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8 min de leitura

Percepção da corrupção

A nota do Brasil

O Brasil ficou na 107ª posição na edição de 2024 do Índice de Percepção da Corrupção (IPC), da Transparência Internacional, empatado com Argélia, Malauí, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia (Estadão, 12/2, A9). É a pior colocação do País na série histórica, iniciada em 2012. Uma vergonha diante do mundo. O caminho da luta contra a corrupção iniciado, ainda que de maneira torta, pela Operação Lava Jato está sendo bloqueado por autoridades dos Três Poderes. Muito especialmente no âmbito do Judiciário, onde falhas processuais têm levado à anulação de processos e até de condenações de réus confessos, trazendo prejuízos enormes ao erário e à credibilidade da Justiça no País. A vergonha e a indignação atingem quem espera das autoridades o trato sério da coisa pública, da mesma forma que seriedade é imposta ao cidadão comum trabalhador.

Arnaldo Goltcher

São Paulo

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Guerra comercial

Coisa de maluco

Alguém poderia me explicar a lógica trumpista? Somos o segundo maior fornecedor de aço dos EUA. O sr. Trump, dono do mundo, sobretaxou a importação do aço brasileiro em 25%, colocando uma barreira significativa para a indústria siderúrgica brasileira. Nossa indústria nacional. As reservas internas de minério de ferro dos EUA estão praticamente esgotadas por terem explorado tanto suas jazidas. Essa diminuição das importações, que resultará em corte na mão de obra utilizada pelo setor em nosso país, certamente vai favorecer as siderúrgicas americanas, que poderão se aproveitar dessa taxação para aumentar o preço dessa matéria-prima para fornecimento ao mercado interno americano. Mas, com o aumento dos preços, obviamente as indústrias que utilizam o aço para a produção de produtos vão reajustar seus preços para os americanos, gerando aumento de preços e, com isso, da inflação. Decerto, isso é coisa de maluco. Ou não?

Valdecir Ginevro

São José dos Campos

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Mobilidade

Pesquisa Origem e Destino

Especialistas responsáveis pela condução da pesquisa Origem e Destino, realizada pelo Metrô de São Paulo em 2023 e divulgada nesta semana (Estadão, 12/2, A12 e A13), estão intrigados com alguns dos resultados, entre eles a redução, de 2017 a 2023, do número de viagens diárias na capital e região metropolitana (15%), com pessoas se deslocando menos para trabalhar, estudar ou ir ao supermercado; e a queda de 11,1% nas viagens motorizadas. Realmente estranho, pois a percepção de quem mora e se movimenta diariamente em São Paulo é de que o trânsito, que sempre foi ruim, está cada vez mais caótico, e o transporte público continua abarrotado de pessoas, principalmente nos horários de pico, coisas que não deveriam acontecer se esses números refletissem a realidade. Logicamente existem variáveis complexas que precisam ser computadas e analisadas, mas o fato é que, no que concerne à mobilidade em São Paulo, não há motivos concretos para regozijo. Muito pelo contrário e longe disso.

Luciano Harary

São Paulo

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Oriente Médio

Os reféns do Hamas

A aparência dos três últimos reféns libertados pelos terroristas do Hamas denotava acentuado estado de subnutrição e perda de peso. Relatos dão conta de sua permanência em túneis durante o período de cerca de 500 dias, com pouca ou nenhuma luz, ventilação deficiente, acorrentados e pendurados pelos pés. Proibidos de usar sapatos, queimados e submetidos a interrogatórios sob tortura. Durante todo esse período, onde estavam os organismos de saúde e de direitos humanos para denunciar os maus-tratos e as condições indignas de saúde física e psicológica às quais estavam sujeitos esses civis inocentes? Onde estão os representantes de países e organizações que ainda têm um mínimo de moral e ética para impedir essa desonrosa montagem midiática que antecede a entrega dos reféns, portando um “certificado de libertação”, sendo filmados e entrevistados num palanque com perguntas de conteúdo duvidoso e expostos à multidão e à milícia mascarada e armada do Hamas, antes de embarcarem em ambulâncias da (patética) Cruz Vermelha? O tempo pressiona para que a totalidade dos reféns – vivos e mortos – seja libertada. Lembrando que há entre eles duas crianças, cujo estado de saúde se ignora. Nunca o lema “tragam os reféns para casa – agora” e sua ação foram tão prementes e necessários.

Claudio Silberberg

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

GRAVE

Os comentários do deputado Hugo Motta foram de uma tremenda gravidade, demonstrando que ele não está devidamente preparado para o exercício do cargo de presidente da Câmara dos Deputados. Ao desconhecer a decisão do Congresso Nacional no julgamento da CPMI da tentativa de golpe em 8/1, ele menospreza a própria Instituição que o abriga, criando narrativas que não encontram amparo nas provas coletadas. E o que é pior, como médico e ignorando o arcabouço jurídico, criticou a dosimetria aplicada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ministros com formação jurídica, detentores de especializações, mestrados e doutorados. Esse jovem deputado se elegeu colocando cada um dos seus pés em uma canoa diferente, e o resultado que se viu foi um desequilíbrio que acabou por provocar a queda da sua credibilidade.

Adel Feres

Goiânia

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IMPUNIDADE

Perfeitos os argumentos contra a impunidade e a análise da fala do presidente da Câmara dos Deputados contidos no editorial Não se transige com o golpismo (Estadão, 11/2, A3). Hugo Motta precisa prestar contas dos votos da extrema direita, cujo objetivo maior é salvar Jair Bolsonaro da condenação e da inelegibilidade. Daí o relativismo do que aconteceu no 8 de Janeiro, usando a suposta velhinha inocente como mantra para distorcer os fatos. Mas o País é maior do que interesses paroquiais, partidários e ideológicos. Sem anistia para os golpistas.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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VONTADE DO POVO

Difícil ver uma manifestação, de um dos Três Poderes, em que não encontramos a palavra democracia. Parece que eles querem nos convencer que vivemos em uma. Mas, infelizmente, aqui no Brasil não temos democracia. Os escolhidos pelo povo, depois de eleitos, só pensam neles, dando as costas para os desejos do povo. É sabido que o brasileiro é a favor do Sistema Presidencialista de Governo, plebiscitos de 1963 e 1993. Mas, não é assim que pensam nossos parlamentares. Conforme o editorial Recados da desarmonia entre os Poderes (Estadão, 9/2, A3), 23% de todo o gasto discricionário está nas mãos de deputados e senadores, eram 2% dez anos atrás. Isso está diminuindo demasiadamente a verba que o poder Executivo tem para gastar. No entanto, não estão contentes com os 23%, eles querem tudo. De acordo com o editorial PEC do Semipresidencialismo é protocolada (Estadão, 7/2, A7), o presidente divide o poder com um primeiro-ministro, o qual tem o controle do Orçamento. Ora, uma mudança tão significativa de sistema de governo não pode ser definida por uma PEC, onde os votantes são os beneficiados. Será que nossos parlamentares terão a hombridade de esquecer essa PEC e propor a realização de um plebiscito para sabermos a real vontade do povo?

Humberto Cartolano Neto

São Paulo

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JEJUM INTERMITENTE

O jejum intermitente é uma prática recomendada por nutricionistas, médicos e também por psicólogos. A prática pressupõe ausência de alimentação por um período sem que isso traga prejuízos nutricionais a quem o pratica. Além de trazer benefícios ao corpo humano de forma geral, também ajuda na saúde mental e evidentemente se consome menos alimentos. Com essas evidências, faltou novamente ao serviço de comunicação do governo Lula considerar tal alternativa, pois além de trazer um bem-estar nutricional, traria uma componente econômico com o menor consumo, inclusive de alimentos desnecessários. Dessa forma, as críticas severas às falas do sr. presidente do Brasil sobre o preço dos alimentos poderiam ter sido amenizadas.

Aureo Francisco Lantmann

Londrina

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RELATÓRIO DE TRANSPARÊNCIA

Em relação à percepção da piora da corrupção, é claro que não interessa ao Brasil saber que o país caiu da posição 104 para 107 em uma lista com 180 países. 0s países com pontuação mais alta pertencem a Europa Ocidental, Canadá, EUA, Austrália, Nova Zelândia e Japão. Para a AGU dói saber que o ranking melhorou com Jair Bolsonaro, e então todo empenho é feito para descaracterizar o trabalho da Transparência. O Brasil está longe de países com notas altas, pois vem apoiando na América Latina países cujos presidentes são ditadores e cuja corrupção nem sempre é percebida por sua população. Um dos grandes problemas do Brasil em relação à corrupção é não aceitar as críticas e sair em defesa própria como se não merecesse o lugar conquistado.

Izabel Avallone

São Paulo

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RECORDE

Brasil registra a pior colocação da história em ranking de corrupção (Estadão, 12/2, A9). Nunca antes na história desse país. Mais um recorde para nosso governo atual que nem tem coragem de falar no assunto com medo que a lembrança do passado volte para assombrar. Por incrível que pareça, apesar dessa posição no ranking, não temos ninguém preso por corrupção no Brasil, sendo que essa proeza se deve ao trabalho sempre atento do STF.

Nelson Falseti

São Paulo

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ENGOLIR SAPOS

Tudo bem que políticos tem que engolir sapos na sua trajetória política, mas a ministra de Estado do Meio Ambiente e Mudança, Marina Silva, com as falas do presidente Lula (lenga-lenga do Ibama), não está engolindo um sapo, e sim um boto-cor-de-rosa.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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CRENÇAS

Eu sempre acreditei que a responsabilidade de um presidente seria definir políticas e projetos e coordenar os ministros para que executem esses programas. Porém, não foram definidas políticas e nem projetos que possam ser executados. Outra crença que eu tinha era que as campanhas políticas só podem começar 120 dias antes da eleição, mas vejo que nosso presidente largou tudo e está fazendo campanha. Acho que tenho que rever minhas crenças.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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MAIS OU MENOS

A controversa legalidade dos atos de nomeação de esposas de ministros e governadores para os Tribunais de Contas dos Estados guarda semelhança com estar ou não grávida do jargão popular, isto é, tais atos poderão também ser considerados mais ou menos corruptos.

Sergio Oliveira de Araujo

Rio de Janeiro

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NAU BRASILIS

Como se vê, dois anos após o início de seu terceiro mandato, a nau Brasilis do desgoverno Lula segue navegando perdida em mar revolto sob nuvens carregadas sem projeto, sem bússola, sem norte e sem vergonha na cara. Pobre Brasil.

J. S. Vogel Decol

São Paulo

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PRIVILÉGIO

É hora de negociar (Estadão, 12/2, A3). “Na ofensiva protecionista de Trump, Brasil não é o alvo dos EUA; melhor política para o Brasil é a negociação”. Está muito claro que não é o Brasil que é alvo dos EUA. Esse privilégio deve-se, única e exclusivamente, a Luiz Inácio Lula da Silva. Infelizmente, para expressar seu desapreço ao atual presidente brasileiro, Trump procura atingi-lo através de sanções esdrúxulas para o País, que paga o pato por ter Lula na presidência.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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EMBURRECENDO

O que está acontecendo com o Brasil? Esse crime de ontem no aeroporto do Galeão, no Rio – porque não dá para chamar de incidente – é algo inadmissível. Como um carro de serviço está na pista, não se sabe por quê, e a torre autoriza uma aeronave para decolar? Outro dia, na Bahia, o diretor de uma igreja centenária detecta um problema grave no forro e, em vez de interditar o local, manda uma carta para o Iphan. O Brasil está emburrecendo? Quer outro exemplo? O país está cheio de problemas e o presidente chama um marqueteiro para dar a solução. Vou perguntar de novo: o que está acontecendo com o Brasil?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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FALTA DE ATENÇÃO

Por pouco não houve um grave acidente aéreo no aeroporto do Galeão (RJ). Um avião da Gol estava taxiando e se posicionando para decolar. Só que alguns metros adiante havia uma camionete da manutenção na mesma pista liberada para o avião. Ora. Quem autorizou a decolagem? A torre? Então tem cego lá. Porque não enxergar uma camionete na pista liberada para decolagem de uma aeronave ou é cego ou não estava com atenção no que fazia. Qual a justificativa ou explicação? Se é que tem.

Panayotis Poulis

Rio de Janeiro

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RIO DE JANEIRO

O Rio de Janeiro continua lindo...bang-bang...O Rio de Janeiro, fevereiro e março...bang-bang...Aquele abraço.

Tania Tavares

São Paulo

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NOVO REGIME

Basta. O Rio de Janeiro está em guerra e como tal devemos implantar um regime de exceção: estrangular as quadrilhas e milícias com tolerância zero. Sim, um choque de ordem, estado de sítio. Vamos aceitar o poder paralelo e desprezar o poder atuante? Tem que haver um pacto dos Poderes para agir em tempos de guerra. Rezemos.

Roberto Solano

Rio de Janeiro