PUBLICIDADE

VALE propõe licença com metade do salário para manter emprego

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A Vale informou nesta quinta-feira que propôs aos sindicatos de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul a concessão de licença remunerada visando a manutenção do nível de emprego desses Estados. A proposta, inédita no país segundo a companhia, garante 50 por cento do salário base com um piso mínimo garantido de 856 reais, além de manter integralmente todos os benefícios contratuais como assistência médica, previdência complementar, cartão-alimentação no valor de 220 reais mensais, reembolso creche, reembolso escola e material escolar, seguro de vida, entre outros, informou a companhia em nota. "O objetivo dessa nova proposta é possibilitar que a Vale consiga ganhar tempo para organizar sua produção em diferentes minas, de forma a se adequar à realidade de mercado", afirmou a empresa em nota. A empresa garante a manutenção dos empregados filiados aos sindicatos até maio de 2009 para todos que aceitarem o acordo, "incluindo os que entrarem em licença e os que continuarem em atividade", explicou. A Vale demitiu 1.300 empregados no final do ano passado e colocou 5,5 mil em férias coletivas. Desde então vem sendo pressionada por sindicalistas e pelo governo para amenizar o impacto dos cortes na economia brasileira. A maior produtora de minério de ferro do mundo justificou as medidas como uma adequação da produção à demanda diante da crise global. O corte de produção anunciado foi da ordem de 30 milhões de toneladas, ou 10 por cento do total. LUPI E DULCI De acordo com o presidente do Metabase, Paulo Soares de Souza, que reúne sindicatos de Minas Gerais, os sindicatos ligados à Vale estão decididos a não aceitar as propostas da empresa que incluam redução de salário, por considerarem a medida injusta tomada por uma empresa com previsão de alta de lucro em 2008. A categoria programa manifestação na sede da companhia no Rio de Janeiro, no dia 11 de fevereiro. Ele afirmou que a Vale está planejando colocar mais 7 mil empregados de férias coletivas nas minas de Brucutu e Fábrica, também em Minas. "Fomos a Brasília na segunda-feira e falamos com os ministros (do Trabalho, Carlos) Lupi e (o secretário-geral da Presidência, Luiz) Dulci que essas questões da Vale não podem continuar, o governo federal tem três pontas dentro da empresa, tem que fazer alguma coisa", disse ele à Reuters pelo telefone um pouco antes de se reunir com a Vale. A Vale não quis comentar imediatamente o assunto. De acordo com Souza, os sindicalistas mostraram ao ministro do Trabalho e ao secretário da Presidência que o governo pode atuar na Vale via BNDES, que tem ações da empresa; exercendo o direito de veto das "golden shares" que herdou da época da privatização; e principalmente, destacou Souza, pelo controlador principal da Vale, o fundo de pensão do Banco do Brasil, Previ. "O governo tem um braço muito forte dentro da empresa, as demissões já passam de 1.800 e não vão parar", alertou o sindicalista. Nesta quinta-feira, o presidente da Vale, Roger Agnelli, se reúne com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A pauta não foi divulgada. (Por Denise Luna)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.