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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
9 min de leitura

Poderes

Hugo Motta e o 8 de Janeiro

Motta diz que 8/1 não foi tentativa de golpe e que penas são ‘severas’ (Estadão, 8/2). Não posso acreditar que o deputado Hugo Motta, atual presidente da Câmara, realmente considere que alguns milhares de pessoas tenham, por acaso, decidido invadir e depredar as sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. É evidente que um ato dessa magnitude exigiu articulação, liderança e instruções coordenadas. Se, como ele sugere, fossem apenas “vândalos” ou “baderneiros” agindo de forma espontânea, por que se dirigiram exatamente aos palácios que simbolizam a democracia? Como conseguiram acesso tão facilitado? Como se organizaram para agir de maneira sincronizada? Gostaria de saber qual seria o sentimento do deputado se, do nada, um grupo de “baderneiros” invadisse seu gabinete com o intuito de demonstrar revolta. Certamente, ele não minimizaria o ocorrido nem desconsideraria a necessidade de investigar a fundo os responsáveis e os que estimularam essa ação. É lamentável ver um discurso que tenta esvaziar a gravidade dos fatos e desviar o foco das responsabilidades. Democracia se fortalece com compromisso com a verdade e respeito às instituições, não com discursos complacentes.

André Fandiño Landeira

Rio de Janeiro

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Condenações

Felizmente uma liderança no Congresso teve a coragem de dizer que os atos do 8 de Janeiro, no que diz respeito específica e objetivamente à invasão dos prédios dos Três Poderes em Brasília, foram apenas vandalismo, e não tentativa de golpe de Estado. Logo, condenar alguém por vandalismo e/ou depredação a 17 anos de prisão é, sem dúvida, um ato de vingança, e não de justiça.

Carlos Rodrigues

São Paulo

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‘Fala sério!’

“Golpe tem que ter um líder, golpe tem que ter uma pessoa estimulando, apoio de outras instituições interessadas. E não teve isso.” Será que o novo presidente da Câmara, Hugo Motta, queria que o principal interessado no ato, o líder inconteste, retornasse dos Estados Unidos e comandasse aquela massa, com objetivos determinados, numa motociata diante dos prédios de Brasília, acompanhado de seus preferidos generais golpistas? Nosso saudoso comediante Bussunda, na certa, diria: “Fala sério, Motta!”.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

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Ameaça à democracia

Impressionante como o novo presidente da Câmara dos Deputados é incoerente. No seu discurso de posse citou a palavra democracia 28 vezes, mas agora diz que a invasão dos Três Poderes não foi tentativa de golpe. Se invadissem e depredassem a casa dele, ele também defenderia uma pena branda?

Roberto Sigaud

São Paulo

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Fervura

O presidente da Câmara, deputado e médico Hugo Motta, está com o bisturi nas mãos. Motta tem pressão de garoto e é a nova dor de cabeça do Executivo. Causou insônia e polvorosa nas raias do governo Lula da Silva declarando que o 8 de Janeiro não foi tentativa de golpe. Com a explosiva afirmação, trouxe alento aos corações bolsonaristas. O caldeirão político vai ferver. Alguns já foram escalados para os enfadonhos bate-bocas de praxe. Tomara que Hugo Motta também não invente de usar boné sobre o tema.

Vicente Limongi Netto

Brasília

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Trump no Oriente Médio

Brincando com fogo

Sobre o editorial Trump brinca com fogo no Oriente Médio (Estadão, 8/2, A3), parece ser infundada associar a pretensão do controle de Gaza ao ímpeto imperialista russo e chinês. Afinal, permitiram a anexação da Crimeia em 2014 pela Rússia e, muito antes, do Tibete pela China. A diferença é que os chineses esperam mais para consumar as pretensões expansionistas e sem guerras até agora.

Dijalma de Camargo

Sorocaba

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Bem-estar

Autoconhecimento

Cumprimento o Estadão pelo caderno Bem-Estar, que todo sábado traz matérias importantes para o nosso bem-estar diário, tanto físico como mental. Especialmente no sábado passado (8/2, D7), a matéria sobre os livros que apontam caminhos e nos fornecem ferramentas para trabalharmos com as emoções e entendermos os nossos comportamentos veio motivar a nos conhecer melhor.

Valmar Queiroz Medeiros

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

AS VIAGENS DE LULA E JANJA

Como se o País não precisasse ser governado, Lula e Janja decidem viajar pelos Estados brasileiros – com os recursos dos contribuintes –, a fim de convencer os eleitores de que seu governo não está perdido nem sem rumo. Ao contrário, o presidente quer vender a ideia de que a partir do momento em que assumiu o governo em 2023 jamais em tempo algum esta nação foi tão bem administrada. Está uma maravilha! Com inflação baixa, preços dos alimentos acessíveis às famílias de baixa renda, dólar comportado e taxa Selic como se estivesse bem abaixo de dois dígitos, etc. Só delírio de um manjado demagogo e populista. Na realidade, com estas planejadas viagens, como informa a imprensa, Lula está abandonando a sua obrigação de governar, iludido que está de que pode em 2026 vencer a eleição e ter mais um mandato no Planalto. Ora, se fosse um presidente responsável, sua credibilidade não estaria no fundo do poço e, menos ainda, o que interessa a nós, brasileiros, as contas públicas estariam equilibradas e investidores não estariam em fuga, mas acreditando mais no Brasil. Com suas farsas, ideias retrógradas e discursos desconexos da realidade, infelizmente o legado de Lula será de retrocessos.

Paulo Panossian

São Carlos

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ALIMENTOS NO PLANALTO

Gostaria de saber se o Palácio do Planalto, em suas licitações para fornecimento de alimentos para o andar de cima, está substituindo os alimentos que estão com preços exorbitantes por outros tipos de alimentos com preços razoáveis.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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CAMPEONATO DE ASNEIRAS

O presidente dos EUA, Donald Trump, quer que os palestinos saiam, de livre e espontânea vontade, da Faixa de Gaza, para lá edificar um balneário (sic); Lula, com a simplicidade de um monge beneditino, disse que se um produto está caro no supermercado você não compre (sic): um verdadeiro campeonato de asneiras ou, quem sabe, insanidade mental.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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BLABLABLÁ PRESIDENCIAL

Lula diz para o povo não comprar o que está caro, refere-se, quanto aos juros da economia, à “arapuca do Banco Central”, etc., porém servidores públicos continuam a receber, do dinheiro público, mais de R$ 500 mil mensais e escândalos sobre desvios nas emendas parlamentares continuam constantemente a surgir na mídia nacional. Ou seja, o blablablá presidencial apenas diz da incompetência e incapacidade do presidencialismo brasileiro de fazer frente ao banditismo parlamentarista que se apossou do Orçamento e da dignidade nacionais.

Marcelo Gomes Jorge Feres

Rio de Janeiro

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INTERVENÇÕES

Está mais do que na hora de Lula parar com suas intervenções que não levam a nada e o ridicularizam ainda mais.

Robert Haller

São Paulo

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PRIMEIRA-DAMA

Agora nossa primeira-dama vai representar o País em reunião da Aliança contra a Fome em Roma. Quem sabe seu próximo desejo não seja representar o Brasil no próximo Miss Universo em Miami?

Carlos Gaspar

São Paulo

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CABEÇA ABERTA

O festival de bonés, mesmo tendo sido ideia do Sidônio Palmeira, bem antes Pablo Marçal lançou o modelito. Se hoje o governo precisa afirmar na cabeça de seus apaniguados que o Brasil é dos brasileiros, devemos ao presidente Lula essa cisão do “nós contra eles”. O governo ainda sonha em levar a polarização às urnas. A militância não se cansa de estimular a guerra advinda do chefe que assumiu com sangue nos olhos, buscando vingança. Mais importante do que um boné, é ter uma cabeça aberta para resolver os problemas do País, que não são poucos. Vide Segurança Pública, inflação e violência, que não há boné que encubra.

Izabel Avallone

São Paulo

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SEMIPRESIDENCIALISMO OPORTUNISTA

O parlamentarismo já foi refutado pelos brasileiros duas vezes, a última há 32 anos. Seria o momento de perguntar de novo à população o que quer? Creio que não, e a proposta de semipresidencialismo – uma versão tupiniquim do parlamentarismo – não é para resolver problemas estruturais do País, foi feita apenas para conturbar o Parlamento e definir novos equilíbrios de forças políticas. Os parlamentares não querem a responsabilidade de executar o governo, apenas querem usufruir das emendas do Orçamento para favorecer seus currais eleitorais e deixar o ônus de trabalhar para fazer o Brasil funcionar com o Executivo e o presidente. Fosse um primeiro-ministro vindo do próprio Congresso Nacional, haveria inação para não correr o risco de ser periodicamente substituído por outro.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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PEC DO SEMIPRESIDENCIALISMO

Espero que com o semipresidencialismo possa haver melhores compromissos, e não apenas de reeleições.

Pedro Paulo Prado

São Paulo

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DESFAÇATEZ

A imprensa cobriu bem o caso da ponte que desabou entre os Estados de Tocantins e Maranhão. A falta de conservação já havia sido mostrada em vídeo em várias ocasiões. Dezessete pessoas morreram, e, evidentemente, ninguém será responsabilizado, afora os custos do resgate de seus cadáveres, três dos quais ainda não localizados. Agora, por um abuso de Deus, a igreja de ouro em Salvador teve seu teto interno desabado com a morte de uma jovem em consequência. A igreja, como outros prédios públicos tombados e seculares na capital da Bahia, não recebem nenhuma manutenção e são visitados diariamente por centenas de turistas incautos. A deterioração é visível e a desfaçatez óbvia. Salários dos responsáveis em dia, supõe-se. Responsabilização, claro que nenhuma.

Ademir Valezi

São Paulo

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REPENSANDO GAZA

A situação em Gaza apresenta-se como um desafio geopolítico de extrema complexidade. O objetivo do Hamas não é a busca por um espaço para viver em paz. Já possuíam um território, e concentraram os fartos recursos que receberam para promover um ataque genocida em larga escala contra Israel. Mesmo após a devastação resultante, mantém uma postura de celebração dos ataques e os mesmos prometem repeti-los em intensidade cada vez maior. Buscam repatriar perigosos terroristas, recentemente trocados por reféns, com o intuito de planejar novos atentados. Manter Gaza sob a administração do Hamas é a garantia de que não haja uma solução pacífica. A ONU, organização que deveria ser mediadora, está comprometida. Foi ela que promoveu a educação voltada ao ódio e que ensinava terrorismo nas escolas que administrava em Gaza. Além de liderar campanhas de difamação contra Israel, empregar indivíduos ligados a atividades terroristas, disponibilizar suas instalações para uso do Hamas nos ataques terroristas e sequestros, etc. Com exceção dos bilionários que formam uma pequena elite do Hamas, que vive no Qatar, a população de Gaza enfrenta condições de vida precárias e se encontra direcionada ao extremismo como única opção para sobreviver. Diante deste cenário, a ideia de promover a saída voluntária de parte dos moradores de Gaza, proposta pelo presidente Donald Trump, emerge como uma tentativa de oferecer uma alternativa aos cidadãos palestinos, reduzir a influência do Hamas sobre a população e proporcionar novas oportunidades de vida longe do conflito. Embora controversa e alvo de críticas, esta proposta representa uma tentativa de abordar este problema tão complexo, sem soluções evidentes. Quem critica a ideia, sem oferecer alternativas, não está ajudando os palestinos de Gaza. Apenas se aliando aos tiranos que arruinaram sua vida.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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HAMAS

Quando o Hamas invadiu, no 8 de outubro, um Kibutz em Israel, assassinando a tudo e a todos. Além de uma rave cheia de jovens tolos, a região estava pacificada e o plano para Gaza envolvia desenvolvimento e prosperidade a três mãos. Sauditas financiando as obras, judeus e suas construtoras e a mão de obra local carecendo de emprego para se erguer. Isso mesmo, uma imensa Riviera turística frente ao mar no lugar. O plano envolvia um complexo de resorts, prédios de apartamentos, hospitais, restaurantes, condomínios de luxo e mais longe da orla, casas modernas para os moradores, escolas e toda infraestrutura necessária. Outra faixa de terra, agricultável, faria a divisão com Israel que forneceria a água. Até uma polícia seria permitida no lugar, mas um exército não. Esse era o acordo que o Irã não gostou nem um pouco. Ter memória é bom viu gente , evita ser antissemita como Lula, seu PT, PSOL e demais apoiadores de terroristas assassinos como o Hamas.

Paulo Boccato

Taquaritinga

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ALTERNATIVA

A proposta de Donald Trump para a Faixa de Gaza não é de todo ruim. Ela significa, na melhor interpretação possível, uma alternativa para o enclave palestino. Afinal de contas, quem irá financiar a reconstrução de Gaza? A cidade está toda em ruínas; as pessoas desalojadas; sem saneamento básico; e vivendo embaixo de tendas e barracas. Será que a ajuda americana, se confirmada, não virá em boa hora? Que importa se vão ser removidos para outros países. O deslocamento não será temporário e voluntário como disse a porta-voz de Trump? Pior do que está não vai ficar, é bom que se diga. Não prospera o argumento da esquerda de que trata-se de limpeza étnica. Agora a pergunta que não quer calar: o que os EUA ganharão com isso?

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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O DONO DO MUNDO

Trump continua agindo como se fosse o dono do mundo. Depois de pensar em anexar o Canadá, a Groenlândia e o Canal do Panamá, agora quer tirar os palestinos de Gaza. No meu ver está certo Lula, que o considera um bravateiro que está isolando os Estados Unidos.

Sylvio Belém

Recife

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JÂNIO QUADROS E TRUMP

Num esforço de imaginação, pode-se comparar o comportamento de dois governantes, Jânio Quadros e Donald Trump. Em que pesem as enormes defasagens temporais e os universos tecnológicos inimaginavelmente diferentes, o primeiro emitia ordens por bilhetinhos escritos à mão, o segundo o fazia pelo Twitter, hoje X, atualmente substituído por discursos gestuais, como procedia também seu suposto alter ego latino americano após os bilhetinhos, é lícito indagar: será Trump uma espécie de Jânio Quadros saído de uma cápsula do tempo que acaba de ser destampada, após inúmeras décadas adormecida? Ou o que se presencia atualmente é mais fielmente idealizado de outra maneira: não terá sido o original presidente brasileiro um personagem de Spielberg a ser inserido em suposto filme intitulado Avançando para o passado, no qual o protagonista é um empoderado e bem nascido americano recém-egresso de uma high school americana, e, o atingido no passado, se apoquentava com rinha de galos?

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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A respeito do artigo Cesarismo (Estadão, 6/2, A6), do jornalista Eugênio Bucci, cabe dizer que diante das atitudes intempestivas tomadas nos primeiros dias de seu segundo mandato à frente da Casa Branca como um imperador romano dos tempos dos Cesaes, não causará surpresa se em breve for solicitado aos americanos e à população mundial, que, ao se dirigir a ele, faça um gesto com o braço direito erguido e a saudação Ave, Trump.

J. S. Vogel Decol

São Paulo