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"Zona morta" se espalha pela Costa Oeste dos EUA

Partes do fundo do mar ao largo do Estado do Oregon se transformaram num tapete de caranguejos mortos

Por Agencia Estado
Atualização:

A condição mais grave de falta de oxigênio no mar já registrada na Costa Oeste dos Estados Unidos transformou partes do fundo do oceano ao largo do Estado do Oregon num tapete de caranguejos mortos e moluscos apodrecidos, mostra uma nova pesquisa. Praticamente todos os peixes fugiram da área. Cientistas, que esperavam encontrar os primeiros sinais de recuperação após o fim do período do "zona morta", encontraram, me vez disso, sinais ainda mais intensos de falta de oxigênio no fundo do mar. Este é o episódio de "zona morta" mais grave já registrado desde que o fenômeno foi identificado pela primeira vez, em 2002. Os níveis de oxigênio dissolvidos no mar chegam perto de zero em alguns locais. "Vimos um cemitério de caranguejos e não encontramos nenhum peixe o dia todo", afirma Jane Lubchenco, professora de Biologia Marinha na Universidade Estadual do Oregon. "A carnificina é chocante e deprimente". Os cientistas da universidade, em parceria com o Departamento Estadual de Pesca e Vida Silvestre, usaram um submarino de controle remoto para documentar o impacto biológico e fazer leituras do nível de oxigênio. A "zona morta" começou há cerca de um mês, e seus efeitos agora atingem proporções chocantes. Níveis de oxigênio abaixo de 1,4 mililitro por litro de água são considerados insuficientes para a maior parte da vida marinha. Em uma área de Cape Perpetua, na costa do Oregon, as pesquisas encontraram níveis de 0,5 mililitro por litro, a uma profundidade de 15 metros; 0,08 a 30 metros; e 0,14 a 50 metros. Em um caso, o índice apurado foi de 0,05, ou praticamente zero. Este é o quinto ano consecutivo em que o fenômeno se desenvolve na costa do Oregon. As causas parecem estar ligadas ao regime de ventos, que impulsionam correntes marítimas e empurra águas com baixo índice de oxigênio para a costa, sufocando os animais que vivem em águas rasas. Mas não está claro o que transformou a "zona morta" num evento anual.

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