Varejo cresce pelo 3o mês, apesar de ritmo mais brando

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Por RODRIGO VIGA GAIER
Atualização:

As vendas no varejo brasileiro cresceram pelo terceiro mês consecutivo em julho, na comparação com o mês anterior, mas deram alguns sinais de desaceleração. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta foi de 0,4 por cento, depois da expansão de 1,0 por cento em junho e de 1,5 por cento em maio. "É um crescimento discreto e já houve resultados mais substanciais. Se for tomar por esse ritmo de crescimento na ponta, podemos dizer que há um certo arrefecimento", disse o coordenador da pesquisa do IBGE, Nilo Lopes de Macedo. Na comparação com igual mês do ano passado, houve alta de 10,9 por cento. Analistas ouvidos pela Reuters previam crescimento mês a mês de 0,45 por cento --com previsões entre queda de 0,5 e alta de 1,2 por cento--, e elevação anual de 10,7 por cento --com estimativas de 9,6 a 12 por cento. O resultado "sugere, preliminarmente, uma nova desaceleração no ritmo de crescimento do PIB no terceiro trimestre em relação ao registrado entre abril e junho", destacou o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, em relatório. "Para o restante do ano, diante das condições da demanda que permanecem ainda fortalecidas, com destaque para os indicadores de renda e emprego, acreditamos que as vendas no varejo continuarão crescendo em ritmo moderado." O resultado mais brando que nos meses anteriores está associado ao comércio de hiper e supermercados, com aumento de apenas 0,1 por cento em julho. "Há uma trajetória decrescente, de desaceleração desse segmento", acrescentou. Ele frisou que o setor é o mais importante e com maior peso do varejo. "Qualquer movimento nesse setor é determinante para a taxa global. Essa desaceleração na ponta não tem uma explicação. São decisões de compra que não têm a ver com política ou fatores econômicos." Em relação a junho, seis dos 10 setores pesquisados tiveram aumento de vendas, sendo os destaques Livros, jornais, revistas e papelaria e Veículos, motos, partes e peças. Na comparação anual, o segmento de super e hipermercados manteve a trajetória de aumento das vendas, em 11 por cento, e respondeu por metade da taxa global. Nesse caso, todos os oito setores mostraram expansão. No ano, as vendas no varejo acumulam expansão de 11,4 por cento. VAREJO AMPLIADO O chamado varejo ampliado cresceu mais em julho, graças ao comportamento do setor de veículos, segundo o IBGE. O aumento foi de 1,2 por cento frente ao mês anterior e de 12,3 por cento em relação a 2009. O segmento de Veículos, motos e peças cresceu 2,9 e 14,6 por cento, respectivamente. "Esse foi um setor beneficiado pelo incentivo do IPI e que depois passou por uma queda com o fim do incentivo. Agora em julho houve promoções, lançamentos e a manutenção da oferta de crédito", disse Lopes de Macedo. Em julho, as vendas foram mais fortes nos Estados do Norte e Nordeste, em razão de vários fatores, como programas sociais, aumento do salário mínimo e aquecimento das economias locais. O IBGE acrescentou que a receita nominal do varejo cresceu também 0,4 por cento em julho sobre junho e 13,5 por cento na comparação anual.

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