
02 de julho de 2011 | 17h27
Fernando Henrique afirmou que o Brasil, e ele próprio, devem muito a Itamar. "Se não fosse o apoio decisivo de Itamar não seria possível fazer o Plano Real. Mesmo quando não estava totalmente convencido de certas medidas, ele sempre apoiou".
Os dois se conheceram no Senado, onde atuaram lado a lado na década de 1980. Segundo FHC, o fato de eles nunca terem sido muito próximos causou surpresa quando recebeu o convite para assumir um cargo no primeiro escalão do governo. Em 1992, Itamar convidou FHC a assumir o Ministério das Relações Exteriores e, no ano seguinte, o da Fazenda, onde comandou a criação do Plano Real. "Eu devo muito a ele porque me apoiou a ser candidato à Presidência da República. Mas o Brasil também deve, era um homem digno que não se deixava levar pelo fascínio do poder, um homem simples. Era um homem que não aceitava corrupção."
Itamar morreu na manhã deste sábado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 21 de maio para tratar de leucemia. O corpo de Itamar será velado e cremado em Minas Gerais. Fernando Henrique disse que não sabe se terá condições de comparecer. "Eu confesso que eu ando abalado. Morreu o Paulo Renato, morreu um grande amigo meu, o Juarez (Brandão Lopes), agora o Itamar. Eu também tenho os meus 80 anos. Meu sentimento é total, mas não sei se terei condições de ir".
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