
28 de setembro de 2010 | 14h33
NOVA YORK - O ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Liberman, pediu um "acordo intermediário de longo prazo" com os palestinos sobre a troca de terras. A declaração de Liberman na reunião ministerial anual da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) é contrária à posição do primeiro-ministro Benjamim Netanyahu, que tenta chegar a um acordo final de paz com os palestinos no ano que vem.
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Segundo Lieberman, a solução deve ter "dois estágios" porque os "problemas emocionais" entre israelenses e palestinos não podem ser resolvidos até que uma nova geração que consiga estabelecer a confiança mútua seja formada. Para ele, a questão da desconfiança entre os dois povos exige um "acordo intermediário de longo prazo, algo que pode levar algumas décadas".
Durante o discurso de Lieberman, dois diplomatas palestinos se levantaram e deixaram o local da Assembleia. Os assentos destinados aos representantes do Irã e do Iraque estavam vazios quando mostrados pela televisão da ONU.
Lieberman também declarou que a questão do Irã está no centro do conflito do Oriente Médio. "A questão iraniana precisa ser resolvida" antes que possamos alcançar um acordo de longo prazo com os palestinos, disse o ministro. O escritório de Benjamin Netanyahu informou que a controversa proposta de Lieberman não reflete a opinião oficial de Israel.
Reposta
Logo após o discurso de Lieberman, Netanyahu se manifestou por meio de comunicado e disse que as declarações do chanceler não refletem a postura de Israel no conflito.
O comunicado se refere à parte em que Lieberman sugeriu "um intercâmbio de terras entre as populações" como solução do conflito, assim como "um acordo interino a longo prazo", o que excluiria uma solução definitiva.
"O conteúdo do discurso do ministro de Relações Exteriores não foi coordenado com o do primeiro-ministro", afirma o texto. "É o premiê Benjamin Netanyahu que se ocupa das negociações diplomáticas. Os outros aspectos para os acordos de paz serão definidos unicamente em torno da mesa de negociações e em nenhum outro lugar", conclui o comunicado.
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