do elogio, o resultado é melhor." / FELIPE MORTARA, ESPECIAL PARA O ESTADO
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