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Fórum dos Leitores

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

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Por Notas e Informações
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CRISE POLÍTICAImpasse Foi deflagrada a marcha para a crise política no Brasil. O presidencialismo é o pior sistema de governo para regiões instáveis e dependentes de commodities, como América Latina, África e Oriente Médio. A rigidez do sistema político propicia soluções como golpe de Estado, renúncia ou impeachment. Crises econômicas estão correlacionadas a crises políticas por causa da centralização presidencial e da dependência econômica do Estado, o que prejudica a estabilidade e afeta a governabilidade. A falta de transparência governamental e a ausência de mecanismos de controle mais rígidos agravam ainda mais os problemas. O presidencialismo funciona nos EUA porque lá existem forte autonomia federalista, liberdade de imprensa, respeito à jurisprudência da Corte Suprema e uma Constituição principiológica, com apenas 27 emendas em mais de dois séculos. Já o nosso dito presidencialismo de coalizão depende da negociação de votos por cargos, verbas e ministérios, ensejando muita corrupção, como amplamente demonstrado nas últimas décadas no nosso país. Emendas constitucionais dependem de quórum qualificado de três quintos no Congresso, em duas votações na Câmara e duas no Senado. Já houve mais de cem mudanças na Constituição de 1988. As regras institucionais estimulam tanto a convergência em períodos de estabilidade política e crescimento econômico (governos FHC e Lula) como a divergência em períodos de instabilidade política e de grave crise econômica (governos Collor, Dilma e Bolsonaro). A separação das funções de chefe de Estado e chefe de governo poderia ser a solução para melhorar tanto a estabilidade política como a governabilidade, a exemplo da maioria dos países europeus. Entretanto, dependeria de uma terceira consulta popular, porque o presidencialismo venceu tanto o referendo de 1963 como o plebiscito de 1993. Um novo sistema de governo só poderia ser implementado a partir de 2023. LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. rcostajr@uol.com.br Campinas

Regime perverso O mundo tem mais de 200 países. Se pusermos o melhor governante para administrar o Brasil, ainda assim haverá problemas e entraves para o seu desenvolvimento. O regime de presidencialismo de coalizão é muito perverso para a população, pois o presidente da República fica sempre refém de parlamentares que desejam servir-se de seus mandatos em proveito próprio. É preciso fazer uma reforma política oportunamente, para o bem de todos nós. LUIZ FELIPE SCHITTINI fschittini@gmail.com Rio de Janeiro

Patinando na corrupção Que o crescimento deste país está emperrado pelos vários tipos de corrupção, disso não há dúvida. É preciso uma força-tarefa blindada desses malfeitos para fazer este país andar, o mais depressa possível, sob pena de entrarmos num caminho sem volta. Onde estão os parlamentares decentes deste país e os que chegaram falando em mudanças? A politicagem não pode mais interferir nos ajustes de que o Brasil precisa. Corrupção e denúncias chegam a toda hora e envolverão cada vez mais gente, porque esta nação foi contaminada durante anos e a depuração vem sendo feita paulatinamente. Mas se esperarmos que se apure tudo as reformas jamais sairão e não chegaremos a lugar nenhum. Atenção, parlamentares, vocês não foram eleitos para ficarem vendo o tempo passar. ELIAS SKAF eskaf@hotmail.com São Paulo

Reforma da Previdência O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, diz que com ou sem governo se fará a reforma. Ora, o governo elaborou e encaminhou a proposta da reforma da Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e seus assessores foram diversas vezes ao Congresso e à imprensa explicar tudo em detalhes. O que será que os parlamentares ainda não entenderam, para poderem votar? Só falta desenhar. GUSTAVO GUIMARÃES DA VEIGA ggveiga@outlook.com São Paulo EM SÃO PAULO

Virada na Paulista Novamente Virada Cultural na Paulista, durante 24 horas entre sábado e domingo, o que significa permanecer fechada para automóveis e outros veículos, para os próprios moradores e os usuários da avenida. Trata-se de uma zona hospitalar, com pelo menos 13 importantes unidades situadas nos arredores. Também existem 18 prédios residenciais ao longo da via, diversos hotéis, shoppings, restaurantes, cinemas, museus, clubes, etc. Se uma parte da população, ávida por lazer, se diverte, outra fica seriamente prejudicada. Até quando a Prefeitura abusará da paciência dos moradores, que pagam IPTU altíssimo e outros impostos, mas a quem faltam silêncio para descanso e o direito básico de ir e vir? Como se fosse pouco, têm de compartilhar as calçadas e até as faixas de pedestres com ciclistas, skatistas, etc., e agora com as não menos temíveis patinetes elétricas. E que dizer dos desassistidos sem-teto que vivem nas calçadas, sob os viadutos, nos vãos do Masp, fazendo em público as suas necessidades? Sem falar nos furtos aos transeuntes. Que desgoverno! Justamente na Paulista, considerada o nosso coração financeiro. Imaginem se não fosse... M. CECÍLIA NACLÉRIO HOMEM mcecilianh@gmail.com São Paulo

Minhocão Muitos discordam do fato de a Prefeitura estar dando prosseguimento ao processo de transformar parte do Minhocão num parque. Mas eu concordo. E justifico: São Paulo não tem mais moradores de rua, a cidade está muito limpa e sem pichações, as ruas são verdadeiros tapetes, sem buracos, os semáforos estão perfeitamente sincronizados e funcionando bem, o transporte público é de dar inveja ao Primeiro Mundo, não existem mais congestionamentos, não temos mais cortiços nem invasões, não há mais pontos de alagamento, as escolas estão dotadas dos melhores recursos didáticos e os professores são bem pagos. Tudo isso já resolvido, não vejo por que não gastar dinheiro, que está sobrando, na construção de um parque elevado, detonando uma das vias principais de trânsito da cidade. Simples assim, não é? LUIZ FRANCISCO DE A. SALGADO salgado@grupolsalgado.com.br São Paulo

Algazarra A troca dos carros por “jardins suspensos” no Minhocão não vai aliviar o barulho para os moradores da região - crianças e adultos jogando bola e fazendo outras brincadeiras gritam e fazem muita algazarra. Ou a Prefeitura pretende também proibir o seu uso nos domingos e feriados, como fez com os carros? MARCOS POUGY marcoslaly@gmail.com São Paulo

DESORDEM E RETROCESSO

Durante a pré-campanha eleitoral de 2018, o economista Paulo Guedes, atualmente ministro da Economia, cunhou a seguinte frase ao ser convidado para ocupar este cargo caso o então candidato Jair Bolsonaro fosse eleito presidente da República: “Hoje, a ordem encontrou o progresso”. Afora a desmesurada prepotência contida nas suas palavras, o que ficou ali explícito foi uma promessa de campanha. Caso Bolsonaro fosse eleito, como o foi, e ele fosse seu ministro, então o Brasil finalmente viveria novos e gloriosos dias de pacificação e prosperidade, representadas nas palavras da nossa bandeira nacional “Ordem e Progresso”. Porém, já passados quase cinco meses do novo governo, tudo o que temos visto vindo de Brasília, e especialmente do Palácio do Planalto, não pode ser definido de outra forma senão como desordem e retrocesso. Desde que assumiu o mandato, o presidente não teve nenhum gesto de grandeza no sentido de pacificar o País, conturbado já há mais de uma década pelo discurso peçonhento dos ex-presidentes petistas Lula e Dilma, que cometeram o mesmo erro ao pregar o famigerado “nós contra eles”. Bolsonaro foi na mesma linha ao demonstrar que pretende governar apenas para o seu eleitorado, desprezando e provocando aqueles que não concordam com suas ideias e propostas. Para aqueles que não perderam o bom senso nestes anos de emburrecimento nacional, que também já vem de mais de uma década, é fácil perceber o despreparo e a completa inaptidão do presidente para o exercício do cargo que ocupa. Somente a direita reacionária e uma manada de seguidores débeis ainda não perceberam isso. Cometem o mesmo erro dos fanáticos petistas, que não admitem a corrupção e o desastre que marcaram as gestões do PT no poder. Ambos os grupos se comportam como seitas, cuja fé cega os impede de ver o que salta aos olhos daqueles que não se deixam enganar com tamanha facilidade. No fundo, bolsonaristas e petistas são muito parecidos. São intolerantes com o contraditório. Têm ojeriza à diversidade de pensamento e ambicionam a unanimidade. Os dois lados culpam a imprensa, a mídia, a Rede Globo por toda e qualquer crítica que lhes façam. Defendem as ditaduras de Nicolás Maduro, na Venezuela, e de Augusto Pinochet, no Chile. Fecham-se em guetos nas redes sociais, em que só são permitidos aqueles que comungam dos seus dogmas. Quem não for como eles logo é tratado aos pontapés e palavrões mais baixos. Doutores e madames de esquerda e direita perdem a linha facilmente, apenas porque alguém ousou lhes contestar, mesmo que seja apenas com alguns bons argumentos. Enfim, a História está cheia de exemplos provando aonde isso nos leva. Só não vê quem não quer. Quanto ao tal progresso representado pelo ministro Paulo Guedes, o que vimos até agora foi somente retrocesso e estagnação econômica, afinal, está comprovado que este senhor não sabe criar empregos e distribuir renda. Como bom banqueiro, ele só trabalha para o capital e o mercado. Ele não entende de povo. Não se preocupa com isso. Só sabe fazer cortes num país com 14 milhões de desempregados e dizer desaforos, tal como no seu “melhor pior” momento no cargo, ao perder as estribeiras quando foi chamado de “tchutchuca” por um deputado de oposição. Ao morder a isca, deixou claro que, além de não ter capacidade, também não tem temperamento para trazer progresso e desenvolvimento ao País. Bolsonaro e Guedes, em apenas cinco meses, são o retrato de um governo que envelheceu em tempo recorde. Deviam pegar seus bonés e se retirar. Pelo bem do Brasil.

Sandro Ferreira sandroferreira94@hotmail.com

Ponta Grossa (PR)

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LUA DE FEL

Em menos de cinco meses (!) de mandato, após ter sido surpreendentemente eleito com quase 58 milhões de votos, a lua de mel que Jair Bolsonaro deveria estar gozando com o Congresso está se transformando a cada novo dia numa lua de fel amarga e ácida, em razão de sua postura beligerante, autoritária e antidemocrática. Como avisa o dito caipira, “do jeito que a coisa vai, não vai dar em boa coisa”. E ainda faltam quatro longos anos...

J. S. Decol decoljs@gmail.com

São Paulo

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PAZ SOCIAL

Ordem e progresso, educação e democracia, voto consciente e solidariedade humana. Não há como fugir a essas regras para que a paz social seja possível, pois, caso prevaleçam determinadas outras regras presentes em nosso cotidiano, e assim tão ciosas de necessidades fantasiosas de desordem e revoluções, confrontos e imposição de ideologias, cada vez mais nos afastaremos da fórmula mágica da paz e da harmonia social, embora seja esta a fórmula mais difícil de ser sintetizada e compreendida, de ser aceita e compartilhada. Não há como fugir às conversas e entendimentos, aos diálogos políticos e às tolerâncias recíprocas, e a história já está cansada de nos exemplificar tal fato, indicando, inclusive, as possíveis e horrendas consequências dos desentendimentos e das ideologias que pregam apenas as oposições e confrontações.

Marcelo G. Jorge Feres marcelo.gomes.jorge.feres@gmail.com

Rio de Janeiro

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UM PAÍS DIVIDIDO

Estou com 67 anos e desde meus 30 anos amo política, economia e notícias sobre nosso país. Sigo, torço, discuto e, ultimamente, rezo, rezo muito pelo nosso Brasil. Viajei muito ao exterior, a trabalho, e pude comparar o que aconteceu aqui e lá fora no mesmo período. Paramos! Desde São Paulo, a cidade mais rica, até a cidade mais pobre. Por quê? Porque escolhemos mal representantes e modelos. A consequência foi que pioramos em segurança, em educação e não avançamos o quanto precisávamos em justiça. Não conseguimos criar um modelo de desenvolvimento autossustentável, pois escolhemos o modelo do Estado indutor, escolhemos empresas estatais e destruímos a indústria privada com um Estado gastando mais do que pode, e por isso exigindo impostos e justificando juros que, somados a um dos piores ambientes de negócio, limitaram demais a nossa indústria. Foi aí que perdemos os empregos e criamos a galinha que voa de vez em quando. Criamos um país dividido, dividido por regras que beneficiam uns, e não todos, privilégios para uns, e não para todos. Temos dois ex-presidentes respondendo a acusações de crimes na Justiça. A Justiça é ruim? Precisamos parar. Precisamos nos engajar a movimentos como Renova Brasil, Brasil 2000, precisamos apoiar partidos que defendam políticas de ajuste das contas, privatização, redução de impostos, abertura de mercado (inclusive o bancário), temos de parar de acreditar em cheque especial, Papai Noel e almoço de graça. Temos de louvar o capital, gostar de ricos e acreditar que só será bom quando for bom para todos.

Ricardo Freitas r.freitas@icbpacking.com.br

São Paulo

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‘ALERTA AO PRÓXIMO PRESIDENTE’

Em editorial (“Alerta ao próximo presidente”, 17/5, A3), o “Estadão” informa ao próximo presidente que só haverá dinheiro em caixa em 2026. Parece-me que a análise feita pelo “Estado”, que permitiu concluir tal constatação, mostrou a calamidade deixada pelos governos do PT. Creio ser impossível que se corrigisse isso em quatro meses. Por outro lado, é sabido que sem a nova Previdência nem mesmo em 2026 teríamos esta “sobra” de numerário. Diante de quadro tão calamitoso e diante do travamento que o Parlamento está fazendo para dar sequência à aprovação da nova Previdência, não seria de bom alvitre a imprensa, de maneira geral, mostrar ao povo a falta de responsabilidade de nossos parlamentares? Não seria contribuição muito maior ao País atitude como esta que proponho?

Abel Cabral abelcabral@uol.com.br

Campinas

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TSUNAMI

O presidente Bolsonaro previu um tsunami. Várias possibilidades de ocorrências foram levantadas pela mídia. Mas tsunami, mesmo, está sendo um Executivo que se diz despreparado para exercer o cargo, mas fiel ao prometido em campanha, para em seguida ser desconstruído por um Legislativo aferrado ao status quo, liderado por congressistas principiantes e inexperientes. O fato é que a população vê um ministro da Fazenda prometer o que não entrega. Estamos à beira de nova recessão, com um país quebrado e milhões de desempregados desesperançosos. O ministro da Justiça vira moeda de troca para a aprovação de uma reforma da Previdência cujo resultado é ainda uma incógnita. Mas talvez esta seja a tática presidencial, que já defenestrou Magno Malta e Gustavo Bebianno, antes seus mais próximos escudeiros. Este governar caótico, sem respaldo político, tem como resultado o poder de fato do Centrão, nosso Mefistófeles oculto. A população, antes esperançosa a ponto de lhe ter referendado com a eleição, se vê estupefata ante a desorientação de sua condução no poder. Ordem e progresso é o lema de nossa bandeira. Que seja fiel a este tema. Não segui-lo poderá ocasionar o maremoto que ele sugeriu.

Sergio Holl Lara jrmholl.idt@terra.com.br

Indaiatuba

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CENTRO

Uma analogia que não me sai da cabeça: o Centrão do Congresso e o Centro de São Paulo, sujo e com viciados permanentes.

André C. Frohnknecht caxumba888@gmail.com

São Paulo

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A RELAÇÃO BOLSONARO-MAIA

A Medida Provisória (MP) 870, sobre a reestruturação do governo, foi alvo de inexplicáveis alterações numa Comissão Especial Mista do Congresso. Estaria o rotundo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, agindo no sentido de não levá-la a plenário e efetuar sua votação no colégio de líderes. “Qué qué isso, para com uilson!”, diria aquele personagem da “Escolinha do Professor Raimundo”. Presidente Bolsonaro, abrolhos, quem tem amigo como este não precisa de inimigos.

Jomar Avena Barbosa joavena@terra.com.br

Rio de Janeiro

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MP 870

Que independência existe entre os Poderes? Está mais para parlamentarismo (rejeitado em 1993, erroneamente, a meu ver) do que presidencialismo. Independência somente para o Judiciário e o Legislativo? Deve o Legislativo interferir nas medidas administrativas do Executivo que reduzem ministérios e enxugam a máquina pública? Com este Congresso não há salvação!

Victor Raposo victor-raposo@uol.com.br

São Paulo

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DESPREPARO DEMOCRÁTICO

O governo do presidente Bolsonaro (e filhos) não vê aprovado nenhum projeto na Câmara nem no Congresso. É uma pena. Na minha opinião, a família do presidente e ministros têm perfil militar e acreditam que ordem superior é para ser obedecida sem aprovação do Legislativo. Ainda dá tempo de mudar a postura, caso contrário...

Roberto Hungria cardosohungria@gmail.com

Itapetininga

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SOB PRESSÃO, É UM CAOS

Impressionante como o presidente Jair Bolsonaro, sob pressão, perde as estribeiras e não é capaz de reconhecer erros grosseiros de sua administração ou de respeitar que supostos atos ilícitos devem ser investigados, mesmo que envolvam um filho seu.  Inicialmente, Bolsonaro peca quando, sem papa na língua e num comportamento totalmente inadequado para um presidente da República, chamou estudantes e professores universitários que participaram da surpreendente manifestação nas ruas e avenidas de 241 cidades do País, na quarta-feira, de “idiotas úteis”, dizendo que servem mais de “massa de manobra” de partidos e dirigentes sindicais. Tais manifestações, contudo, só ocorreram porque seu inapto ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que, em razão das balbúrdias e da exposição de alunos nus nos campus universitários, iria contingenciar recursos das federais (quando até do ensino básico cortou verbas...).  Se o ministro tivesse tido um mínimo de bom senso e liderança e explicado que o contingenciamento se devia à baixa arrecadação do governo federal neste ano, assim como sofreram todos os ministérios, para não infringir leis vigentes, provavelmente a manifestação popular não teria acontecido. Já sobre o seu filho senador Flávio Bolsonaro, que está sendo investigado pelo Ministério Público por suposta lavagem de dinheiro na compra de 19 imóveis, sem equilíbrio emocional algum, o presidente disse que “estão fazendo um esculacho em cima do meu filho”, e concluiu que Flávio está sendo perseguido. E acrescentou o presidente: “Querem me atingir? Venham pra cima de mim”, “se precisar, abro meu sigilo”, “não vão me pegar”. Ora, mesmo reconhecendo que, entre os 22 ministros que Jair Bolsonaro convocou, a maioria é competente, preocupa-me, e muito, a falta de tino político e institucional do presidente. Sob pressão, ele tem se mostrado um caos.

Paulo Panossian paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

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‘ESCULACHO’

De Jair Bolsonaro: “Estão fazendo esculacho em cima do meu filho”. Esculacho é o que os filhos fazem nas redes sociais!

Robert Haller robelisa1@terra.com.br

São Paulo

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FLÁVIO BOLSONARO

Salvo engano, na política, só é esculachado quem começou esculachando.

Francisco José Sidoti fransidoti@gmail.com

São Paulo

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BURACO

Passados quatro meses do governo Bolsonaro, a conclusão triste deste governo perdido entre esquemas de arrecadação ilegal do filho Flávio, a preocupação com o falo alheio e a vagina das mulheres, a intensa radicalização contra os LGBTs, a liberação de armas de fogos para que se matem livremente, o Brasil vai se afundando cada vez mais num buraco de que será difícil de sair.

Marcos Barbosa micabarbosa@gmail.com

Casa Branca

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BARBAS DE MOLHO

Bolsonaros, ponham as barbas de molho! Quando o Ministério Público começa a fazer “esculacho”, vem Polícia Federal às 6 da madrugada...

Paulo Sergio Arisi paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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INVESTIGAÇÕES

Que Flávio e Jair Bolsonaro são da mesma família ninguém discute, resta saber se são membros da mesma quadrilha criminosa também. O Brasil deseja boa sorte ao general Mourão no seu futuro governo.

Mário Barilá Filho mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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TRIUNVIRATO BRASILEIRO

O Brasil mais parece a Roma antiga: um imperador, Bolsonaro, e um triunvirato, Carlos, Flávio e Eduardo.

Vidal dos Santos vidal.santos@yahoo.com.br

Guarujá

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APARENTE CAOS

As declarações surpreendentes do presidente, as intrusões de seus filhos, aparentemente inspiradas pelos torpedos lançados por um guru duvidoso mas condecorado e as atitudes de alguns ministros desprovidos de sensibilidade política são sinais inicialmente interpretados pela sociedade e pelos meios de comunicação como problemas típicos de início de governo e, portanto, gradualmente corrigidos. Há, porém, agora uma sinistra desconfiança no ar, a de que o aparente caos faça parte de uma estratégia desenvolvida – com a complacência do próprio Bolsonaro – pela ala radical da equipe, no sentido de não permitir que nenhum de seus componentes eclipsem a imagem do “mito”. Tal hipótese deve ser considerada quando, por exemplo, ele próprio anuncia ter firmado compromisso com Sergio Moro, um dos seus mais respeitados auxiliares, no sentido de indicá-lo para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) a ser aberta somente daqui a um ano e meio, de certa forma constrangendo-o e esvaziando o seu imenso prestígio entre a população. Devem ser lembrados, também, os ziguezagues em ralação às ideias de Paulo Guedes, outro assessor fundamental, insinuando até certa divergência em torno da proposta do governo da reforma da Previdência, além das colisões com os militares, hoje, quem diria, uma ala moderadora. Tudo parece indicar que o panorama é mais complicado do que se supunha.

Paulo Roberto Gotaç pgotac@gmail.com

Rio de Janeiro

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PÉ NA JACA

No desfile da tropa pelo Eixo Monumental da Esplanada dos Ministérios, a maior impressão é a de que, mal começado, o comandante já está com o passo errado...

A.Fernandes standyball@hotmail.com

São Paulo

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‘OS DILEMAS DE MORO’

Sobre o artigo “Os dilemas de Moro” (17/5, A3), que maravilha, que conhecimento, que capacidade de análise deste excepcional jornalista, Fernando Gabeira!

Albino Bonomi acbonomi@yahoo.com.br

Ribeirão Preto

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TRAGÉDIA DEMOCRÁTICA

“A grande força da democracia (e partidos políticos) é confessar-se falível de imperfeição e impureza, o que não acontece com os sistemas totalitários, que se autopromovem em perfeitos e oniscientes para que sejam irresponsáveis e onipotentes” (Ulysses Guimarães). O pano de fundo do cenário brasileiro é a disputa pelo poder econômico e político, objetivando ao controle do Estado. As últimas notícias do Brasil oficial ao Brasil real dão conta do delicado momento vivido: “O Brasil está no fundo do poço e caminhamos para o colapso fiscal, em direção ao colapso social”. Desastres previsíveis. Tínhamos, até então, uma democracia aparente. O embuste era usar o populismo e a “defesa dos pobres”, valendo-se dos meios democráticos, lícitos ou ilícitos, incluindo mídia, políticos, poderes, as elites e os amigos do poder, para se manter no topo. Tudo com o verniz da democracia, sempre avalizada pelos cânones dos poderes. Novo governo, no entanto, o entorno, o mecanismo e os beneficiários continuam os mesmos. As resistências a qualquer mudança são imensas e só a nova Presidência não resolve. O Brasil real continua a ser escravo do Brasil oficial, pelos supostos guardiões da democracia e do povo com seus “representantes” eleitos. Subverteu-se, há tempos, a lógica da democracia representativa. O Brasil real que se satisfaça como puder, com as carências, na gestão, corrupção, impostos, entre outros “malefícios”, na ótica do Brasil oficial. Sempre foi assim, consolidado ainda mais a partir da Constituição dos Miseráveis de 1988. Que apelo singelo. Mudar este status quo, um mecanismo enraizado, é um problema complicado e causa muitas turbulências. Tenhamos esperança.

Luiz A. Bernardi luizbernardi51@gmail.com

São Paulo