Meio ambiente
Queimadas avançam
O Brasil deveria ser líder mundial em combate a incêndios florestais, deveria ter as melhores e mais modernas ferramentas de combate ao fogo, inclusive uma frota de aviões para rápida intervenção no Pantanal, no Cerrado e na Amazônia. Falta vontade política para combater o fogo. O governo não investe nisso e o combate é feito manualmente, por abnegados voluntários usando ferramentas rudimentares e pouco eficientes. O Pantanal está em chamas, a Amazônia também, mas não se ouve um pio do presidente Lula nem da ministra Marina Silva. Vergonha.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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Silêncio
A Amazônia arde em chamas, a fumaça encobre a região há três meses e o número de queimadas é o maior em 125 anos. Por onde andam Emmanuel Macron, Greta Thunberg e Leonardo DiCaprio? Por acaso os incêndios que devastam a Amazônia hoje não são reais? A fumaça que sufoca Manaus é apenas um efeito especial? O silêncio nos faz concluir que, para eles, a defesa do meio ambiente fica para um outro momento político. Governos brasileiros anteriores foram reprovados nessa questão, e o atual não foge à regra: quase um ano no poder, e muito pouco tem sido feito para proteger a biodiversidade amazônica. Diante do silêncio dos defensores do planeta, fiquemos atentos e cobremos insistentemente a fiscalização do governo federal naquela região.
Sergio Dafré
Jundiaí
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Venezuela-Guiana
A solução brasileira
Sobre a disputa territorial naquela região, temo que venhamos a ouvir de Lula algo como “basta a Guiana ceder uma parte do seu país à Venezuela e teremos paz no continente. Poderemos, então, comemorar num bar, tomando uma cervejinha”.
Marcos Lefevre
Curitiba
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São Paulo
Triste espetáculo
A cidade de São Paulo sofre. Caos quando chove, cracolândia, mobilidade estrangulada, poluição, insegurança, periferias abandonadas, etc. A cidade está “multiplamente adoentada”, como bem lembrou o leitor sr. Francisco E. Britto (Estadão, 11/11, A4). E para todo diagnóstico de doença existe uma causa, ou várias, com recomendação de tratamento em busca da cura ou da convivência com o mal. No caso de São Paulo ocorre um mal crônico, talvez incurável, chamado especulação imobiliária, que afeta não só a cidade, mas toda a região metropolitana. A cada dia, tudo vai se transformando num cemitério de memórias e de referências físicas e afetivas, soterradas por quem não ama a cidade e é motivado pela ganância. A situação vem se transformando numa ópera-bufa, que poderia ser intitulada de Plano Diretor Urbanístico, e os autores do libreto são os incorporadores, empreiteiros, vereadores e tantos outros artistas dirigidos pelo maestro prefeito. O subtítulo da ópera poderia ser Réquiem para São Paulo e a sua estreia seria no Theatro Municipal, patrocinada por alguma granja que se dispusesse a brindar, com farto material, a plateia de munícipes desvalidos, prontos para ovacionar aquela nefasta trupe presente no palco a desempenhar tão desavergonhado papel.
Luiz Loureiro, arquiteto e urbanista, ex-diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil-SP
São José dos Campos
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Censo 2022
O Brasil mais velho
De pirâmide a ânfora, o desenho do envelhecimento foi abordado com maestria pelo jornalista Jorge J. Okubaro (Envelhecendo sem estar preparado, Estadão, 11/11, A4). Sem dinheiro, sem trabalho extra, sem familiares para auxiliar nas despesas, o que faz o velho no Brasil? Fica em casa, sem horta, pois não tem pátio; sem hobby, pois sempre só trabalhou; sem centros de convivência, pois nem sabe onde ficam; assistindo à TV e olhando pela janela a vida esvair. Como 77% dos brasileiros não têm plano de saúde, resta a eles ir para a fila do SUS no postinho, onde é tratado com carinho e pelo nome e até conhece a equipe e outros pacientes. Claro que fica doente com muita frequência. Sem ter dinheiro para comprar os melhores medicamentos ou fazer os caros exames, acumula ausências nas consultas porque ainda tem de cuidar dos netos que os filhos não têm onde deixar. Não tem como dizer ser essa a melhor idade.
Carlos Ritter
Caxias do Sul (RS)
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
FALTA DE LUZ
Desde o dia 03 de novembro, eu estou sem poder utilizar o chuveiro e a torneira elétrica, além de outros aparelhos, devido aos danos ocorridos na rede elétrica externa da Enel. Todos os dias, ligo para a empresa e sempre informam que o conserto será realizado no mesmo dia à noite, mas nunca comparece uma equipe técnica para resolver o problema que é a falta do funcionamento do 220V em minha residência. Solicito o auxílio desse prestigioso jornal para a solução do caso.
Airton Reis Júnior
São Paulo
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ENERGIA ELÉTRICA
A Enel é culpada tanto quanto todos. A mania de culpar alguém é desse culpado virar o bode. É comum em sociedades primitivas. Os ambientalistas radicais entupiram as cidades de árvores europeias e, especialmente em São Paulo, árvores argentinas não próprias para o clima tropical. E eu, se tirar alguma árvore do meu terreno, posso ser multado. Ou seja, ditadura de tupiniquim comandada por ambientalistas limitados. A coisa no Brasil é tão óbvia. Vamos encher as ruas de árvores frutíferas, resolve a falta de verde e alegra pássaros, macacos e até quem anda nas ruas pela alegria de poder colher e ver frutas. Simples assim.
Roberto Moreira da Silva
Cotia
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CABE MULTA?
Desde o temporal que caiu em grande parte do Brasil, principalmente na região de São Paulo, tenho acompanhado a queixa dos usuários de energia elétrica que passaram dificuldades em consequência da chuva com vento de 105 quilômetros por hora (km/h). Como profissional da área elétrica por longos anos – inicialmente como técnico, trabalhando em projetos de instalação elétrica predial e linhas elétricas urbanas e, posteriormente, como engenheiro na área de industrias pesadas –, conheço um pouco das dificuldades em justificar as responsabilidades dos empresários que operam nesta área. Realmente, o que houve recentemente em São Paulo foi uma tragédia. Que eu saiba, nunca houve vento com mais de 55 km/h, mais que o dobro do ocorrido na semana passada! Logo, os estragos provocados também foram bem acima do normalmente encarado pelos especialistas da área. Não somente da área, como das prefeituras que ficaram abismados com a queda de árvores. Não posso dizer nada sobre o andamento dos serviços, pois, na minha região, não faltou energia nem por um minuto. Entretanto, pelo o que observei por meio dos órgãos de informação, acredito que, dificilmente, as empresas fornecedoras serão responsabilizadas pelo estrago e pelo tempo de demora do retorno de energia. Não trabalho na área há mais de vinte anos.
Toshio Icizuca
Piracicaba
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CRACOLÂNDIA
É desolador para quem como eu nasceu e viveu mais de seis décadas na nossa amada capital paulista, ver a foto estampada na capa do Estadão (10/11), em que centenas ou milhares de pessoas, dominadas pelo vício das drogas, literalmente, estão se apossando das dependências de um dos mais bonitos símbolos de São Paulo, como a Estação da Luz. Não é possível! A Cracolândia, que persiste há anos na histórica região central da cidade, é o retrato fiel da negligência e incompetência das nossas autoridades públicas. Uma vergonha! São Paulo não merece essa repugnante desfeita da classe política.
Paulo Panossian
São Carlos
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DECLARAÇÃO SOBRE A GUERRA
O notório ex-chanceler Celso Amorim, assessor para assuntos internacionais do presidente Lula da Silva, declarou, com todas as letras, durante visita a Paris na última semana, que ações indiscriminadas contra civis por parte do exército de Israel trazem à sua mente a palavra “genocídio”. Para demonstrar equilíbrio e imparcialidade na análise acurada dos fatos, atributos considerados absolutamente essenciais à sua atividade política, deveria ter dito que a mesma palavra se aplica ao início do condenável e injustificado conflito, quando o grupo terrorista Hamas invadiu Israel e assassinou a sangue frio mais de 1.400 inocentes e indefesos civis, entre bebês, crianças, adolescentes, mulheres e idosos, alguns deles degolados. Como diz o velho dito popular: “pau que dá em Chico dá em Francisco”.
Vicky Vogel
Rio de Janeiro
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MINISTRO DA JUSTIÇA
Nunca em nosso Brasil tivemos ministros do Executivo escolhidos para diferentes pastas de tão pouca qualidade ou melhor qualificação. Hoje, com todo respeito, há algumas exceções. Temos até em pastas importantíssimas, como a de ministro da Justiça, um indicado que, de forma inédita, utiliza a ironia em situações importantes em lugar de se comportar dentro da dignidade exigida para o cargo. Essa postura traz bastante insegurança aos cidadãos que esperam muito mais dessa função.
Leila Elston
Itanhaém
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ELE VOLTOU
Lula, seu “superministro” das Comunicações, Juscelino Filho – aquele que asfaltou a estrada que vai até o seu haras com os recursos do orçamento secreto – está de volta com suas lambanças. Ora, a estatal Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) detectou um prejuízo na execução de contratos firmados entre o estado do Maranhão e a empreiteira Construservice. A Polícia Federal aponta relação criminosa entre o ministro e o empresário. Foram encontradas suspeitas de fraudes em licitações com direcionamento irregular à empreiteira, lavagem de capitais, organização criminosa, peculato, corrupção ativa e passiva, tudo com a participação do ora “superministro” e íntimo amigo do demiurgo, que tantas alegrias traz ao governo, mas Lula não tem coragem de “convidá-lo a se retirar”, como já disse. Por que será?
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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LULA E O CONGRESSO
O atual impasse entre o governo Lula e o Congresso Nacional tem gerado uma paralisia preocupante para o Brasil, especialmente em um momento importante para todos os setores da Nação. A falta de consenso e a tensão política têm impactado diretamente a capacidade de implementar medidas urgentes e necessárias para enfrentar desafios prementes, como o crescimento econômico, geração de empregos, etc. A sociedade, que enfrenta dificuldades crescentes, vê com apreensão a incapacidade das lideranças em superar diferenças em prol do bem comum. A estagnação política prejudica o País e compromete a resposta eficaz às demandas urgentes da Nação.
Luciano de Oliveira e Silva
São Paulo
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GASTANÇA
Ao mandar os ministros gastarem em obras, o presidente Lula está não só atuando contra a responsabilidade fiscal, como também arruína as possibilidades para frear o rombo das contas. Como não poderia deixar de ser, nos lembramos da inesquecível frase da Margaret Thatcher:” O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”.
M. Lessa
sociedadeesclarecida@yahoo.com
São Paulo
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REFORMA TRIBUTÁRIA
A reforma tributária foi aprovada em dois turnos no Senado. Foi um resultado apertado – somente quatro votos a mais que os 49 necessários. Será encaminhada agora de volta à Câmara dos Deputados com modificações realizadas pelos senadores, entre as quais destacam-se a redução dos impostos da chamada cesta básica estendida e a devolução de tributos para as famílias de baixa renda. Embora não sendo diretamente ouvida, pois todo o debate sobre o assunto – há 30 anos em discussão – aconteceu no interior das cúpulas “Niemeyrianas” invertidas de Brasília, a sociedade tende a considerar, sem muito fundamento, bem-vinda a aprovação do dispositivo. A sua não participação mais direta, contudo, não permite ao cidadão comum entender, com um nível aceitável de clareza, qual será a direção – se é que existe uma – que toda essa movimentação apontará, pois, apesar de receber relatos, normalmente via mídia, sobre os principais aspectos da tramitação, ainda não dispõe de uma ideia didática e objetiva do impacto provável sobre sua vida. Não seria exagero afirmar que se aplica à presente situação a citação do pensador Noam Chomsky, dando conta de que “a população geral não sabe o que está acontecendo, e eles nem sequer sabem que não sabem”.
Paulo Roberto Gotaç
Rio de Janeiro
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FUNDO ELEITORAL
O governo vai distribuir R$ 5 bilhões para os partidos políticos. Esses partidos irão escolher os próximos governantes sem qualquer participação da população nesse processo. Ao povo, caberá a pífia tarefa de escolher entre os escolhidos. O dinheiro sai dos cofres públicos e vai para os partidos políticos. Não é empréstimo, não existe prestação de contas, é uma doação pura e simples, de pai para filho. Seria muito melhor se o governo doasse R$ 5 bilhões para os médicos, professores e outros profissionais que trabalham de verdade. A propaganda eleitoral deveria ser apenas a propaganda gratuita, sem filmes hollywoodianos e musiquinhas milionárias.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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BOTAFOGO E BRASIL
O Botafogo – desde a saída de Luís Castro, treinador substituído no comando técnico do time por uma sequência de nomes inexpressivos e inábeis – desce a ladeira do Campeonato Brasileiro, escancarando incompetência e falta de equilíbrio. O Brasil – desde a saída de Luiz Inácio Lula da Silva, que parece ter renunciado à presidência para flanar pelo mundo ao lado de uma primeira-dama deslumbrada, entregando o comando técnico do País ao indecente Centrão – desce a ladeira da governabilidade, escancarando corrupção ministerial (um Juscelino construiu Brasília e outro Juscelino a implode) e desequilíbrio fiscal. Botafogo e Brasil, juntos na decadência.
Túllio Marco Soares Carvalho
tulliocarvalho.advocacia@gmail.com
Belo Horizonte
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DERROTA DO BOTAFOGO
“Tem coisas que só acontecem com o Botafogo”. Isso é antigo, mas como funciona. Duas viradas pelo mesmo placar. Será que vai ser aquele náufrago que “nadou, nadou e morreu na praia”?
Panayotis Poulis
Rio de Janeiro
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VIOLÊNCIA NO FUTEBOL
Se fala muito na violência no futebol no Brasil e na América do Sul, mas a briga generalizada em Milão entre os italianos e os torcedores do Paris Saint-Germain (PSG) com gente até esfaqueada mostra que a violência no futebol é ampla, geral e irrestrita. Ou seja, deu a louça no mundo. Salve-se quem puder.
Marieta Barugo
São Paulo
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BRASIL NA ONU
O Brasil vai ocupar, de julho de 2024 até 2030, uma vaga no Conselho de Auditores da Organização das Nações Unidas (ONU). Decisão por unanimidade. Nenhum outro país quis pegar essa bucha.
Robert Haller
São Paulo