Vítima de violência no exterior deve ligar para o 180

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Por Ligia Formenti
Atualização:

Brasileiras vítimas de violência que vivem em Portugal, Itália e Espanha a partir de hoje podem recorrer a uma nova central de atendimento, o Ligue 180 Internacional. O atendimento é um desdobramento do serviço que já existe há seis anos para mulheres que moram no Brasil. Assim como o programa inicial, o Ligue Internacional oferece, em português, orientações para mulheres que estão sob risco. As ligações são gratuitas e o atendimento, ininterrupto.Coordenado pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, o Ligue 180 procura orientar vítimas de violência com informações sobre como encontrar assistência, a quem recorrer e como denunciar o agressor. Da mesma forma que o serviço brasileiro, o Ligue 180 garante anonimato à denunciante.A secretária Especial de Políticas para mulheres, Iriny Lopes, observa que, fora do Brasil, longe das famílias e muitas vezes enfrentando a barreira de outro idioma, mulheres sentem-se muito mais desamparadas. Um conjunto de fatores que dificulta ainda mais a procura de ajuda. A escolha dos países para a nova central foi baseada no grande número de mulheres existente nas comunidades. O secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, afirmou que mesmo depois da criação o Ministério de Relações Exteriores de um serviço para atender vítimas, muitas mulheres ainda receiam procurar consulados. De acordo com secretário, o Brasil tem obrigação de estender proteção para brasileiros que estão no Exterior. A Polícia Federal, com auxílio de instituições internacionais conveniadas, irá investigar casos relatados pelas vítimas.O serviço, lançado para marcar o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, é feito em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e com Ministério da Justiça. A secretaria divulgou também um balanço do Ligue 180 feito no Brasil durante os primeiros 10 meses deste ano. São Paulo foi o Estado que mais recorreu ao serviço, com 77.189 ligações de mulheres. Em seguida, veio a Bahia, com 53.850 telefonemas e o Rio, com 44.345 denúncias. Em números proporcionais à população, a maior taxa de denúncias foi registrada no Distrito Federal: 792,6 atendimentos para cada 100 mil mulheres, seguido pelo Pará (767,3 por 100 mil mulheres) e Bahia (754,4).Em todo o País, até outubro foram 530.542 ligações de mulheres que sofrem situação de violência. A maior parte tem entre 20 e 40 anos e convive com o agressor por dez anos ou mais. Ainda de acordo com dados, 66% dos filhos presenciam a violência e 20% sofrem violência junto com a mãe. A criação do serviço, que vinha sendo estudada há dois anos, é uma parceria entre os ministérios das Relações Exteriores, da Justiça e a Secretaria Nacional de Políticas para as mulheres. Inicialmente, os consulados do Porto e de Lisboa, em Portugal, Madri e Barcelona, na Espanha, e Milão e Roma, na Itália, estarão atuando no serviço. No entanto, as ligações serão gratuitas de qualquer ponto desses países. (colaborou Lisandra Paraguassu)Serviço:Mulheres que vivem na Espanha: ligar para 900 990 055 fazer opção 3 e, em seguida, o número 61-3799.0180Mulheres que vivem em Portugal: ligar para 800 800 550 fazer a opção 3, em seguida, ligar o número 61-3799.0180Mulheres que vivem na Itália: ligar para 800 172 211 fazer opção 3 e ligar para 61- 3799.0180

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