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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Educação

Ensino de Matemática

Renata Cafardo informa que o Ministério da Educação (MEC) vai lançar este mês um programa para tentar melhorar os resultados desastrosos em Matemática dos alunos dos ensinos fundamental e médio das escolas públicas do País e que essa iniciativa já teria o apoio entusiasmado do presidente Lula (Estadão, 10/3, A17). Notícia alvissareira, pois é crítico o aprendizado de Aritmética básica por essas crianças e adolescentes. O Instituto de Engenharia, ao qual sou associado, em parceria com o Metrô de São Paulo e o Instituto Mauá de Tecnologia, mantém há dois anos, nas estações Ana Rosa e Sacomã do Metrô, um local para atendimento desses alunos. O programa, chamado Matemática no Metrô, é destinado a esses estudantes e também aos já formados, egressos do curso médio. Ao longo desse período, temos podido constatar a precariedade no aprendizado de Aritmética básica pela garotada e por muitos adultos que também nos consultam, a ponto de praticamente não saberem fazer contas envolvendo tabuada e as quatro operações.

José Eduardo Cavalcanti

São Paulo

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Alfabetização

Antes de nos preocuparmos com a Matemática, temos de nos preocupar com o Português. Muitos alunos não entendem a Matemática porque não foram alfabetizados direito. E é também nos anos iniciais que professores devem ensinar e cobrar a tabuada de cor e salteada, além das quatro operações.

Tania Tavares

São Paulo

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Inspiração na linguagem

O ministro da Educação, Camilo Santana, foi alertado por especialistas sobre a importância do letramento matemático, uma vez que só 5% dos estudantes concluem o ensino médio com aprendizado adequado na área. Diferente da alfabetização, no que o Ceará se destaca, o Brasil não tem uma rede de ensino exemplar em Matemática e os resultados são insatisfatórios em todos os Estados. O MEC pretende adotar estratégias semelhantes às da alfabetização para aprimorar o ensino da Matemática a partir do 5.º ano, tornando-o mais acessível e envolvente. Na área de linguagem, por exemplo, conforme estabelecido pela Base Nacional Comum Curricular, são adotadas estratégias que contribuem para a familiarização com a presença da escrita no cotidiano, promovendo uma aprendizagem significativa e formando leitores e futuros escritores de maneira envolvente e prazerosa. Para o desenvolvimento educacional do Ceará, por exemplo, foram implementados os “cantinhos de leitura” e investiu-se na formação de professores e em materiais didáticos específicos, tornando a aprendizagem prazerosa. De forma semelhante, é necessário desenvolver metodologias no ensino da Matemática, desde os anos iniciais, que sigam esses princípios, evitando abordagens massificantes e excessivamente abstratas. Os conteúdos devem ser apresentados de maneira contextualizada, demonstrando suas diversas aplicações e proporcionando aos alunos uma experiência de aprendizado gratificante e motivadora. Segundo a professora mestre Selma M. Nascimento, o ensino da Matemática enfrenta obstáculos como a falta de recursos tecnológicos sob a supervisão de um docente, de livros e de parceria das famílias, o uso excessivo de telas sem orientação e o desinteresse dos alunos, que veem a escola apenas como obrigação. Professores lidam com pressão por resultados, formações custeadas do próprio bolso e baixos salários. Neste cenário, que Deus ajude o ministro e o País a transformarem o ensino da Matemática, garantindo um futuro mais promissor aos nossos estudantes.

Gilberto Oliveira

São Paulo

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Governo Lula

Debandada geral

O terceiro mandato de Lula da Silva já não existe mais. Estamos assistindo ao ocaso do governo. Gleisi Hoffmann no ministério a cargo da articulação política é prova inequívoca de que não haverá articulação alguma. É notório o péssimo relacionamento da petista com o Congresso. Isso não significa, contudo, que o governo desistiu de buscar apoio para governar. Ao contrário. Quem não quer dar mais apoio ao governo é a oposição. Afinal, quem vai querer embarcar num governo que é avaliado positivamente por apenas 24% dos entrevistados? Não demora, a debandada vai ser geral. Político algum quer se comprometer com uma administração mal avaliada. É o caso de Arthur Lira, ex-presidente da Câmara, que, sondado para ocupar um cargo no governo Lula, não demonstrou interesse.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

SALVADOR DA PÁTRIA

Os brasileiros precisam pensar seriamente sobre os problemas cometidos pela politicalha brasileira. De um lado, o governo Lula da Silva mostra o que há de pior, jamais visto na história deste País, e não há esperança de que se faça o mínimo em prol dos mais vulneráveis. Só se pensa em reeleição e a gastança impera de forma desenfreada. Por outro lado, a tentativa de anistia pretendida pelo inelegível Jair Bolsonaro é o pior que poderia acontecer ao País. Basta olhar o que acontecerá com o apoio do megalomaníaco Donald Trump. Seria mais um caos, sem dúvida. O Brasil precisa urgentemente de um verdadeiro Salvador da Pátria para exterminar de vez essa dupla perniciosa que se locupleta e tanto mal impõe ao povo de bem. Não há saída digna para esses dois abutres desumanos, senão o total desprezo. Que Deus nos proteja.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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CAMPANHA POLÍTICA

Lula da Silva, do alto do seu desordenado terceiro mandato, encontra-se, a mais de 20 meses da próxima disputa presidencial, em plena campanha para a reeleição. Visando concretizá-la, vem tomando providências drásticas. Conhecedor profundo das aspirações e características de grande parcela dos seus numerosos e inelásticos votantes, contratou um marqueteiro de barricada, nomeou fiéis escudeiros conhecidos por suas agressividades para ocupar ministérios chaves, está rapidamente mandando às favas o controle das contas públicas e até passa a sensação de que já vê o titular do Ministério da Fazenda no retrovisor. Enfim, é evidente que está partindo para o tudo ou nada, e que o povo, ao qual prometeu constituir seu objetivo principal, em função da atual busca obsessiva pelo prolongamento do poder, passa a ser ostensivamente ignorado. Deus se apiede do Brasil.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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DEVER DE CASA

Acorda, Lula! Zerar ou reduzir impostos na importação de alimentos é fazer buraco na água. Basta um neurônio para saber que o Brasil é exportador de alimentos e que somos autossuficientes. De olho na reeleição em 2026, Lula causa desequilíbrio fiscal com 39 ministérios, quando uma dúzia é suficiente, e com a profusão de auxílios sociais aos eleitores de cabresto. O presidente se recusa a reduzir drasticamente os gastos para baixar a inflação e os preços dos alimentos. Lula se recusa a fazer o dever de casa. É só seguir o exemplo de Javier Milei, que pegou a Argentina destroçada e em um ano a pôs de pé.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR

Posse de nova presidente do STM revela embates entre ministros da corte militar e antecipa polêmicas (Estadão, 11/3)). “Maria Elisabeth, pelo que já disse publicamente, considera que o 8 de janeiro foi muito além de uma baderna em prédio público. Também prega que militar não deve se envolver em política”. Já, para mim, do alto de minha ignorância no assunto, acho que o Superior Tribunal Militar (STM) deveria ser presidido por um militar de alta patente. Podendo ser mulher, claro.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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REALIDADE LAMENTÁVEL

Sempre com a sua pertinente lucidez, Jorge J. Okubaro, no artigo A capacidade de sonhar (Estadão, 11/03, A4), nos traz uma visão mais otimista da economia brasileira. Não sou economista de formação acadêmica, porém, a rotina vivencial de consumir e se manter atualizado da realidade factual formata uma realidade muito diferente. É inegável que o PIB de 3,4%, em 2024, foi superior ao previsto de 1,5%. A realidade lamentável é que continuamos trabalhando até cinco meses por ano para manter um Estado que pouco nos retorna, com igual conclusão para os crescimentos do PIB per capita e da renda média do brasileiro. Quanto a queda do desemprego, uma análise mais profunda vai mostrar que a força de trabalho foi contratada com remuneração média inferior àquela anteriormente existente, consequência da consolidada desqualificação profissional, fruto de políticas educacionais que financiam cursos superiores saturados no mercado de trabalho, ignorando o ensino profissionalizante. Quanto a montanha russa das taxas de investimentos, elas são o corolário da insegurança jurídica reinante, aliada ao inexpugnável Custo Brasil, que nossos pretensos líderes, suportados por lobbies das atividades industrial, comercial e prestacional, insistem em manter. Sonhar é saudável, mas saber a realidade também.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

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COP-30

Já está bem claro que a COP-30 será um grande fracasso, tendo em vista que o mundo enfrenta outras situações mais urgentes no momento. O presidente do Brasil escolheu mal a cidade que sediará o evento, e realmente é uma vergonha (e até uma humilhação internacional inédita) ter de mudar às pressas o calendário previamente acordado, para pedir aos líderes mundiais que venham mais cedo à COP-30 para evitarem o risco de ficarem sem hospedagem. Em países mais desenvolvidos, existe uma sociedade civil, entidades de classe e comissões parlamentares no Congresso capazes de analisar com lupa, e discutir previamente, cada uma das propostas que serão apresentadas pelo país. Isso impede a assinatura de compromissos estapafúrdios ou eleitoreiros, que poderiam ir contra os interesses nacionais e dificultar (ou até inviabilizar) a vida de setores econômicos inteiros. Por aqui, além de não haver até agora nenhuma discussão aprofundada sobre o que o Brasil pretende realmente propor no evento, não seria nenhuma surpresa se houvesse uma verdadeira claque pro governo em Belém, independentemente do que seja apresentado. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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REFORMA MINISTERIAL

Nísia Trindade, que deixou o cargo de ministra da Saúde, saiu fazendo uma grave acusação na frente do ex-patrão Lula da Silva: “Não posso esquecer que, durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu para desvalorizar meu trabalho, minha capacidade e minha idoneidade. Não é possível e acho que não devemos aceitar como natural comportamento político dessa natureza.” Misoginia é o ódio inaceitável contra mulheres só por serem mulheres. Não acredito que Nísia fizesse essa declaração apenas magoada por ter sido afastada da pasta. Algo de mais grave deve ter ocorrido. Até que se prove o contrário, é mais uma mancha que precisa ser esclarecida e que ronda o governo Lula 3.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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CRIMINALIDADE

O assunto é redundante, mas continua sendo desprezado pelos nossos governantes. A criminalidade no Brasil chegou a ponto de causar estresse nos brasileiros só por precisarem sair de casa. Nosso sistema judiciário, um dos mais caros do mundo, não considera o total estado de insegurança que vivemos. Se os presídios existem para prepararem os criminosos para o convívio social, isso prova a inexistência de resultados, pois o efeito é exatamente contrário. A reforma do Código Penal está sendo pretendida na sua parte especial desde 1940, e nada. Até quando os bandidos serão frutos das desigualdades sociais, enquanto os cidadãos honestos são penalizados pela grande impunidade que impera. Já passou do insuportável.

Luiz Frid

São Paulo

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SEGURANÇA PÚBLICA

Somos bombardeados diariamente pela violência que tomou conta do País. Aqui, a impunidade manda e quem faz o certo é punido. O povo está cansado de tanta violência. Quem rouba, assalta, mata ou sequestra não teme a polícia nem a lei, porque sabem que não ficarão presos. O problema do Brasil não é a fome e nem a desigualdade, essas são apenas a matéria-prima de governos populistas, pois muitas pessoas são pobres honradas e trabalham acreditando na mudança desse País. O problema do Brasil é a violência e a falta de caráter dos parlamentares que só lembram do povo na hora da eleição. Infelizmente, vem do Senado o exemplo mais recente de como se vive sem trabalhar e ganhando muito dinheiro. Esses senhores vivem em um mundo a parte, ignorando o cidadão que trabalha para financiar a sua boa vida. Como melhorar se o que se vê é uma casta vivendo nababescamente e outra sustentando a farra? Talvez isso explique a violência, e esta vem sendo esquecida por aqueles que têm escolta e segurança privada. Já passou da hora de acabar com a violência que grassa nesse País.

Izabel Avallone

São Paulo

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UNIÃO EUROPEIA

A União Europeia de 27 países, criada oficialmente em 1993, foi sacudida recentemente. De um lado, a criminosa invasão da Rússia à Ucrânia provocou a expansão da Otan, agregando a Suécia e a Finlândia aos demais 30 países. Do outro, a guerra comercial tarifária deflagrada pelo governo Trump 2 acaba de dar início a uma aliança militar dos países membros, com o anúncio de gastos da ordem de expressivos € 800 bilhões nos próximos anos. É a nova ordem mundial estabelecida depois do inesperado e surpreendente apoio dos EUA ao autocrata Vladimir Putin e o abandono da tradicional aliança comercial e da amizade de oito décadas com a Europa. O mundo gira e a fila anda.

J. S. Vogel Decol

São Paulo

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LIDERANÇAS

Com as lideranças belicosas de Donald Trump e Vladimir Putin, se tornou natural a liderança na política e na economia mundial para Xi Jinping e a China. O Brasil deve adotar uma posição diplomática de neutralidade perante as três potências hegemônicas e suas disputas. Nações não têm amigos, têm interesses.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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TRÂNSITO VIOLENTO

Acabo de ler sobre um atropelamento. Como leigo, não entendo e fico desesperado com o que ocorre nesse Brasil violento. O caso: motociclista, 23 anos, bêbado e sem habilitação, atropela uma cadeirante, que estava no meio fio. A mulher morre, o atropelador é preso em flagrante e depois levado à audiência de custódia, de onde é solto. Está correto? Isso colabora com o desestímulo à irresponsabilidade?

Sérgio Barbosa

Batatais

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ACIDENTES COM MOTOS

Impressionante e assustador os dados que mostram que motos estão envolvidas em três a cada quatro acidentes de trânsito no Rio de Janeiro. Tais veículos, embora representem apenas 16% da frota de todo o território fluminense, possuem esse índice assustador. O dado é muito preocupante para quem utiliza esse tipo de veículo aqui neste estado.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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CARNAVAL DO OSCAR

No Carnaval do Oscar, senti-me sozinha no meio da multidão. Nem de longe poderia duvidar do talento das Fernandas, tampouco da competência e seriedade do diretor Walter Salles, ao lado da comovente memória que o longa recria. O filme decerto fez renascer sentimentos de patriotismo, que só costumávamos experimentar na Copa do Mundo, e agora nem mais. Senti-me dominada, todavia, por uma visão divergente. Tenho enorme apreço pelo cinema brasileiro e muita gratidão ao que essa arte me proporcionou vida afora. Conheci-o com cinco ou seis anos de idade assistindo as divertidas chanchadas de Zé Trindade, Eliana, Grande Otelo e Oscarito. Mais tarde, extasiei-me com o sertão retratado por Glauber Rocha, o teatro de Nelson Rodrigues em versão dirigida por Arnaldo Jabor e os romances de Graciliano Ramos filmados por Nelson Pereira dos Santos ou Leon Hirszman. Fiquei um tanto frustrada, sim, ao ver a qualidade do cinema brasileiro candidamente entregue ao crivo do Oscar. Achei a torcida um tanto over, e me senti uma água no chope. Não pude evitar perceber ali uma demonstração de nossa dependência cultural.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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PATRULHA IDEOLÓGICA

A área cultural sempre foi onde mais se aplica o termo cunhado pelo cineasta Cacá Diegues: “patrulha ideológica”. A direita e a esquerda usam o patrulhamento ideológico para pressionar artistas contrários a sua ideologia.

Vital Romaneli Penha

Jacareí