
22 de julho de 2009 | 02h34
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, confirmou que voltará a seu país a partir desta quinta-feira, 23, e responsabilizou o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas daquele país, caso venha a ser morto. As declarações foram dadas na Nicarágua, no fim da noite de terça-feira, 21.
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"Eu responsabilizo, por minha vida, por minha segurança, o general Romeo Vasquez", afirmou Zelaya em entrevista coletiva concedida na embaixada de Honduras em Manágua. "Se algo me acontecer no caminho para Honduras, o responsável por meu assassinato, por minha morte, será o general Romeo Vásquez", insistiu o governante hondurenho detido e expulso de seu país em 28 de junho.
Zelaya confirmou que iniciará seu retorno por meio de "qualquer um dos pontos fronteiriços de Honduras com Guatemala, El Salvador ou Nicarágua" tão logo vença o prazo de 72 horas pedido pelo presidente da Costa Rica, Óscar Arias, em seu papel de mediador, para encontrar uma saída para a crise.
"A partir das 72 horas inicio meu retorno legítimo ao país. Não darei detalhes de como o farei, porque são estratégias que tenho que preservar", justificou.
Constitucionais
Zelaya assegurou que seu retorno a Honduras tem como objetivo "buscar soluções" e manifestou que será "um retorno pacífico, amparado no direito a resistir à opressão". Além disso, relatou ter enviado uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pedindo para que "aumente imediatamente suas medidas de restrições econômicas" contra o governo golpista de Roberto Micheletti.
"Estou pedindo para que endureçam medidas pessoais contra os conspiradores e os golpistas, tanto os da cúpula das Forças Armadas, quanto os da cúpula política que executou o golpe", disse Zelaya, sem dar mais explicações.
O líder deposto também pediu ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para que não obedeça a decisão do Governo de Roberto Micheletti, que ordenou hoje a expulsão da delegação diplomática venezuelana em Honduras.
Zelaya sustentou que o "regime golpista" não tem nenhuma legitimidade nos direitos local e internacional, e sugeriu ao pessoal diplomático da Venezuela reforçar sua segurança, porque os golpistas "são capazes de ir a uma sede diplomática, atirar e capturá-los. Espero o pior dessa gente, não tenho nenhuma dúvida", acrescentou.
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