Zoo de Niterói diz que Ibama descumpriu decisão judicial

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Por Tiago Rogero
Atualização:

O juiz substituto da 3ª Vara Federal de Niterói, Luiz Clemente Pereira Filho, concedeu liminar ontem à noite suspendendo a retirada dos animais da Fundação Jardim Zoológico (ZooNit). Apesar da decisão, os últimos 104 animais restantes foram removidos na manhã de hoje pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)."Passaram por cima de uma decisão judicial", disse a presidente da fundação, Gizelda Candioto. A chefe substituta da divisão de proteção ambiental do Ibama-RJ, Lísia Vanacôr, disse que a transferência dos bichos começou às 7h. "Quando o oficial de justiça chegou com a decisão, às 10h18, os animais já tinham sido removidos".Entre os bichos, está o leão Dengo, que será levado para Brasília, em um avião da Força Aérea Brasileira, onde se juntará à leoa Elza, sua companheira nos últimos três anos, que já tinha sido transferida. Os demais foram levados para criadouros credenciados pelo Ibama em Teresópolis e Nova Friburgo, na região serrana, e Guaratiba, na zona oeste do Rio. Alguns bichos foram para o centro de triagem do IBGE em Seropédica, também na zona oeste da capital fluminense.A presidente da Fundação ZooNit afirmou que vai buscar uma liminar para que os animais sejam trazidos de volta ao zoológico. Segundo o Ibama, o caso está agora com a Procuradoria Federal Especializada, que representa o órgão.Na decisão que suspendeu a transferência dos animais, o juiz informou que "o compromisso do Município de Niterói, por meio de seu representante máximo, faz presumir que a ZooNit terá condições de se adequar às exigências do Ibama em espaço razoável de tempo, motivo que, aliado aos prejuízos que serão causados a nossa sociedade em virtude do fechamento do zoológico, autorizam a concessão da medida liminar pleiteada".Segundo o Ibama, ao longo de 22 anos, o ZooNit não cumpriu "as normas mínimas exigidas para funcionamento de um jardim zoológico, mantendo os animais em espaços inadequados em termos de tamanho, conservação e higiene". Ainda de acordo com o órgão, a fundação recebia, destinava e soltava animais silvestres sem a autorização do Ibama, e não cumpriu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em 2004.

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