
16 de março de 2010 | 08h08
JERUSALÉM - Dezenas de palestinos entraram em conflito com policiais israelenses em Jerusalém Oriental nesta terça-feira, 16. A data foi declarada como o "Dia da Fúria" pelo grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, em protesto à inauguração de uma sinagoga na área leste da cidade sagrada, predominantemente árabe.
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Várias regiões registraram enfrentamentos. Os palestinos atiravam pedras contra os militares, que respondiam com bombas de efeito moral e balas de borracha. Os manifestantes ainda queimaram pneus e latas de lixo.
Ao menos 40 palestinos deram entrada em hospitais de Jerusalém Oriental, alguns deles com ferimentos graves provocados por balas de borracha. Segundo a Polícia, 14 oficiais sofreram ferimentos leves e 40 manifestantes foram detidos.
Um porta-voz policial disse que 3 mil militares foram colocados nas ruas depois de o Hamas decretar o "Dia da Fúria" e chamar os palestinos para protestar contra o governo de Israel. "Convocamos o povo palestino para protestar nesta terça como o Dia da Fúria contra a ocupação de Jerusalém e na mesquita de al-Aqsa", informou o partido por meio de comunicado.
A violência nas ruas de Jerusalém ocorre em meio a visita do presidente Lula à região. Na segunda-feira, ele visitou Israel e pediu a ampliação do número de mediadores nas negociações de paz entre israelenses e palestinos. Nesta terça, o presidente segue para Belém, na Cisjordânia, onde se reunirá com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.
Os conflitos se somam aos desafios que os EUA enfrentam para reviver as negociações de paz no Oriente Médio, o que pode não ocorrer com o recente anúncio do governo israelense de pretender construir 1.600 casas em Jerusalém Ocidental, área reclamada pelos palestinos como a capital de seu futuro Estado.
A paralisação total da construção de novas casas era uma exigência dos palestinos para a retomada do diálogo. Em novembro, o governo israelense decretou o congelamento da expansão dos assentamentos, mas deixou claro que poderia continuar as obras em Jerusalém Oriental, que faz parte do território ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias de 1967. A decisão de construir novas casas foi duramente criticada pelos EUA e pela comunidade internacional e afastou as lideranças palestinas das conversas.
(Atualizado às 14h03)
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