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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Petróleo no Amazonas

Lula versus Ibama

A mais recente erupção verborrágica de Lula da Silva teve como alvo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em mais uma demonstração de curta visão, afirmou, em entrevista a uma emissora de rádio do Amapá, que o órgão que tem por missão “proteger o meio ambiente, combater a crise climática, garantir qualidade ambiental e a conservação da biodiversidade, assegurando condições para o desenvolvimento socioambiental do Brasil”, alimenta uma lenga-lenga procrastinadora por ser contrário, mediante pareceres técnicos fundamentados, à autorização para a Petrobras realizar prospecção de petróleo na foz do Rio Amazonas, parte da chamada Margem Equatorial. Levianamente, Lula ainda disse que, como órgão do governo, o Ibama não pode jogar contra o governo. Por tratar-se de entidade reconhecidamente séria no cumprimento de suas atribuições, motivo de orgulho para quem lá trabalha, pelos excelentes serviços prestados desde sua criação, em 1989, é lícito imaginar quem é que, na verdade, sem perceber, joga contra o governo.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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‘Lenga-lenga’

Enquanto os desinformados daqui lamentam o mais que oportuno – e tardio – enquadramento do presidente Lula no Ibama, pelo interminável “lenga-lenga” da licença ambiental para um poço exploratório no litoral do Amapá, países mais amadurecidos e sintonizados com o mundo real continuam investindo em petróleo e gás natural. Caso, entre outros, da “ecológica” Noruega, cuja estatal Equinor tem diminuído as suas metas de investimentos em fontes renováveis e aumentado na sua atividade-fim, cuja receita alimenta o formidável fundo soberano usado para fazer da Noruega um dos países mais ricos do mundo. Mas Oslo é também a principal financiadora do Fundo Amazônia, cuja finalidade é manter a Amazônia como um santuário afastado de atividades econômicas modernas – infraestrutura, mineração, agropecuária, etc. –, para permitir que a floresta continue “absorvendo” o carbono dos hidrocarbonetos que enriquecem outros países. Em tempo: a Equinor também investe em pesquisas de energia de fusão, a real energia do futuro, enquanto outras preferem se concentrar em eólicas offshore caras e ineficientes.

Geraldo Luís Lino

Rio de Janeiro

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Guerra na Ucrânia

O plano de ‘paz’ de Trump

A reportagem no Estadãode ontem Trump e Putin iniciam negociação para o fim da guerra na Ucrânia (13/2, A12) lembra demais a anexação da Checoslováquia pela Alemanha nazista, em setembro de 1938. Não precisam nem de um Chamberlain para acabar com as justas aspirações de Zelenski e do povo ucraniano. Os poderosos decidem, e sobreviver a esse xeque-mate com dignidade é um desafio colossal.

Irene M. Freudenheim

São Paulo

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Rio de Janeiro

Cenas de terror

As duas trágicas imagens vistas no Rio de Janeiro na quarta-feira passada – de um incêndio numa fábrica de fantasias em Ramos e de um tiroteio entre uma facção criminosa com a Polícia Militar fluminense, fechando a Avenida Brasil e deixando pessoas na linha dos tiros – foram estarrecedoras. Quanto à violência, o Rio precisa que autoridades de todos os níveis tomem providências urgentes, sob pena de num futuro muito próximo a Cidade Maravilhosa tornar-se inviável para seus moradores e para os turistas que ainda a visitam, com prejuízos incomensuráveis a todos os que aqui vivem e sério abalo na economia do Estado.

José de A. Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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Fábrica incendiada

Muito mal explicado pela Prefeitura do Rio o fato de a confecção que faz fantasias para as escolas de samba do carnaval do Rio ter o alvará de funcionamento, mas não ter a autorização do Corpo de Bombeiros para funcionar. Ora, se os bombeiros não autorizaram, é porque algo não passou na vistoria. Que história é esta?

Panayotis Poulis

Rio de Janeiro

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Neymar Jr.

Corinthians x Santos

Os lampejos durante o jogo Corinthians x Santos, na quarta-feira, mostraram que Neymar nasceu com um raro dom de jogar futebol. Ele tinha tudo para ser o melhor do mundo em várias temporadas, mas o fato é que fatores extracampo e decisões equivocadas impediram isso. Uma pena.

Francisco Eduardo Britto

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

LEI DA ANISTIA

Deu na primeira página do Estadão: STF vai reavaliar se Lei da Anistia se aplica a casos de desaparecidos na ditadura (Estadão, 12/2, A6). Em um momento em que, como disse o ministro José Múcio, do Ministério da Defesa, “o País precisa ser pacificado”, parece que a Suprema Corte quer mexer em um verdadeiro vespeiro. Se isso for feito, seria importante rever o alcance da Lei n.º 6.683/79 aos casos em que as vítimas estão desaparecidas e seus corpos não foram encontrados e sepultados dignamente. Os militantes de esquerda que ainda estiverem vivos, responsáveis pelas mortes de inocentes, civis ou membros das forças de segurança dos governos militares, também deveriam ser punidos. É o caso daqueles que causaram a morte terrível do jovem recruta Mário Kozel Filho, aos 19 anos incompletos, em 26/6/1968, em razão de um bárbaro atentado contra a sede do então 2.º Exército, no Ibirapuera, em São Paulo, com a detonação de 50kg de dinamite em um veículo arremessado contra o muro do quartel. O jovem teve seu corpo despedaçado, literalmente desapareceu, e várias partes dele foram encontradas a mais de 400 metros de distância, como relata a excelente e minuciosa reportagem do Estadão do dia seguinte, intitulada Terrorista mata soldado-estudante (Estadão, 27/6/1968). Mário Kozel Filho, o Kuka, trabalhava com seu pai em uma fábrica, no qual este último era gerente, e estava prestando o serviço militar obrigatório. Não falava de política, adorava carros e música, tocava violão, sonhava em abrir uma oficina mecânica e era um dos líderes do grupo de jovens católicos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro de Moema. Seus pais, hoje falecidos, passaram a receber uma ínfima pensão de R$ 300 por mês, muitos anos depois, e só lhes restou saber que o local onde seu filho morreu passou a se chamar Avenida Sargento Mário Kozel Filho (ligação entre as ruas Abílio Soares e Manoel da Nóbrega, no Paraíso), patente a que foi promovido depois de morto. Aqueles que arquitetaram e praticaram o atentado, por óbvio, se vivos ainda estiverem, deveriam ser punidos também, mesmo porque, foram regiamente indenizados em decorrência dos efeitos da Comissão da Verdade. Afinal, ou a Lei de Anistia esquece tudo para pacificar o País ou irá acarretar a reabertura de feridas que precisam ser cicatrizadas para o bem do Brasil.

José Antonio Braz Sola

São Paulo

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ABSURDO

Um absurdo o ex-presidente golpista, Jair Bolsonaro, pressionar congressistas por uma anistia aos golpistas e criminosos do 8 de Janeiro e acabar com a Lei da Ficha Limpa. Ninguém aceita que um criminoso entre em sua casa, destrua tudo e não pague pelos seus crimes. Queremos o mandante e todos executores na cadeia e inelegíveis. Já que desacreditam das instituições e das urnas, não têm o direito a concorrer nesse regime.

Luiz Claudio Zabatiero

São Paulo

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PALANQUE

Fica cada vez mais evidente que a nossa Corte Suprema – colegiado com componentes quase vitalícios, não eleitos, dedicados ao exercício jurídico de grande porte – possui, entre seus togados, vários, o atual presidente incluído, que, sem o menor constrangimento, escancaram a respectiva impregnação política, marcada, por exemplo, por declarações com conteúdos exclusivos do Poder Legislativo e por indisfarçável namoro com elementos das falanges do Planalto, passando, assim, a sensação de que o órgão mais importante do Poder Judiciário está, às vezes, mais para palanque do que para um ambiente austero de onde deveriam partir as mais ponderadas deliberações da Justiça.

Paulo Roberto Gotaç

São Paulo

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JUSTIÇA À VENDA

No Estado do Maranhão tudo tem o nome Sarney. Ruas, avenidas, estádios esportivos, centros culturais, entre outros. Agora, mais uma vez, aparece na mídia mais um nome Sarney. Trata-se da desembargadora do Tribunal de Justiça do Maranhão, Nelma Sarney, que foi afastada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por imprudência e parcialidade em concurso de cartórios, beneficiando um ex-assessor. Essa família não tem jeito mesmo, hein?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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INFLAÇÃO

Depois da ingênua e simplista sugestão do presidente Lula à população para evitar os alimentos caros em razão da alta de preços, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), já deu seu exemplo ao postar um vídeo no Instagram comendo uma banana com casca e tudo. Pois é, diante da crescente inflação, a população decepcionada com a falsa promessa da campanha eleitoral de Lula, de picanha e cervejinha na mesa, vai acabar trocando o suco de laranja pelo seu bagaço e comendo alimentos com casca e tudo para aplacar a fome. A que ponto chegamos. Pobre Brasil.

J. S. Vogel Decol

São Paulo

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CORRUPÇÃO E VIOLÊNCIA

São, na atualidade, os maiores problemas nacionais que atingem os cidadãos trabalhadores e honestos. O Brasil teve o pior desempenho da série histórica em 2024 no ranking sobre corrupção (IPC) da Transparência Internacional, de acordo com o relatório divulgado na terça-feira passada, 11/2, pela Organização. O País atingiu a menor nota e a pior colocação (107.º posição) entre 180 nações, na série do levantamento iniciada em 2012. No mausoléu do General Artigas, em Montevidéu, há uma citação bem atual: “nunca permitamos que as nossas desavenças ocasionem a mínima vantagem a um inimigo que nos é comum”.

Luiz Felipe Schittini

Rio de Janeiro

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DESVIO DE DINHEIRO PÚBLICO

Virou rotina corriqueira a denúncia e investigação policial sobre desvios de dinheiro público destinado às chamadas emendas parlamentares. Há algo de podre no reino da Dinamarca? Não. Mas há muita podridão no Brasil, sim. Porém, e ao que parece, nada mais normal, aceitável e corriqueiro que as corrupções praticadas, impunemente, pelos compadres do andar de cima. E, com os maus exemplos dados por quem deveria zelar pelos bons exemplos de idoneidade e honestidade, nada mais lógico que a violência social sem paralelos que vivemos neste pobre país.

Marcelo Gomes Jorge Feres

Rio de Janeiro

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PLANO NACIONAL

O presidente Lula da Silva deveria ser instado a prestar esclarecimentos sobre o fato de o país que ele governa estar despencando na lista de países mais corruptos do planeta. A corrupção generalizada no governo se manifesta por meio dos mais variados esquemas: rachadinhas, superfaturamento de obras, emendas parlamentares que não saem do papel, etc. O governo Lula deveria anunciar um plano nacional de combate à corrupção, com medidas claras para combater cada um dos esquemas de roubo de dinheiro público, estabelecendo prazos e metas para tirar o País da posição vexatória de ser um dos países mais corruptos do mundo. Para combater a corrupção generalizada, o governo Lula terá que cortar na própria carne, e pode começar se livrando do líder do governo na Câmara, José Guimarães, mundialmente famoso pelo escândalo de corrupção dos dólares na cueca.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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CALADO

A coluna Opinião do jornal O Valor faz uma análise precisa sobre como as falas de Lula impactam negativamente no País, em especial no mercado. De fato, Lula deveria ficar calado, mas foi incentivado a aparecer e falar. E quando fala faz questão de dizer que o problema com o Banco Central foi a armadilha que Roberto Campos Neto pregou. Outra dificuldade de Lula e do PT é não poder mandar no BC, que ganhou autonomia formal. Agora com Gabriel Galípolo, que é um indicado seu, Lula acredita que o BC vai tomar jeito em novas mãos, como se agora a política gerida pelo banco fosse outra. Nada disso muda, o BC vai continuar na trajetória de controlar a inflação e daqui a algum tempo, quando Lula perceber que para baixar os juros é preciso cortar gastos, vai fazer como a raposa: vai olhar as uvas e dizer que estão verdes. Em outras palavras, Lula ajudaria muito o País ficando calado. Seu discurso já não empolga, pelo contrário, atrapalha e muito aqueles que lutam pelo equilíbrio das contas. Lula, por qué no te callas?

Izabel Avallone

São Paulo

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OUSADIA E URGÊNCIA

Misturando alhos com bugalhos, Rosangela da Silva, em discurso no Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), falou sobre “ousadia e urgência” para combater a desigualdade socioeconômica e a fome, como se não vivesse no Brasil, com governos sem urgência para soluções, mas com muita ousadia em falar, como se representasse o País.

Carlos Gaspar

São Paulo

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EDUARDO BOLSONARO

Um braço de Trump no Congresso? (Estadão, 12/2, A8). Importante crônica que mostra o nível dos deputados que os brasileiros elegem para representá-los, legislarem criando projetos, defendê-los, e tentar a provação da maioria dos seus pares. O deputado Eduardo Bolsonaro parece estar no Congresso americano e não no brasileiro para o qual foi eleito, pois fica apenas nas suas contas na internet, 38,5% do tempo, bajulando o presidente americano e suas políticas que mexem com o mundo. No Brasil, se dedica 17,7% a atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e 16,5% para fazer oposição ao presidente atual, como se o decepcionante mandato do seu pai tivesse sido bom, e não o horror que foi. Um tropeço do parlamentar brasileiro, e um trumpeção do presidente americano no mundo.

Adriles Ulhoa Filho

Belo Horizonte

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COLISÃO NA PISTA

O acidente com um Boeing 737 levando 105 passageiros não virou uma tragédia graças à mão de Deus, que, com um peteleco, evitou um incêndio grave na aeronave que decolava e atropelou um carro no meio da pista. O piloto teve calma e destreza para frear o avião e comunicar a torre do ocorrido. Há que se fazer uma investigação rigorosa para que não se repitam erros de tamanha gravidade.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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DONALD TRUMP

Trump e Putin iniciam conversação para o fim da guerra na Ucrânia (Estadão, 13/2, A12-A13). A extrema direita vem usando fartamente a técnica do diversionismo, criando vários fatos e conflitos simultâneos para dar a falsa impressão de que se está resolvendo problemas, que, na verdade, não existem. Donald Trump, fiel escudeiro da causa, não usa de subterfúgios ou dissimulação para seus propósitos e o mundo está assistindo anestesiado à nova ascensão do fascismo, como se tudo o que a humanidade vivenciou no século passado fosse letra morta ou um pesadelo imaginado. A novidade do dia é a proposta de partilha da Ucrânia que nos faz lembrar a da Polônia no século 18 e que teve forte impacto nas guerras mundiais subsequentes. Trump e seus asseclas estão, assim, procurando ganhar o prêmio de melhor roteiro não original adaptado.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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MOBILIDADE EM SÃO PAULO

O que está acontecendo com a mobilidade dos paulistanos na cidade chega ao inacreditável: está diminuindo o interesse da população em viajar de ônibus, um serviço considerado péssimo, pois é totalmente desorganizado, deixando os usuários perdendo um tempo enorme para chegar a qualquer lugar, pois transitam em péssimo estado de manutenção, sem horários de chegada, sem segurança e considerando a possibilidade de serem vítimas de assaltos a qualquer hora e lugar, principalmente na periferia. Não dá mais, então, aumentam os automóveis, os aplicativos de mobilidade, patinetes, bicicletas e recorde de venda de motos. Será que só a Prefeitura de São Paulo, que é responsável por tudo isso, não percebe o erro na administração do trânsito da cidade? Além de tudo, parece que grupos criminosos começaram a se envolver informalmente para assumirem o controle de tudo isso. Socorro.

Luiz Frid

São Paulo

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QUADRO AMARELO

Neymar vai penando no Santos. Uma andorinha só não faz verão. O time é fraco, perdido, desarrumado e precipitado. Neymar gesticula, orienta o posicionamento dos companheiros. Tenta melhorar a qualidade dos passes. O Santos atual é um fiasco. Neymar também quer um Santos melhor estruturado, com boas instalações e conforto para os atletas. O Santos de Pelé e do próprio Neymar, do início brilhante de carreira, hoje é apenas um quadro amarelado na parede.

Vicente Limongi Netto

Brasília