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Opinião|Teatro restaurado, orgulho renovado

Reinauguração do Cultura Artística se integra aos projetos que vêm sendo colocados em pé para que o centro de São Paulo volte a ter a vida cultural e econômica que sempre teve

Por Fernando Carramaschi

Em minha história de 35 anos no Cultura Artística, ao qual cheguei a convite de meu saudoso amigo Zizo, Luiz Vieira de Carvalho Mesquita, não me lembro de outro momento tão especial como o atual. O nosso teatro – um verdadeiro monumento da cultura brasileira, internacionalmente conhecido como espaço de alta qualidade para a apresentação de músicos, atores e artistas de todas as áreas – está de volta após um longo e minucioso processo de restauro. E foi reaberto com inovações que o colocam entre os melhores do mundo.

Localizado no coração de São Paulo, o Teatro Cultura Artística (TCA) agora está mais bem equipado e confortável, com um sistema acústico exaltado por todos os musicistas. Outros destaques são a obra monumental da artista plástica Sandra Cinto que abraça a sala, e a livraria Megafauna. Em breve, teremos também um restaurante.

A reinauguração se integra aos projetos que vêm sendo colocados em pé para que a região central da capital paulista volte a ter a vida cultural e econômica que sempre teve. Os números já nos enchem de alegria: menos de dois meses após a reabertura, o teatro recebeu cerca de 6 mil ouvintes em apresentações como o recente recital do pianista Lang Lang, um dos mais talentosos do mundo. Não se trata apenas de paulistanos, mas de apaixonados por música que se deslocaram inclusive de outros Estados para aproveitar a oportunidade de ouvir esse fenomenal instrumentista.

Como pôde notar quem prestou atenção às consequências dessa apresentação, eventos como esse trazem bons ventos a hotéis, restaurantes, bares e espaços de lazer e convivência do centro. Sou testemunha, por exemplo, do movimento inusitado registrado no tradicional restaurante La Casserole, que fica próximo ao teatro, após o fim do espetáculo. Criou-se praticamente um terceiro turno, com todas as suas mesas ocupadas num horário em que normalmente há menor movimento. Da mesma forma, no igualmente tradicional Hotel Ca’d’Oro, já ficou evidente que a reabertura do Cultura Artística teve efeito bastante positivo sobre as reservas, como atestam seus diretores. Os reflexos também se fizeram notar no restaurante Gero, onde se podia contar, logo após o término da apresentação de Lang Lang, 14 pessoas que estiveram no teatro naquele início da noite de sábado.

Com sua programação de altíssima qualidade, trazendo ao País músicos requisitados por todas as grandes casas de espetáculos do mundo, nosso teatro incorpora ao processo de recuperação do centro de São Paulo consumidores que andavam afastados da região. E dá mais fôlego a espaços clássicos como os citados, entre muitos outros.

Contudo, o Cultura Artística é ainda mais do que isso. É também uma academia de música, com 11 salas de estudos, bolsistas e projetos para ampliar sua atuação nesse campo, trazendo jovens que vão circular em seu entorno, mais uma vez contribuindo para alavancar empreendimentos nas redondezas. E o teatro não se limitará à música clássica. A partir de 2025, serão oferecidas também apresentações de jazz, atraindo mais e novos públicos.

Por tudo isso, penso que a volta do Cultura Artística deve ser comemorada por amantes da boa música e por toda a sociedade. O trabalho foi árduo, mas, graças ao engajamento de nossa equipe, foi concluído com êxito. De minha parte, a reinauguração marca o auge de uma extensa trajetória em prol da difusão da arte em geral. Espero que este entusiasmo também chegue a você, cara leitora e caro leitor. E pode ter certeza: o nosso teatro é um marco no centro de São Paulo, com impactos sociais e econômicos que já estão fazendo a diferença.

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PESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO TEATRO DE CULTURA ARTÍSTICA, FOI FUNDADOR DA CORRETORA HEDGING-GRIFFO

Opinião por Fernando Carramaschi

Pesidente do Conselho de Administração do Teatro de Cultura Artística, foi fundador da corretora Hedging-Griffo