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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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9 min de leitura

Cracolândia

Grave enfermidade

Ao ver a angustiante foto na primeira página do Estadão de ontem, mostrando a dramática situação da Cracolândia no entorno da Estação da Luz, imediatamente fiz uma analogia com o corpo humano. São Paulo é uma cidade multiplamente adoentada, porém a situação da Cracolândia é, disparado, a enfermidade mais grave a ser enfrentada pelos gestores municipais. Quando é que essa situação trágica vai ser encarada com a intensidade e a profundidade necessárias? O que é mais importante do que isso na cidade de São Paulo hoje?

Francisco Eduardo Britto

britto@znnalinha.com.br

São Paulo

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São Paulo sem luz

Improvisação

O prefeito Ricardo Nunes sentiu na pele o que é registrar protocolos e nada? Em tempos de eleição é fácil fazer discurso. Depois do temporal que apagou São Paulo, em que pese a irresponsabilidade da Enel, a Prefeitura não está isenta de culpa. Além de não podar as árvores nas ruas adequadamente, dificulta a vida de quem tem uma árvore no seu condomínio e não pode retirá-la mesmo sabendo dos riscos de queda sobre a rede elétrica. É mais cômodo empurrar o trabalho com a barriga, pondo a vida dos pagantes de impostos em risco e causando o caos na cidade. No Brasil, não se trabalha com a prevenção, e sim com a improvisação.

Izabel Avallone

izabelavallone@gmail.com

São Paulo

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Enterramento de fios

A proposta do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, de enterrar a fiação elétrica na cidade tem, sim, sua lógica, mas é totalmente inoportuna neste momento. O custo desse projeto, por parcial que seja, se realmente viável, é sabidamente altíssimo. Além disso, o já cronicamente caótico trânsito da cidade, cada vez pior por causa das inúmeras obras públicas e privadas que acontecem, ficaria inviável por mais uma extensa e demorada quebradeira. Mas a pergunta principal é: só o enterramento mitigaria os desastres decorrentes de chuva e ventania? Claro que não. É preciso resolver as árvores podres que despencam, os semáforos que desligam, os alagamentos de ruas e avenidas, os bueiros entupidos. Priorizar esses itens é mais pragmático e importante. Sugestões mirabolantes, apenas para acalmar a opinião pública, não fazem sentido.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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Utopia

Na maior extensão territorial da União Europeia, os fios não são enterrados, passam por condutores aéreos infinitamente mais baratos que a solução subterrânea. E sem tragédias como as verificadas na capital paulista nos últimos dias. Por isso, tem razão o governador de São Paulo: nenhuma tarifa extra será cobrada porque nenhum trabalho será feito. Como sempre, tudo ficará na utopia, burocracia e demagogia. E, nas cidades menores, ônus ainda mais incobrável, em face do rateio entre número menor de pessoas. Assim persistimos, aos solavancos e sofrimentos.

Amadeu R. Garrido de Paula

amadeugarridoadv@uol.com.br

São Paulo

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Energia e fiscalização

Esta semana, Wadih Damous, secretário nacional do Consumidor, declarou neste jornal que “as empresas que assumem as concessões no Brasil não prestam um bom serviço” (7/11, A2). Nada mais errado! A culpa do mau serviço é das agências reguladoras, que não fazem a fiscalização adequada, como é seu dever, gerando a péssima presunção de que estão na gaveta das concessionárias.

Antonio Fernando Abrahão

abrahao@icn.com.br

Barueri

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Política econômica

Lula, Haddad e meta fiscal

A expressão de Fernando Haddad na foto de primeira página do Estadão de 8/11 retrata bem o sentimento dos brasileiros hoje: receio do que está por vir, insegurança e decepção. Lembrou-me o ministro da Economia do governo anterior, sucessivamente bloqueado em suas iniciativas. Sai governo, entra governo, e a meta é sempre o populismo.

Marcia Penteriche Menucelli

mmenucelli@gmail.com

São Bernardo do Campo

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‘O abraço’

Sobre o artigo O abraço, de Elena Landau (Estadão, 10/11, B3), sim, Lula deveria estudar Economia e Matemática, mas é tarde demais. Alguém poderia resumir para ele A revolta de Atlas e mostrar que menos 5 mais 3 não resulta em número positivo.

Mônica Baumer

monica@baumer.com.br

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MILAGRE

“A falta de combustível levou ao encerramento de fábricas de dessalinização, aumentando significativamente o risco de infecções bacterianas, como a diarreia”, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS). A situação se agrava de forma exponencial: estar vivo na Faixa de Gaza será, em breve, um milagre. Rezemos.

Roberto Solano

robertossolano@gmail.com

Rio de Janeiro

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FAIXA DE GAZA

A ocupação militar do norte da Faixa de Gaza pelos israelenses forçou o deslocamento dos palestinos para o sul, sendo o rio Wadi Gaza a divisão entre os dois lados em conflito. Egito vai sofrer uma forte pressão para abrir a fronteira, a partir da passagem por Rafah, para os palestinos serem assentados na Península do Sinai. Inviável manter o dobro de pessoas na metade do território da Faixa de Gaza, pois ele se tornou um campo de refugiados para mais de dois milhões de pessoas.

Luiz Roberto da Costa Jr.

lrcostajr@uol.com.br

Campinas

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CONTRA O TERRORISMO

Conforme noticiado, a Polícia Federal ,com o estratégico apoio do serviço de inteligência de Israel – o Mossad –, conseguiu desbaratar em São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal um grupo que se preparava para cometer atos terroristas no Brasil contra a comunidade judaica. Diante da absurda e condenável ameaça, cabe citar oportuna nota da Confederação Israelita do Brasil (Conib): ”O terrorismo, em todas as suas vertentes, deve ser combatido e repudiado por toda a sociedade brasileira. A Conib parabeniza a Polícia Federal, o Ministério Público e o Ministério da Justiça pela sua ação preventiva e reitera que os trágicos conflitos do Oriente Médio não podem ser importados ao nosso país, onde diferentes comunidades convivem de forma pacífica, harmoniosa e sem medo do terrorismo”. Paz na Terra Santa e no Brasil aos homens de boa vontade. Shalom, salam, amém.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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TENTATIVA DE ATAQUE TERRORISTA

Nos termos da Constituição Federal, o Brasil tem como um de seus fundamentos a soberania, e como princípios, a defesa da paz e o repúdio ao terrorismo. Ante os recentes fatos gravíssimos revelados pela Polícia Federal e agências de inteligência – sobre integrantes do Hezbollah presos por planejarem ataques terroristas em solo brasileiro –, urge a convocação dos embaixadores do Líbano e do Irã pelo Congresso Nacional, para que deem as devidas explicações sobre o apoio dado àquela organização terrorista, inclusive o Hamas. O Líbano, pelo apoio logístico; o Irã, pelo financiamento.

Milton Cordova Junior

milton.cordova@gmail.com

Vicente Pires (DF)

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OPERAÇÃO TRAPICHE

Investigações em andamento na Polícia Federal sobre atividades de grupos ligados ao Hezbollah no Brasil tiveram início com informações “colhidas pela inteligência dos Estados Unidos e de Israel” (Estado, 9/11). De onde se conclui que os Estados Unidos e Israel praticam espionagem no Brasil? De todo modo, é curioso que Israel não tenha conseguido identificar nem deter o ataque do Hamas ao seu povo, mas tenha tal conhecimento acerca de supostas ameaças do Hezbollah em país situado tão longe de si como o Brasil. De fato, “há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”.

Patricia Porto da Silva

portodasilva@terra.com.br

Rio de Janeiro

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LULA DA SILVA

O Irã é acusado de fornecer ajuda a diversos grupos terroristas, como o Hamas e Hezbollah, e é um aliado do Brasil de Lula da Silva. O presidente do Brasil, na busca por protagonismo internacional, poderia interceder junto à teocracia do Irã em prol da liberdade de Narges Mohammadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz deste ano. Lula fala em dialogar para resolver os conflitos entre Rússia e Ucrânia e Hamas e Israel, mas não se manifesta em favor da iraniana presa injustamente.

J. A. Muller

josealcidesmuller@hotmail.com

São Paulo

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AMIGOS DE TERRORISTAS

A diplomacia brasileira, Itamaraty, ou Lula, não fazem nenhuma advertência ao Irã que financia o Hezbollah para que eles libertem os reféns e acabem com esses confrontos? Por que Israel é que tem que parar? Afinal, o Hezbollah existe, porque tem quem o financie: o Irã.

Tania Tavares

taniatma@hotmail.com

São Paulo

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O PADRINHO PRÓDIGO

Lula é o padrinho pródigo abraçando o afilhado econômico, em contraponto ao filho pródigo de volta ao lar, pintado por Rembrandt.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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DINO E SUA RESPOSTA MALCRIADA

O ministro da Justiça, Flávio Dino, é o “Dilmo” da vez. Israel agradeceu “às autoridades brasileiras por seu papel na prisão da célula terrorista operando sob ordens do Hezbollah”, ao que Dino interpretou como sendo uma ingerência de Israel em nossa soberania. “Nenhuma força estrangeira manda na PF”, afirmou Dino com cara feia. Como se diz por aí, Dino “dilmou”. Entretanto, quando recebeu diversos avisos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertando que a multidão acampada em frente ao quartel do Exército, em Brasília, não tinha fins pacíficos, Dino não deu ouvidos, e deu no que deu. Se naquela oportunidade ele tivesse agido com a firmeza e a cara feia de agora, o 8 de Janeiro estaria na memória dos brasileiros apenas como um domingo de sol em Brasília.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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SEGURANÇA

O ministro da Justiça, Flávio Dino, e a chancelaria brasileira se sentiram ofendidos, porque Israel disse que o Mossad ajudou a descobrir uma organização terrorista que pretendia praticar atentados no Brasil contra a comunidade judaica. Não fosse, com o estado de falência da segurança no Brasil, o ministro já deveria ter um discurso para justificar a tragédia que teria ocorrido no país. É só soberba e ineficiência.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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A FALTA DE LUZ E DE BOM SENSO

A discussão sobre privatização e estatização travado na imprensa brasileira é raso e tendencioso. Para o contribuinte, não faz diferença se a gestão é privada ou estatal, desde que seja eficiente. Quanto aos resultados, é melhor que a gestão seja privada, pois um serviço público concedido ainda pertence ao Estado, caso o concessionário falhe no cumprimento de suas obrigações previstas na concessão. A gestão privada é potencialmente mais sensível à cobrança por qualidade dos clientes. Compete às agências reguladoras – no caso da Enel, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – fiscalizar o cumprimento dos quesitos da concessão, manutenção e expansão, e recomendar multas e até mesmo o rompimento da concessão quando as falhas superam os serviços de boa qualidade. E se for uma estatal prestando serviços fica muito mais difícil exigir qualidade, pois há outros interesses políticos envolvidos. Além disso, é notório que o Estado não tem recursos para investir em áreas estratégicas, como saneamento básico, energia e infraestrutura. Faz tempo, mas a gestão da telefonia já foi estatal e durava mais de dois anos para obter uma simples linha telefônica fixa ou de celular, o que mudou radicalmente com a privatização. De resto, partidos políticos à esquerda e à direita (cheios de liberais de araque) são corporativistas e não se dedicam a melhorar a escala e a qualidade dos serviços públicos, porque querem privilegiar seus clãs familiares com financiamento público, loteando empresas estatais, agências, administração direta em todos os poderes. Assim fica difícil qualquer serviço funcionar.

Airton Reis Júnior

areisjr@uol.com.br

São Paulo

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OLHANDO PELO RETROVISOR

O soberbo presidente Lula da Silva está assustado com o pequeno quórum que conseguiu no Senado para aprovar a reforma tributária. Eram necessários 49 votos a favor, mas Lula e sua “tigrada” conseguiram somente 53 votos, mesmo suando a camisa. Na verdade, a fidelidade bolsonarista quase conseguiu jogar água no chopp do presidente. Esse é mais um sinal de que Lula não está com essa bola toda como pensava. Afinal, ficar olhando o seu perseguidor pelo retrovisor, o demiurgo termina por ser ultrapassado pelo inelegível Jair Bolsonaro, e o pior de tudo: não pela “esquerda”, mas sim pela “direita”. Fica a dica!

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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LULA EM 2026?

Lula nem bem sentara na cadeira presidencial e já mostrava intenção de continuar no cargo e, de quebra como aditivo, se vingar de Sergio Moro e Deltan Dallagnol, colocando os dois na cadeia, algo que ele não abdica. Para isso, hoje ele joga Haddad aos leões quando quer alteração na base de uma reforma tributária que seu ministro da Fazenda montara depois de muito trabalhar junto a um Congresso que, a cada ponto e virgula de intenções, sai apenas com retorno de cargos e verbas secretas. Lula age como Judas ao abraçar Haddad ao mesmo tempo em que opera nas sombras junto a seus fieis seguidores, traindo o ministro com medo que uma reforma tributária atualizada venha diminuir sua popularidade para futuras eleições que ele julga ser merecedor em disputar e vencer. Deus nos livre dessa provação.

Laércio Zanini

spettro@uol.com.br

Garça

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REFORMA TRIBUTÁRIA

Assisto pasmo os 594 congressistas quase aprovando uma mixórdia que chamam de reforma. A começar pela sua implementação, que levará quase 10 anos para ser feita, segundo diz a mídia. Isso é piada. É preferível deixar como está e reduzir as alíquotas, aliado a um combate eficaz à sonegação. Obviamente, tem que se pensar numa legislação mais forte para penalizar duramente os sonegadores. Até a cesta básica, que será isenta de tributos, fará com que seus fornecedores aumentem suas margens de lucro. Quem quer apostar? Não torço contra, mas, historicamente, é o que acontece. A dupla caipira Haddad e Simone ficaria melhor cantando músicas country. Lula deveria ter chamado o Gil do Vigor. Pelo menos ele é economista.

Paulo Henrique Coimbra de Oliveira

ph.coimbraoliveira@gmail.com

São Paulo

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REFORMA “PARA AGRADAR A TODOS”

Nunca faça supermercado quando estiver com fome. Vai acabar comprando tudo o que não vale a pena. Nunca faça reforma tributária com as finanças arrombadas – no caso atual, em centenas de bilhões, como nunca antes na história deste País. Para piorar, as empreiteiras da Lava Jato estão ativamente na torcida, cheias de amor para dar. Já temos o pior sistema tributário do mundo, mas o que vem por aí irá superar em muito o sistema atual. Aplicando as palavras da ministra Simone Tebet: “irá agradar a todos”.

Jorge Alberto Nurkin

jorge.nurkin@gmail.com

São Paulo